A ditadura da moda esconde muito mais do que podemos ver.

Helena experimentava uma crise existencial. Seu casamento havia chegado ao fim, pulverizando seus sonhos de felicidade. Tentando manter a auto-estima, ela resolveu fazer o que todo mundo aconselhava: mudar. Mudou a cor dos cabelos, o guarda-roupa e, infelizmente, mudou também as atitudes. Antes, tinha sido uma mulher modesta e de muito bom gosto. Agora, fazia de tudo para chamar a atenção. Acabou mudando sua imagem e perdendo seu bom conceito de mulher cristã. 

A semelhança de Helena, hoje, muitas mulheres encontram argumentos para mudar seu modo de ser. Porém, o que Deus pensa sobre isso? 

“A Bíblia ensina modéstia no vestuário… proíbe ostentação nos vestidos… Profusa ornamentação. Tudo que vise chamar a atenção para a pessoa, ou provocar admiração, está excluído do traje modesto recomendado pela Palavra de Deus.”

E mais: “tenho visto uma vaidade no vestuário e leveza de conduta, que tem ofendido ao querido Salvador, sendo ao mesmo tempo uma vergonha para a causa de Deus. Tenho observado com dor seu declínio religioso, e sua inclinação a enfeitar e adornar o vestuário. Alguns jovens têm sido bastante infelizes para chegar a adquirir correntes ou alfinetes de ouro, ou ambas as coisas, e têm mostrado o mau gosto de exibi-los, fazendo-os notórios a fim de chamarem a atenção. ”

“A moda está deteriorando o intelecto e carcomendo a espiritualidade de nosso povo. A obediência à moda está penetrando nossas igrejas adventistas do sétimo dia, e fazendo mais do que qualquer outro poder para separar nosso povo de Deus… Há sobre nós, como um povo, um terrível pecado – temos permitido que os membros de nossas igrejas se vistam de maneira incoerente com sua fé. Cumpre erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que isso façamos, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas.”

Por que a questão do vestuário apela tão fortemente às pessoas? Talvez seja pelo desejo de revelarmos auto-imagem positiva. Porém, muitas vezes, nos excedemos em nosso cuidado com a aparência. E a mensageira de Deus tem um motivo muito mais profundo, muitas vezes passado por alto, ao empregar palavras aparentemente muito severas no trato dessa questão. 

Por causa de sua bela aparência, Lúcifer foi o primeiro ser a demonstrar excessivo amor-próprio. Deus parece ter prodigalizado em Seu bom gosto ao criar esse anjo querubim. Aparentemente, nove pedras preciosas foram criadas para orná-lo (ver Ez 28:13). Todavia, o resultado de tamanha beleza não foi gratidão, mas orgulho, vaidade e presunção. “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor…”(v. 17). Hoje, ele procura despertar no coração das pessoas os mesmos sentimentos de orgulho e vaidade. E, parece ser entre as mulheres que ele tem alcançado muito sucesso. Não fosse assim, por que Deus Se preocuparia com o excesso de cuidado com a aparência? 

O Senhor nos criou para a vida eterna. Ele não tem prazer na morte de Suas criaturas. Por esse motivo, nos adverte para que não caiamos nos ardis do inimigo e, como ele, nos tomemos orgulhosos e vaidosos quanto à nossa aparência, mais preocupados com as coisas desta vida que com a vida futura. 

Quando Deus nos proíbe alguma coisa, como o fez a Adão e Eva no jardim, é porque Ele conhece, melhor que ninguém, os perigos que estão por trás de coisas aparentemente insignificantes. Deus sabe perfeitamente bem quão danosos são os pecados do orgulho e da vaidade, que têm levado à ruína muitos cristãos. Contudo, se vivermos em conformidade com Seu desejo, teremos bem menos chances de ser engolfadas pelas sutis tentações de orgulho e vaidade. Não seremos, como o tentador, deixadas do lado de fora do Céu nem perderemos a companhia do Salvador para sempre. 

Referências: 

1 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 287. 

2 _______, Testemunhos Seletos, v. 1, p. 351.

3 Ibidem, p. 600.