Se não é possível encontrar nenhum apoio direto à ordenação de mulheres nos escritos de Ellen White, pode-se porventura encontrar evidência de que ela a defendeu, em suas ações?.

Que nos diz a história adventista com respeito a Ellen White e a questão da ordenação? Se ela não se referiu ao assunto como uma questão controvertida, em seus escritos, e por esse motivo não endossou nem proibiu explicitamente a ordenação de mulheres (ver: “Exigiu Ellen White a Ordenação de Mulheres?” Ministry, dezembro de 1988), podemos por acaso descobrir-lhe a atitude, estudando suas ações? Este artigo examinará as declarações feitas com base em certos documentos e acontecimentos históricos, num esforço para ver se eles podem mostrar que ela defendia a ordenação de mulheres como pastoras ou anciãs. Algumas declarações-chave serão apresentadas no final.

Foi a própria Ellen White ordenada?

Não há nenhum registro de que Ellen White tenha sido ordenada em alguma ocasião por mãos humanas. Todavia, desde 1871 até sua morte, foram-lhe entregues credenciais ministeriais por várias organizações da igreja. Os certificados utilizados, diziam: “Ministro Ordenado.” Vários dos seus certificados de credencial, desde meados dos anos 1880, estão ainda em nosso poder. No certificado de 1885, a palavra “ordenado” está quase apagada. No de 1887, o certificado seguinte que temos, ela não está.

Teria ela sido ordenada nesse ínterim? Alguns têm dito que sim. A questão, porém, é re-solvida por sua própria mão. Em 1909 ela preencheu um questionário para a Associação Geral. No item 19 do questionário, que pergunta: “Se ordenado, declare quando, onde e por quem”, ela simplesmente escreveu um X. Esta é a mesma resposta que ela deu ao item 26, que perguntava: “Se casada outra vez, dê a data, e com quem.” Dessa maneira ela indicou que jamais se casara outra vez, nem fora jamais ordenada. Ela não estava negando que Deus a havia escolhido e preparado, mas indicou que ja-mais fora realizada cerimônia de ordenação para ela.1

Por que então algumas de suas credenciais dizem “Ordenada ao Ministério”? O fato de que a palavra “Ordenada” estivesse riscada, salienta a dificuldade de dar credenciais a um profeta. A igreja não possui essa espécie de credencial. Assim, ela usou aquilo de que dispunha, conferindo suas mais altas credenciais sem realizar uma cerimônia de ordenação. Na verdade, a profetisa não necessitava de nenhuma credencial humana. Ela trabalhou por mais de vinte e cinco anos antes de 1871, sem credencial alguma.

Licenciamento de mulheres pastoras

Um certo número de mulheres recebeu licença ministerial da Igreja Adventista do Sétimo Dia durante a última parte dos anos 1800 e começo dos anos 1900. A maioria delas eram es-posas de ministros ordenados, e parece que muitas delas estavam empenhadas em trabalho pessoal semelhante ao de uma Instrutora Bíblica de hoje. Algumas exceções notáveis são Minnie Sype, Lulu Wightman, e parece que Ellen Lane, que trabalhavam com eficiência como conferencistas públicas. Até o momento, porém, não encontrei nenhuma evidência de que mulheres tenham desempenhado a função de dirigentes de igrejas. Mais adiante a pesquisa poderá lançar mais luz sobre o assunto.

O parecer da Sra. White quanto ao papel da mulher na obra ministerial não envolve ordenação pastoral, mas uma atuação em outros ramos da Obra.

Ultimamente alguns têm sugerido que as circunstâncias que cercavam o licenciamento de mulheres como ministras na Igreja Adventista do Sétimo Dia incluem uma ordem para a ordenação de mulheres hoje. Em resumo, o argumento é o seguinte:

O ano de 1878 testemunhou dois importantes acontecimentos: A princípio a igreja licenciou mulheres como ministras, e pediu que fosse feito um exame das candidatas à licença, uma vez que ficasse subentendido que o licenciamento poria as mulheres a caminho da ordenação. Ellen White tomou parte ativa no exame de qualificações de candidatos à licença, alguns dos quais eram mulheres. E pouco depois que a igreja começou a licenciar mulheres, ela concordou com a ordenação destas. Embora a proposta não fosse aceita, a Sra. White não se opôs a isto nem ficou aborrecida. Antes, defendeu mais tarde a ordenação de mulheres para os ministérios da igreja, e o pagamento a elas com o dízimo.

Há várias inexatidões neste cenário. Em primeiro lugar, Ellen Lane foi a primeira licenciais da não em 1878, mas três anos antes, em 1875, ao mesmo tempo que a irmã Roby Tuttle.Além disso, não houve as primeiras mulheres a receberem a licença ministerial. Essa honra parece ter pertencido a Sarah A. H. Lindsey, que recebeu uma licença da Associação de Nova Iorque e Pensilvânia, em 9 de agosto de 1871.3 A licenciatura dessas mulheres, portanto, não indica que a igreja daquela época pretendesse que o licenciamento de mulheres de-veria levar à ordenação. A orientação de pedir um exame antecipado para licenciar alguém, veio sete anos depois que a primeira mulher foi licenciada, e a questão de ordenar mulheres não foi considerada senão em 1881, dez anos depois de sua primeira licença.

Em segundo lugar, não há nenhuma evidência absoluta de que Ellen White teve parte ativa no exame de candidatos a licença, fosse de homem ou de mulher. A afirmação de que ela o fez, baseia-se em dois tipos de evidência: 1) A Sra. White assistiu a sessões de certas Associações nas quais foi concedido licença ministerial a mulheres,4 e 2) ela escreveu o seguinte comentário acerca de sua estada em uma reunião campal em Oregon: “Não conseguia parar em pé ontem, pois o muito escrever, impedindo-me de atender as diversas pessoas que queriam licença; o falar em público e o mostrar a falta de habilidade de diversas pessoas para tentarem ensinar a verdade a outros, foi demais para minha resistência.”5

A declaração não diz que ela tomou parte nos exames ou, como querem alguns, que ela recomendou que alguns dos candidatos não recebessem licença. Ela apenas enumera coisas que Ellen White estivera fazendo, e não estabelece nenhuma ligação entre “atender” aspirantes a licença e “mostrar a falta de habilidade” de certos indivíduos não mencionados para ensinar a verdade. A falta de ligação entre esses dois elementos fica demonstrada pelo fato de que eles são separados por outro item da lista — “falar em público”. E nenhuma indicação há aqui, de que algum dos candidatos a licença fosse mulher.

Se “o mostrar a falta de habilidade de diversas pessoas para ensinar a verdade a outros”, da Sra. White, não estava no contexto de um exame para uma licença, então a que se referia? Uma possível sugestão ocorre mais tarde no mesmo parágrafo, onde ela descreve o seu sermão da noite anterior: “Apresentei aqui a verdadeira santificação e o artigo espúrio que é tão comum.”6 Estaria ela rebatendo a falsa doutrina que já estava sendo ensinada ali, e mostrando a falta de habilidade dos que já a estavam ensinando? Não sabemos ao certo. Vai, porém, além dos fatos, declarar que a Sra. White disse aqui ter recomendado que certas pretendentes não recebessem as licenças.

O terceiro engano no cenário está na alegação de que a igreja considerou a ordenação de mulheres pouco depois de ter começado a licenciá-las, indicando assim que o licenciamento subentendia colocá-las a caminho da ordenação. Já mostramos antes que, em lugar de três anos (1878-1881), que corresponderiam mais ou menos ao tempo normal de hoje entre a licença e a ordenação ao ministério adventista, foi somente dez anos após ter a igreja começado a licenciar mulheres, que ela pensou pela primeira vez em ordená-las. E os acontecimentos que levaram a essa consideração, carecem de mais algumas explicações.

A sessão de 1881, da Comissão de Resoluções da Associação Geral, apresentou o seguinte, para consideração:

“Resolvido: Que as mulheres que possuem as necessárias qualificações para preencher essa posição, sejam, com todo o cuidado, separadas pela ordenação, para a obra do ministério cristão.”7

Após discussão na qual oito delegados trataram do assunto, a resolução foi remetida à comissão da Associação Geral.8 O envio à comissão é uma maneira de obter estudo mais cuidadoso de algo sobre que todo o corpo está inseguro. Também tem funcionado às vezes co-mo meio de lidar com alguma coisa que não passará sem ter sido discutida amplamente. Embora as sessões da Associação Geral fossem realizadas anualmente até 1889 (quando se tomaram bienais), nem a comissão nem qualquer outra entidade jamais reapresentaram o assunto, até anos recentes. Aparentemente, a idéia de ordenar mulheres teve pouco apoio na igreja até o momento. Mas, deu-lhe apoio Ellen White?

O silêncio de Ellen White

A Sra. White não estava presente na sessão de 1881 da Associação Geral. Certamente ela leu o relatório das resoluções na Review poucas semanas depois ou ouviu a seu respeito, por intermédio de seu filho, W. C. White; não dispomos, porém, de nenhum registro dela, tecendo algum comentário de uma forma ou de outra sobre o assunto. Daí ser mais difícil explicar a posição de que ela era favorável à ordenação do que a posição de que ela se lhe opôs. Os defensores da ordenação hoje, negam que seu silêncio emprestou aprovação ao tratamento do assunto. Eles dizem que o silêncio dela deve no mínimo ser visto como permissivo, à luz do seu incentivo às mulheres para tomarem parte na obra da igreja e de sua responsabilidade em advertir a igreja contra o erro.

O silêncio de Ellen White, por si mesmo, não promove nem impede a ordenação de mulheres. Se, porém, ela era favorável, por que não se pronunciou quando a igreja mudou de opinião sobre a ordenação de mulheres? Ela pode simples-mente ter achado que o assunto não tinha im-portância. Ou, se ela achava que a igreja não de-via ordenar mulheres, pode ter deixado de fazer qualquer comentário por achar que não era preciso. Não havia necessidade de nenhum corretivo, porque a igreja não estava certa se de-via ou não começar a ordenar mulheres.

Atitude semelhante tomou ela a princípio, com relação à crise do panteísmo, alguns anos mais tarde. Com relação àquela crise, que surgiu com a publicação do livro Living Temple (Templo Vivo), do Dr. John Harvey Kellogg, escreveu ela que:

“Mais ou menos pelo tempo em que foi publicado Living Temple, passaram ante mim, na calada da noite, representações que indicavam estar-se aproximando algum perigo, e que eu devia para isso me preparar, escrevendo as coisas que Deus me revelara, acerca dos princípios fundamentais de nossa fé. Foi-me enviado um exemplar de Living Temple, mas ficou intocado em minha biblioteca. Segundo a luz que me foi dada pelo Senhor, eu sabia que alguns dos ensinamentos defendidos no livro não traziam o endosso de Deus, e que eram uma cilada preparada pelo inimigo, para os últimos dias. Pensei que tal por certo seria percebido, e que não seria preciso que eu sobre isso dissesse o que quer que fosse.”9

Tivessem os líderes da igreja discernido o perigo dos conceitos encontrados em Living Temple e se voltado contra eles, evidentemente a Sra. White teria dito alguma coisa. Seu silêncio, contudo, não teria sido permissivo no que tange ao panteísmo. Somente quando ficou claro que o erro estava conquistando terreno, ela se pronunciou.

Incumbida de protestar contra a injustiça 

Se negar a ordenação a mulheres fosse (como querem alguns) arbitrário, injusto e opressor, deveríamos esperar que Ellen White dissesse. Ela declarou: “Recebi o encargo de não negligenciar ou passar por alto os que estivessem sendo tratados com injustiça. Foi-me especialmente recomendado protestar contra qualquer ação arbitrária ou despótica para com os ministros do evangelho por parte dos que tivessem autoridade oficial. Desagradável como possa ser o dever, devo reprovar o opressor, e pleitear justiça. Devo apresentar a necessidade de manter justiça e eqüidade em todas as nossas instituições.”10

As mulheres que podiam ter sido atingidas pela resolução de 1881, foram licenciadas como ministras do evangelho, mas os oficiais da igreja não acharam conveniente permitir que fossem ordenadas. A Sra. White falou com veemência em favor de mulheres serem obreiras remuneradas e bem remuneradas, até do dízimo;11 falou sobre a importância de se sustentar os ministros idosos;12 protestou contra o tratamento desigual dispensado aos pastores negros;13 não disse nada, porém, quando a Associação Geral se negou a ordenar como ministras as mulheres licenciadas. Evidentemente, ela não via isto como “arbitrário” “opressor” ou uma questão de “justiça e eqüidade”.

De novo, devemos ter cuidado em não exigir muito, baseados na questão do silêncio. Por enquanto, o silêncio da Sra. White sobre o assunto da ordenação deveria levar-nos a ser menos apressados em afirmar que ela deu apoio ou influiu na questão de levar mulheres ao ministério pastoral ordenado.

A alegação final do quadro que estamos examinando é que Ellen White exigiu que as mulheres fossem examinadas e que fossem pagas com o dinheiro do dízimo. Já examinamos os textos usados para dizer que a Sra. White exigiu que as mulheres fossem ordenadas ao ministério evangélico (ver ”Exigiu Ellen White a Ordenação de Mulheres?” Ministry, dezembro de 1988) e verificamos que eles não fazem tal exigência. Contudo, devemos reconhecer que a Sra. White apelou para que mulheres fossem envolvidas em um ministério pessoal ativo, e que ela prognosticou o pagamento com o dízimo a obreiras que se dedicassem inteiramente a esta obra, “embora se não impusesse sobre elas as mãos da ordenação”14 Não há, porém, nenhuma base em seus escritos nem na história adventista, para se afirmar que a Sra. White defendeu a ordenação de mulheres para o ministério evangelístico.

O ponto de vista da Sra. White

Qual era então o ponto de vista da Sra. White quanto ao ministério das mulheres? Embora não haja indicação de que ela tenha feito apelo no sentido de que as mulheres servissem como anciãs ou pastoras ordenadas, ela apresenta uma perspectiva ampla de serviço para as mulheres na obra de Deus. Ela considerava as mulheres igualmente capazes de realizar uma grande obra para Cristo em contatos pessoais, levar a mensagem para este tempo aos lares e famílias. Reconhecia, e citou, as importantes contribuições que elas poderiam dar nas várias responsabilidades de liderança, bem como na igreja.

Por exemplo, ela defendeu o preparo de mulheres em nossas escolas. Falando de Avondale, escola recém-aberta na Austrália, disse ela: “É desígnio do Senhor que a escola seja também um lugar em que se proveja preparo nos trabalhos femininos. Após enumerar a inclusão de certo preparo doméstico e educacional, acrescenta: Elas “devem estar habilitadas a ocupar qualquer cargo que lhes seja oferecido — superintendentes, professoras de Escola Sabatina, instrutoras bíblicas. Devem estar preparadas para professoras na escola paroquial.”15

Ela descreveu a importância da missão que as mulheres podiam desempenhar: “Admirável é a missão das esposas e mães e das obreiras mais jovens. Se quiserem, podem exercer uma influência para o bem em todos quantos as cercam. Pela modéstia no vestuário e a circunspecção na conduta, podem dar testemunho da ver-dade em sua simplicidade. Podem fazer sua luz brilhar de tal forma perante todos, que outros vejam suas obras e glorifiquem a seu Pai que está nos Céus. Uma mulher verdadeiramente convertida exercerá poderosa influência, transformadora, para o bem. Ligada ao marido ela o pode ajudar em seu trabalho, tomando-se instrumento em animá-lo e beneficiá-lo. Quando a vontade e o caminho são postos em submissão ao Espírito de Deus, não há limites ao bem que se pode realizar.”16

Ao passo que a Sra. White realça aqui o ministério de uma mulher casada, as mulheres solteiras (“as obreiras mais jovens”) também são incluídas. Não é especificado o tipo de obra; incluiría certamente, porém, os vários ramos da obra já verificados. Ela diz que com a modéstia e a simplicidade, tendo a vontade e o caminho trazidos em sujeição a Deus, podem as mulheres deixar que sua luz brilhe, e exercer uma ilimitada influência para o bem.

Na escola de Cristo , as mulheres podem aprender a fazer um bom trabalho para Deus, caso se disponham a esse aprendizado.

Ministério pessoal

Em Testimonies, volume 6, Ellen White publicou um artigo intitulado: “As Mulheres Devem Ser Obreiras Evangélicas.” Talvez ele represente bem o seu ponto de vista sobre as mulheres como obreiras evangélicas realmente vinculadas. Nesse artigo ela acentuou a im-portância da obra pessoal em favor de outros, depois continuou escrevendo sobre a obra que as mulheres devem fazer, após falar sobre o que elas devem ser. “O Senhor tem uma obra para as mulheres, bem como para os homens fazerem. Elas podem realizar um bom trabalho para Deus, caso se disponham a aprender primeiro na escola de Cristo as tão preciosas e importantes lições de mansidão. Cumpre-lhes não somente levar o nome de Cristo, mas possuir-Lhe o Espírito. É seu dever andarem como Ele andou, purificando a alma de tudo o que contamina. Então serão capazes de beneficiar a outros, apresentando a toda-suficiência de Jesus.

“As mulheres podem ocupar seus lugares na obra nesta crise, e o Senhor operará por seu intermédio. Se estiverem imbuídas do senso do dever e trabalharem sob a influência do Espírito de Deus, elas conseguirão o domínio-próprio requerido para este tempo. O Salvador fará refletir sobre as mulheres que se sacrificam, a luz de Sua face, e isto lhes dará um poder que excederá o dos homens. Podem elas realizar nas famílias uma obra que não o podem os homens — uma obra que alcança a vida interior. Podem aproximar-se dos corações daqueles aos quais os homens não podem alcançar. Seu trabalho é necessário.

“Uma necessidade direta está sendo satisfeita pela obra das mulheres que se confiaram ao Senhor e estão prestando ajuda às pessoas necessitadas e afligidas pelo pecado. A obra evangelística pessoal deve ser efetuada. Levem as mulheres que receberam esta obra, o evangelho aos lares das pessoas pelos caminhos e vaiados. Leiam e expliquem a Palavra às famílias, com elas orando, cuidando das enfermidades, aliviando-lhes as necessidades temporais. Apresentem perante as famílias e indivíduos a purificadora e transformadora influência da verdade.”17

Assim, o centro de sua preocupação em favor das mulheres era que estas fizessem trabalho pessoal com mulheres e famílias. Se o fizessem no espírito correto, sob a influência de Cristo, “a luz de Sua face… lhes daria um poder que excedería o dos homens…. Seu trabalho é necessário”.

Esta necessidade continua conosco ainda hoje. Embora alguns considerem essa necessidade como uma razão por que as mulheres deveriam ser ordenadas, a Sra. White vislumbrou mulheres realizando este ministério, sem fazer referência ao seu desempenho como anciãs ou pastoras ordenadas. Ela disse que tal ministério, quando corretamente realizado, é capaz de revelar um poder maior do que o dos homens. É trabalho nobre, necessário. Ao defender dessa maneira o trabalho das mulheres, não o diminuiu ela de forma alguma.18 lugares nos escritos da Sra. White.19 Seu ponto de vista é firme: sem defender a ordenação de mulheres como pastoras ou anciãs, ela insistia em uma participação vigorosa das mulheres, especialmente no ministério pessoal.

O ponto de vista de Ellen White quanto ao ministério das mulheres não requer nenhuma mudança na estrutura ou organização da igreja, embora sua execução revolucione a prática da igreja. Deve-se fazer um grande progresso na obra pessoal, tanto por obreiros de tempo integral como parcial, e por colaboradores voluntários. Se a obra fosse realizada no espírito de Jesus, as mulheres revelariam um poder maior do que o dos homens. Haveria uma explosão no número de membros ganhos para Cristo e Sua verdade, mediante o bondoso e apelante ministério das mulheres. Haveria restauração no relacionamento do lar, quando obreiras piedosas desafiassem os homens a refletir a abnegada supremacia de Cristo em seu próprio relacionamento com suas esposas, e as mulheres honrassem essa supremacia como honrariam a supremacia de Cristo. As famílias seriam fortalecidas e a igreja daria uma largada na estrada, para mostrar a um mundo repleto de famílias magoadas e despedaçadas que diferença faz a prática do domínio de Jesus.

  • 1. Arthur L. White, “Ellen G. White the Person”, Spectrum 4, 2 (Spring, 1972), pág. 7. O questionário está no arquivo, nos escritórios White Estate em Washington, d.C. Há uma fotocópia no Arquivo de Documentos 701 na filial da White Estate, na Andrews University.
  • 2. Review and Herald, 26 de agosto de 1875, pág. 63.
  • 3. Review and Herald, 12 de setembro de 1871, pág. 102.
  • 4. Ver, por exemplo, Review and Herald, 12 de junho de 1879, pág. 190.
  • 5. Manuscrito Liberado * 1215, pág. 1 (Carta 32ª 14 de junho de 1880).
  • 6. Ibidem. Este era um problema que preocupava grandemente a igreja, pois no ano seguinte a Sra. White publicou um folheto de 82 páginas, intitulado: Bible Sanctification: A Contrast of the True and False Theories (Battle Creek, Michigan: Steam Press, 1881). Esta foi uma versão editada de uma série de dez artigos publicados na Review and Herald entre 18 de janeiro e 3 de maio de 1881. Seu aparecimento na forma de folheto no mesmo ano de sua publicação na Review, indica a importância que eles tinham para a igreja. Bible Sanctification foi publicado mais tarde como The Sanctified Life (Washington, d.C.: Review and Herald, 1937).
  • 7. Review and Herald, 20 de dezembro de 1881, pág. 392.
  • 8. Ibidem.
  • 9. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Livro 1, págs. 202 e 203.
  • 10. Review and Herald, 26 de julho de 1906, pág. 8. (Também Mensagens Escolhidas, Livro 1, pág. 33).
  • 11. Ellen G. White, Evangelismo, pág. 492.
  • 12. Ibidem.
  • 13. Testimonies, vol. 9, pág. 223 (Manuscrito 129, 1902).
  • 14. Manuscrito Liberado * 330, pág. 1 (Manuscrito 43?, 1898). Também Obreiros Evangélicos, pág. 452.
  • 15. Evangelismo, pág. 475 (Carta 3, 1898).
  • 16. Idem, págs. 467 e 468 (Manuscrito 91, 1908).
  • 17. Testimonies, vol. 6, págs. 117 e 118.
  • 18. Ela alertou a outros sobre esse perigo: “Os Ad-ventistas do Sétimo Dia não devem de maneira alguma diminuir o trabalho das mulheres.” Evan-gelismo, págs. 492 e 493.
  • 19. Ver, por exemplo, Serviço Cristão, págs. 27-29; Evangelismo, págs. 459-461, 464-478 e 491-493; Obreiros Evangélicos, págs. 452 e 453; Beneficência Social e Conselhos Sobre Saúde. Ela pede tam-bém que as mulheres se envolvam em obra médica missionária, algumas como médicas e enfermeiras, outras como não profissionais.