Pregar é algo que se faz, não só com a boca, mas com o corpo todo. A pesquisa indica que, quando se prega, os ouvintes são mais influenciados pelo que vêem do que pelo que se diz. Podemos não gostar disto, mas nossa linguagem corporal pode falar de maneira tão alta que dificilmente as pessoas ouvem nosso sermão. São apresentadas aqui boas maneiras para melhorar a linguagem corporal:

1. Cuidado com os maneirismos

Os maneirismos não são propriedade exclusiva do pregador. Observe o lançador de beisebol quando se prepara para lançar; o batedor, quando se prepara para bater; o jogador de basquetebol na linha de lançamento livre ou o tenista prestes a servir. Cada qual seguirá, quase que invariavelmente, precisamente a mesma rotina de maneirismos sem sentido, antes de pôr a bola em movimento. Estes maneirismos são tão inerentes ao jogador que este não os percebe, embora não se sinta bem sem eles.

As probabilidades são: você fazer inconscientemente muitos movimentos sem sentido no púlpito. Pode movimentar a Bíblia ou as anotações, ajeitar o paletó, enfiar a mão nos bolsos e tirá-las, ou sentir-se inquieto com os óculos. Estes maneirismos provavelmente sejam tão inconscientes para você, embora necessários, como o são para o atleta os seus. O problema é que seus maneirismos podem distrair a tal ponto a atenção das pessoas que estas tenham dificuldade de se concentrar na mensagem.

A esposa de um ministro metodista centro-americano sempre enfileirava a família para verificar-lhe a aparência antes de ir para a igreja. Seu ritual incluía desdobrar e examinar o lenço de seu marido. Ela sabia que um de seus maneirismos no púlpito era enrolar o lenço para trás e para a frente entre os dedos enquanto falava, e ela ficava pasmada ao pensar que ele pudesse fazer isso algum dia com um lenço “sujo”. Sua esposa pode não ser instruída em teologia ou retórica, mas ganhará em distrair os maneirismos numa correria. O único problema é se ele ou ela se aventuram a dizer a você — e se você é bastante cuidadoso para mudar.

2. Desenvolva os gestos na conversação diária

O lugar de aprender a gesticulação é na conversação diária. Observe como as pessoas se expressam com naturalidade, tanto por meio dos movimentos do corpo como das palavras. Qualquer tom de voz ou maneirismo incomum que está fora de lugar na conversa amigável, está também fora de lugar no púlpito. A afetação não só desvia a atenção dos ouvintes, mas chama nossa experiência cristã para a questão. Jesus “aniquilou-Se a Si mesmo” (Filip. 2:7).

3. Esteja certo de que seu corpo e boca estão em harmonia

Deveria você movimentar-se de um lado para outro do púlpito ou plataforma quando prega? O movimento do corpo, que não diz nada, pode desviar muito a atenção dos ouvintes. Logicamente, é durante o tempo que você se movimenta de um lugar para o outro, que seu sermão produz uma transição de uma direção para outra. O movimento corporal pode ajudar os ouvintes a visualizarem a transição.

Deveria você debruçar-se sobre o púlpito ou chegar perto do microfone? Inclinar-se para a frente pode indicar intimidade, apelo. A principal questão não consiste em a pessoa inclinar-se, mas estar certa de que seu gesto está reforçando sua mensagem, em lugar de estar com ela interferindo. Certifique-se de que seu corpo está em sintonia com sua boca.

4. Mantenha os olhos no alvo

Uma vez que os olhos são as janelas da alma, os seus devem centralizar-se primeiramente, não no teto, nem nas anotações, mas nas pessoas cuja alma você está alimentando. Jamais permita que a iluminação insuficiente ou as lentes coloridas lhe impeçam os olhos de falarem às pessoas. Se sua congregação não pode ver-lhe os olhos e a expressão de sua face, ela pode perder metade do sermão.

5. Veja-o, sinta-o e se esqueça dele

Veja-o. Veja as cenas em sua mente, quando prepara o sermão, e você usará naturalmente os gestos para descrever aquilo que vê. Veja-se falando do púlpito. Não permita que o Calvário esteja lá no alto de sua mão direita na primeira parte do seu sermão, e depois lá embaixo, à sua esquerda, no restante dele. Imaginar-se vendo a cena a partir do púlpito, quando se prepara o sermão, impede que se pratique erro tão gritante.

Sinta-o. Os gestos improvisados, com mais facilidade resultam, não do ensaiar demais, e, sim, de sentir mais. Os sentimentos encontram naturalmente expressão no piscar dos olhos, no franzir as sobrancelhas, em comprimir os lábios ou no enrijecimento dos músculos, quando todo o corpo fala. Em geral, quanto mais você se preocupa com as anotações, mais difícil se toma usar bem os gestos. Seguir as anotações toma difícil sentir seu sermão quando você fala.

Esqueça-se dele. O gesto deve ser o produto espontâneo do sentimento presente, do contrário lhe parecerá estranho, e ridículo a seus ou-vintes. No púlpito, concentre-se principalmente em três coisas: seu assunto, seu auditório e naquilo que você deseja que seu tema realize em favor do auditório. Então seus sentimentos e movimentos virão naturalmente e você confiará no poder do Espírito Santo para ajudá-lo a levar Cristo às pessoas.

Floyd Bresee