Que resultados produziu a primeira conferência sobre a missão do Sistema Adventista da Saúde/Sunbelt? Quantas decisões foram tomadas?
Qual a missão dos hospitais adventistas? O presidente do Sistema Adventista de Saúde/Sunbelt (SAS/Sunbelt), Mardian Blair, acredita que a resposta a esta pergunta é fundamental para o futuro dos hospitais adventistas. Dessa maneira, criou a Conferência Sobre a Missão em Orlando, Flórida, no final de semana de 25 a 28 de janeiro de 1990.
A finalidade da conferência foi mostrar o que os hospitais estão fazendo para cumprir sua missão, ouvir o conselho de líderes da igreja e trazer à tona aspectos que precisam ser remetidos à obra de tratamento da saúde que satisfaça as expectativas da igreja.
Estiveram presentes uns cento e vinte e três líderes relacionados com a saúde e a igreja, entre os quais representantes de Uniões, Associações, diretores de hospitais, pastores, médicos, capelães, representantes de SAS dos Estados Unidos, ocidentais, NEMA e os editores do Ministry e Southern Tidings.
Numa sessão matinal do comitê-diretor da comissão, Blair declarou: “Gostaria que tudo fosse colocado na mesa. Nada deve ser ocultado.” Com esse espírito, determinou que a pesquisa entre os administradores da igreja, os ministros e os médicos adventistas buscasse pontos de interesse comuns. E trouxe os resultados aos delegados da conferência, para discussão.
Os pesquisadores entrevistaram 49 indivíduos (20 pastores, 21 médicos SAS/Sunbelt e 8 presidentes de Associações) e, durante entrevistas de 45 minutos, procuraram saber, por meio de perguntas inteligentes, o que eles pensavam a respeito da missão dos hospitais adventistas e os pontos de interesse sobre a operação dos hospitais SAS/Sunbelt.*
As conclusões foram distribuídas em seis categorias principais, e estas se tornaram os temas da Conferência sobre Missão, como segue: 1) a visão da missão; 2) barreiras para entender a missão; 3) critérios para medir o sucesso da implantação da missão; 4) como envolver os cristãos de outros credos na missão de cuidar da saúde; 5) a observância do sábado; e 6) unir o cuidado da saúde e os ministérios da igreja.
A primeira e mais importante descoberta foi que os presidentes, os médicos e os pastores entendem a missão cada qual a seu modo — muitas vezes cada um de maneira diferente do outro. Em praticamente todas as perguntas feitas, os resultados dos três exemplos foram diferentes. E talvez aqui esteja a realidade da qual vêm algumas das perguntas que estão sendo feitas presentemente sobre a missão dos hospitais adventistas.
Todas as perguntas feitas na pesquisa foram discutidas de várias maneiras na conferência. Em primeiro lugar, tanto o líder de uma igreja como o de um hospital fizeram uma breve apreciação sobre cada uma das questões. Em seguida, os participantes se dividiram em pequenos grupos e discutiram cabalmente cada questão. Seguiu-se uma discussão plenária na qual os representantes de cada um dos grupos menores relatou as sugestões feitas em seus grupos. Finalmente, os participantes puseram em ordem suas sugestões, votando suas opiniões de acordo com a ordem de importância destas. Os votos foram contados em um sistema computadorizado que projetou os resultados numa grande tela onde todos podiam vê-los.
O resultado da pesquisa preliminar da conferência deu mais de 80 páginas. É apresentado um breve resumo das constatações em um box que acompanha este artigo. Mudanças significativas de concepção aconteceram sem discussão.
Não houve unanimidade com respeito ao emprego de pessoas de outras denominações, como enfermeira-chefe e chefe de departamento. Houve acordo amplo mas não unânime, quanto aos vice-diretores e diretores dos hospitais serem adventistas. A mesma unidade já não houve quanto a pessoas de outras denominações servirem nos quadros do hospital.
A observância do sábado entrou em discussão, sendo precedida por uma agitada apresentação feita por Des Cummings Júnior sobre os milagres de Jesus realizados no sábado. Ele ressaltou, por exemplo, que nenhum dos sete indivíduos que Jesus curou no sábado tinha um problema agudo, de maneira que todas as curas poderiam ter sido adiadas sem perigo para a vida do paciente.
Na pesquisa que antecedeu à conferência, houve críticas severas a atividades no sábado, mas virtualmente nenhuma sugestão foi feita quanto à maneira de promover uma abertura importante quanto à observância do sábado.
A conferência foi premeditadamente planejada para ocorrer num fim-de-semana, para permitir que os participantes e suas respectivas esposas adorassem juntos. Na sexta-feira à noite e sábado de manhã, as atividades religiosas foram realizadas na bela igreja luterana, no centro da cidade de Orlando. Ali, uma coisa ficou patente: O Sistema de Saúde destina-se a utilizar sua situação privilegiada; isto é, nos Estados Unidos é mais comum os membros encontrarem adventistas em nossos hospitais do que em qualquer outro lugar.
Durante uma reunião da conferência, realizada no sábado, o presidente anterior do SAS/US, Don Welch, contou que havia ido à sala de espera do Hospital Flórida fazer uma ligação telefônica. Enquanto esperava, notou que dois visitantes discutiam sobre onde deviam comer. Um deles disse que o restaurante do andar superior estava fechado porque “os adventistas não comem no sábado!” Isto levou a intensa discussão sobre tornar o sábado o dia mais importante da semana na questão alimentar. Os delegados discutiram também a viabilidade dos serviços que cuidam da saúde e a importância de ter adventistas de plantão para promover um ambiente espiritual dinâmico no hospital durante as horas do sábado.
Os participantes deram nota 4,4 para a sua satisfação com a conferência, numa escala de 5,0. Está planejada outra conferência para o início de 1991. Uma coisa é certa: quando os pontos de vista são tão variados, como o revelou a pesquisa da conferência preliminar e da conferência propriamente dita, é vital que o pessoal do hospital, os líderes da igreja, os pastores e os médicos se reúnam muitas vezes para procurar chegar a consenso.
O que aconteceu, precisamente, em janeiro? Como salientou o presidente Blair na manhã seguinte à conferência: “Esta foi uma das reuniões mais notáveis a que já assisti no Sistema de Saúde. É o importante começo de um novo período de discussão regular aberta, a fim de que o Sistema Adventista de Saúde possa esclarecer e prosseguir em sua missão até que o Senhor volte.”
Dr. Roy Naden, professor de Educação Religiosa na Andrews University
“O sistema de saúde defendido pelos adventistas vem alcançando boa aceitação entres os membros de nossa igreja, bem como entre pessoas de fora.”