Muitas pessoas já sabem que as chamadas carnes vermelhas (vaca, porco, carneiro, etc.) não representam o melhor para a saúde. Mas o que sabem elas a respeito das carnes brancas (peixe, galinha), recomendadas por autoridades de saúde?
Quando os pesquisadores descobriram que as gorduras saturadas exerciam papel decisivo na elevação das taxas de colesterol no sangue, os cientistas passaram a recomendar o abandono das carnes vermelhas e o uso das carnes brancas, considerando que estas contêm uma quantidade menor de gordura, e muito menos ainda gorduras saturadas, do que aquelas.
Agora há uma livre oscilação do pêndulo voltando mais no rumo da abstenção do colesterol na dieta, do que da preocupação com as gorduras saturadas. A origem do colesterol é apenas animal, enquanto que as gorduras saturadas vêm de animais e plantas. Entretanto 70% das gorduras saturadas é de origem animal.
O Dr. Jeremias Stamler, renomada autoridade em fatores de riscos de ataques
cardíacos, reexaminou quatro grandes grupos populacionais e descobriu alguns fatos interessantes. Aquelas pessoas que consumiam 2 mil calorias diárias, absorviam 200 miligramas de colesterol (uma gema de ovo grande contém 213 miligramas) e elevavam sua taxa de colesterol para 600 mg diárias, aumentando assim os riscos de ataque do coração em 30%. Se eles conseguirem reduzir de 600 para 200 mg, automaticamente também diminuirão os
riscos de morte por ataque cardíaco, e até por câncer, em 37%. Isso é equivalente a cerca de mais três anos e meio de vida.
O Dr. Stamler estabelece ainda que se nós conseguirmos eliminar o colesterol da dieta, as gorduras saturadas cuidarão de si mesmas. Ele esclarece que, segundo experiências realizadas com animais, pequenas doses de colesterol poderão causar endurecimento das artérias, muito embora não apresentem considerável aumento de colesterol no sangue. Noutras palavras, uma pessoa necessita alimentar-se adequadamente, com uma dieta pobre em colesterol, mesmo se o nível dessa substância seja normal.
Já o Dr. Blankenhorn, da University Of Southern California, colocou pacientes portadores de artérias coronárias bloqueadas sob uma dieta de menos de 250 mg de colesterol e menos de 8% de calorias diárias como gorduras saturadas. Ao examiná-los, após um ano, ele encontrou que suas artérias estavam mais bloqueadas do que antes. Na verdade, a dieta não fora suficientemente boa para ajudá-los.
Por sua vez, o Dr. Ornish tinha pacientes com artérias bloqueadas sob uma dieta que era baixa em gorduras saturadas e que permitia apenas 12 mg de colesterol
(um copo de leite desnatado contém 5 mg). Um ano depois, suas artérias apresentavam melhoras e começaram a se desobstruírem. O Dr. Ornish também submeteu seus pacientes a exercícios e técnicas de relaxamento. O que realmente fez a diferença foi a abstenção de colesterol.
Mas, afinal, o que tem tudo isso a ver com as carnes de galinha e de peixe? Para todos os efeitos práticos, carne de galinha contém tanto colesterol quanto carne de vaca. Há 69 mg de colesterol em 100 g de carne de galinha servida numa refeição, e 70 mg na mesma quantidade de carne de vaca. Galinha é um alimento rico em colesterol, ainda que não ocorra o mesmo em relação às gorduras saturadas.
Mas o que acontece se alguém usa apenas a carne branca, frango frito por exemplo, removendo-lhe a pele e escaldando-o para tirar a gordura? Evidentemente isso é melhor, desde que reduz a quantidade de gordura; mas em proporção equivalente ao seu peso, ainda conserva bastante colesterol. Carnes magras, por exemplo, possuem ligeiramente mais colesterol do que as gordas, levando-se em conta o seu peso.
Nesse caso, alguém poderia argumentar, não seria melhor o peixe? Ora, também o peixe não é um alimento com baixo nível de colesterol. Contém entre 40 a 60 mg em cada 100 gramas. Consumidores de peixe possuem maiores níveis de colesterol no sangue do que ovo-lacto-vegetarianos e, portanto, correm alto risco de ataque cardíaco.
Pesquisas mostram que o peixe pode baixar o nível de gordura no sangue, mas, nesse processo, eleva o nível do mau colesterol (LDL). Então por que incentivar o seu uso como alimento?
O fator EPA
Na Holanda, pesquisadores descobriram que as pessoas que comem aproximadamente 30 g diárias de peixe, tinham 50% mais ataques cardíacos do que os que não comiam. Alguns supunham então que isso se dava em virtude da presença do gorduroso ácido EPA (eicosapentaenoic acid) responsável para proteger o sangue contra a coagulação. Depois, no entanto, estudos feitos no Canadá e na Noruega, revelaram que tanto os consumidores de peixe como os não consumidores, não diferem nos percentuais de ataques do coração. Mesmo o estudo original realizado na Holanda mostrou que o peixe contém pouco EPA.
Esse ácido reduz a capacidade de coagulação sanguínea que é o que finalmente causa o ataque cardíaco em muitos pacientes. Em virtude de que consomem muito EPA, os esquimós apresentam baixos índices de mortes causadas por ataque do coração. Entretanto, o percentual de mortes entre eles, causadas por paralisia em virtude de esgotamento, é de 34 a 40% mais que a média das pessoas.
A ação anticoaguladora do EPA é semelhante à da aspirina. Quando os médicos dão aspirina a alguém que sofreu um ataque cardíaco, isso reduz o risco de um segundo ataque, em cerca de 50% dos casos. No entanto, o risco de morte causada por uma paralisia, devido a hemorragia, cresce a 15%. Se uma pessoa que foi vítima de um ataque cardíaco toma aspirina, ou qualquer outro medicamento anticoagulatório, e então consome muito peixe, o risco de sofrer uma hemorragia cerebral aumenta.
As pessoas que consomem óleo de canola, linhaça ou soja, adquirem ácido alfalinoleico o qual muitas vezes, no organismo, se transforma em EPA. Usualmente quando o corpo adquire o bastante daquilo que necessita, não produz mais. Por isso é provavelmente mais seguro obter o EPA de fontes vegetais, em lugar de carne de peixe.
Risco de câncer
Qual é o risco de câncer entre aqueles indivíduos que se alimentam de peixe? Em virtude da poluição ambiental, muitas espécies de peixes contraem câncer. As águas nas quais eles vivem chegam a ter 900 substâncias químicas.
Há um outro risco em se comer carne de peixe. Autoridades médicas advertem que diabéticos não podem consumir óleo de peixe em virtude de que ele inibe a produção de insulina. Alguns recentes estudos estão revelando que mesmo não diabéticos estão sendo acometidos por esse mal.
Mais e mais autoridades da Nutrição estão dizendo que mesmo o melhor dos alimentos deve ser usado parcimoniosamente. Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde recomenda peixes e aves em pequenas porções, e o menos frequentemente como prato principal. O Conselho de Medicina Responsável está recomendando quatro grupos básicos de alimento, compostos de frutas, grãos, vegetais e cereais. Isso está muito próximo da dieta original recomendada para os seres humanos no Gênesis. O Conselho esqueceu-se de incluir as nozes que, segundo recentes estudos, também ajudam na prevenção dos riscos de ataque cardíaco.
Os adventistas foram orientados quanto aos perigos do uso de peixe: “Em muitos lugares os peixes ficam tão contaminados com a sujeira de que se nutrem, que se tornam causa de doenças. Isto se verifica especialmente onde o peixe está em contato com os esgotos de grandes cidades. Peixes que se alimentam dessas matérias, podem passar a grandes distâncias, sendo apanhados em lugares em que as águas são puras e boas. De modo que, ao serem usados como alimento, ocasionam doenças e morte naqueles que nada suspeitam do perigo.” — A Ciência do Bom Viver, págs. 314 e 315.
De acordo com a luz que vem através do Espírito de Profecia, da Ciência, e da posição do Concilio de Nutrição da Associação Geral, a melhor dieta é a vegetariana — sem carnes vermelhas ou brancas.