“Gostei muito do seu sermão, pastor.”

Quantas vezes já ouviu você isto?

E quantas vezes já foi tentado a dizer:

— Mas irmã, ele não se destinava a agradar! Na verdade, eu esperava que ele a deixasse preocupada!

Como você pode saber se seu sermão é eficiente?

Eu costumava pensar que o nível das respostas do auditório durante o sermão, fosse um bom indicador de quão eficaz era a minha pregação. Todavia, a receptividade é culturalmente condicionada. Recentemente, falei a um grupo que costumava responder com altos améns e outras expressões, para incentivar o pregador. Na noite anterior ao meu sermão, aquele grupo fora levado a um ponto febril, por um evangelista que sabia como apertar todos os botões. Contudo, preguei um sermão que apelou para outro tipo de resposta. Devo admitir que comecei um pouco preocupado, pois os améns eram esparsos e pouco entusiasmados. No fim, porém, o silêncio e o espírito de meditação que envolvia a congregação diziam que a mensagem havia atingido o alvo.

Quando pregador inexperiente, procurava transmitir uma forma de reação ao sermão, para ver como me estava conduzindo. Não obstante, um ancião local me alertou para o fato de que aquele expediente poderia levar-me a “divertir as galerias” e a “proferir coisas agradáveis”, de maneira que o abandonei.

Finalmente, há outro fator que exerceu influência sobre minha decisão de abandonar o plano: a honestidade das pessoas. Era bastante desanimador saber o que elas realmente pensavam de meus sermões.

Poucos pregadores têm a coragem de usar coerentemente, formas de reações ao sermão. E por uma razão muito simples.

Para você, pregador, cada sermão proferido é cumulado de bagagem emocional. Após ter trabalhado com a idéia, ido atrás de ilustrações, orado pela bênção espiritual e se esforçado para encontrar as palavras apropriadas, você tem uma forte ligação com o produto acabado.

Durante e após a apresentação, o sermão é o seu bebê — seu próprio filho. E embora deseje que ele pudesse ter sido apresentado melhor, ou que fosse mais polido, ele ainda é o seu filho. O resultado da semente do Espírito Santo plantada em sua mente.

Não levou muitos meses de paternidade para eu descobrir que nem todas as pessoas achavam engraçados os gracejos do meu filho. As pessoas que não têm ligações emocionais com uma criança, muitas vezes acham seu comportamento mais irritante do que divertido. O mesmo pode ser verdade com respeito aos sermões.

Mas a pessoa que responde a uma forma de análise de sermão, pode desconhecer que sua análise imparcial, prática, fere o pregador tão fortemente como a crítica de um membro da família. E os ouvintes que compreendem isto, talvez não sejam tão francos em suas críticas.

Assim, usar uma forma de reação ao sermão, pode ser desanimador. E aceitar chavões congratulatórios à porta, dificilmente é útil.

Como, então, pode você saber se seu sermão é bem-sucedido?

Muitos livros sobre pregação tratam quase que exclusivamente de técnicas de preparo e apresentação de sermão, sem muita preocupação em saber se este foi realmente eficaz. Recentemente, porém, li o capítulo intitulado: “Os ouvintes da Igreja”, em Persuasive Preaching Today (A Pregação Persuasiva Hoje), de Ralph L. Lewis (Wilmore, Ky: Asbury Theological Seminary, 1979). Depois de mostrar que “são necessários dois para se fazer um sermão — um pregador e um ouvinte”, o Dr. Lewis enumera e descreve segredos que ajudam o sermão a comunicar. Com o título “Conexão ou Terreno Comum”, ele trata do conhecimento do auditório, da análise do auditório e da adaptação ao auditório. Em seguida, apresenta pontos específicos para desfazer as dúvidas naturais dos ouvintes com relação ao pregador, e para conseguir harmonia e aceitação. Salienta também a importância de estar num terreno comum com os ouvintes — de saber quais as suas necessidades e estar capacitado a falar em linguagem que lhes seja familiar.

Talvez a melhor maneira de conferir rotineiramente o nosso sucesso como pregador, seja ter um registro de verificação pessoal baseado numa fonte autorizada como o livro de Lewis, para analisar cada sermão.

Para saber se sua análise é correta, experimente fazer uma ligeira alteração na forma de reação ao sermão. Procure distribuir breves formas de reação ao sermão, usando apenas um ou dois critérios por semana, que peçam aos ouvintes para responderem a sua eficácia. Você poderá usar algum tempo para explicar o significado dos critérios enumerados, mas uma vez que seus ouvintes entendam o que se pretende, eles acharão mais fácil preencher essas breves formas, do que fazer a análise em profundidade, requerida pelas formas mais longas. Assim, talvez você possa receber uma porcentagem maior de respostas.

E as respostas serão mais fáceis para você também. Este método pode levar um pouco mais de tempo para revelar se você se está realmente comunicando ou não. No fim de várias semanas, porém, você observará um quadro de fraquezas e forças, e reconhecerá que estas o ajudarão a se tornar um pregador mais eficiente. — Kenneth R. Wade