O horizonte do ano de 1992 já está quase mostrando o seu colorido crepuscular. É momento de reflexão, avaliação, e estabelecimento de propósitos para o próximo ano. Certamente este foi um ano de muitos embates, mas a poderosa mão do nosso Deus sustentou-nos e guiou-nos a significativos triunfos. Isso nos dá a certeza de que o futuro será brilhante, sem nada a temer, “a menos que nos esqueçamos a maneira maravilhosa pela qual Deus guiou o Seu povo no passado”, como diria Ellen G. White.

Os escritos do apóstolo São Paulo nos oferecem três idéias para reflexão, a propósito do final de mais um ano. Primeiramente, diz ele ”… e sede agradecidos” (Col. 3:15). Esse deve ser o sentimento transbordante em nosso ser, ao rememorarmos as vitórias concedidas ao longo dos dias passados. O Senhor nos outorgou o indizível privilégio de labutarmos lado a lado com Ele na salvação de almas. Assim, fomos Seus instrumentos, utilizados para levar alívio às almas dilaceradas pela dor, salvação aos perdidos, união aos desgarrados, alegria aos entristecidos.

Mesmo no exercício de tão nobre missão, também enfrentamos momentos marcados por aparentes reveses. Devemos ser agradecidos também por essas ocasiões. Elas sempre são obreiras nas mãos divinas, para formação do nosso caráter; representam oportunidades áureas para o exercício da fé. “Em tudo dai graças…” (I Tes. 5:18).

A segunda idéia a ser ressaltada está em Filipenses 3:13 e 14: “ .. .esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” .

Paulo está falando da caminhada em busca da perfeição cristã. Mas podemos aplicar seu ensino às lutas do ministério. Há, sem dúvida, muita coisa que desejamos, necessitamos e, felizmente, podemos esquecer: os erros cometidos, os deslizes pessoais, os supostos males feitos a nós, as incompreensões, etc. Nada disso deve estorvar-nos em nossa prossecução “para o alvo” dos ideais estabelecidos para o nosso trabalho.

Nem mesmo deveriamos nos permitir ficar deitados nos louros de vitórias memoráveis obtidas ontem. Sem demonstrarmos ingratidão para com um passado de glórias, precisamos ter em mente que nosso alvo é prosseguir. As maiores vitórias ainda estão diante de nós.

Finalmente, convém meditar no conselho dado aos Efésios: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” (Efés. 5:15 e 16).

O ministro de Deus não tem o direito de viver para o que é banal e fútil. Cada minuto que lhe é concedido é por demais precioso para ser esbanjado em quinquilharias intelectuais, ou mesmo espirituais. Nada menos que estar preparado ao máximo; crescer espiritualmente segundo o Modelo — Cristo Jesus, é o que dele se requer. A Igreja não espera menos que isso, o rebanho tampouco, muito menos o Céu.

Portanto, aproveitar o tempo naquilo que “é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável e de boa fama (Fil. 4:8), é o ideal do verdadeiro ministro.

Os acontecimentos que estão tendo lugar ao nosso redor apontam para o fim iminente da história do mundo, e conseqüente retorno do Senhor Jesus Cristo. Como Seus mordomos, devemos ser encontrados fiéis na execução da tarefa que nos foi confiada: cuidar da Sua caríssima aquisição — o rebanho comprado com Seu precioso sangue —, e a salvação dos perdidos. Nisso, não temos tempo a perder.

Zinaldo A. Santos.