O sonho de todo pastor é ver Cristo voltando, poder apresentar-Lhe uma igreja “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”, e ouvir dos lábios do Mestre: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mat. 25:23).

Todo pastor é consciente da missão que Deus lhe confiou. O perigo é confundir as coisas. É certo que a Igreja deve pregar o evangelho “a toda nação, tribo, língua e povo”, assim como é verdade que esse objetivo deve ser alcançado com a participação de cada membro: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas” (Atos 1:8). Mas pregar o evangelho simplesmente por pregar não é missão. “Deus poderia haver realizado Seu desígnio de salvar pecadores sem o nosso auxílio”,1 diz Ellen White, e acrescenta: “Deus poderia ter proclamado Sua verdade por meio de anjos sem pecado.”2

A Bíblia é contundente ao afirmar que o ser humano poderia ser dispensável na pregação do evangelho. Jesus mesmo afirmou: “… se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Luc. 19:40). Por que então Ele enfatizou a participação de cada filho Seu? Há pelo menos oito razões apresentadas por Ellen White. Vejamos:

E prova de verdadeira conversão. “O espírito de Cristo é espírito missionário. O primeiro impulso do coração regenerado é levar outros também ao Salvador.”3 “Não há pessoa verdadeiramente convertida que viva vida inútil e ociosa.”4

E o segredo do crescimento na vida cristã. “O único meio de crescer em graça é achar-se interessado em fazer exatamente a obra que Cristo nos ordenou fazer.”5

E o plano divino para desenvolver caráter semelhante ao de Jesus. “Deus poderia haver realizado Seu desígnio de salvar pecadores sem o nosso auxílio; mas a fim de desenvolvermos caráter semelhante ao de Cristo, é-nos preciso partilhar de Sua obra.”6

E o plano divino para fortalecer a fé. “Deve-se fazer na igreja uma obra bem organizada, para que seus membros saibam como comunicar a luz a outros e assim fortalecer a própria fé e aumentar o seu conhecimento. Ao repartirem o que de Deus receberam, firmar-se-ão na fé. A igreja que trabalha é igreja viva.”7

É o método de Cristo para promover um reavivamento saudável. “Coisa alguma proporcionará tanto vigor à vossa piedade, como trabalhar para promover a causa que professais amar, em vez de estorvá-la.”8

E o antídoto contra a dissidência e apostasia. “Muitos há que professam o nome de Cristo, e cujo coração não está empenhado em Seu serviço. Colocaram-se simplesmente numa profissão de piedade, e por esse mesmo ato aumentaram o tamanho de sua condenação, e se tomaram mais enganosos e mais bem-sucedidos agentes de Satanás, para a ruína de almas.”9

E o remédio para a mornidão espiritual. “Não há senão um remédio verdadeiro para a indolência espiritual, e esse é trabalhar — trabalhar pelas almas que necessitam de vosso auxílio.”10

E a melhor maneira de preparo para a volta de Cristo. “Estamos no tempo de espera. Mas este período não deve ser despendido em abstrata devoção. Esperar, vigiar e o atento trabalho, devem ser combinados.”11

Se você, como pastor, sonha com uma igreja convertida, amadurecida na experiência cristã, que reflita o caráter de Jesus Cristo, fortalecida na fé e reavivada; se deseja ter uma igreja saudável, protegida contra a apostasia, faça com que cada membro participe da missão.

Eis aqui mais um conselho inspirado: “A melhor ajuda que os pastores podem prestar aos membros de nossas igrejas não consiste em pregar-lhes sermões, mas em planejar trabalho para que o façam. Dai a cada um algo para fazer em prol de outros. … Se postos a trabalhar, o desanimado logo esquecerá o seu desânimo; o fraco ficará forte; o ignorante, inteligente; e todos aprenderão a apresentar a verdade tal qual é em Jesus.

“O primeiro impulso do coração regenerado é levar outros ao Salvador.”

Referências:

1 O Desejado de Todas as Nações, pág. 142.

2 Atos dos Apóstolos, pág. 330. 3 O Grande Conflito, pág. 70.

4 Parábolas de Jesus, pág. 280.

5 Serviço Cristão, pág. 101.

6 O Desejado de Todas as Nações, pág. 142.

7 testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 68.

8 Serviço Cristão, pág. 98. ’ Ibidem, pág. 96.

10 Ibidem, pág. 107. 11 Ibidem, pág. 85.12 Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 323.

Alejandro Bullón, Secretário ministerial da Divisão Sul-Americana