Havia mais de 200 anos desde que Jacó entrou no Egito; mesmo sem ter revelações, a situação de seus filhos era normal e até de tranqüila prosperidade e paz. Os anos se passaram e José morreu, o que sem dúvida, causou preocupação entre seus familiares. “Entretanto se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós.” (Êxodo 1:8 e 9.)

A preocupação do monarca egípcio era justificada pois “…e seu número crescente excitava agora os temores do rei de seu povo, não acontecesse em caso de guerra se unissem eles com os inimigos do Egito. Contudo, a prudência vedava o seu banimento do país”. — Patriarcas e Profetas, pág. 246. Ao optar impondo-lhes trabalhos forçados, e altos impostos, os converteu em escravos.

Nessas circunstâncias apareceu o Senhor disposto a intervir pelos Seus.

Quando parecia que não havia esperanças de libertação, Deus conservou milagrosamente a vida de Moisés a quem, posteriormente haveria de executar os Seus planos. “.. .Certamente vi a aflição do Meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento.” (Êxodo 3:7) Enquanto tudo isso acontecia, “os anciãos de Israel foram instruídos pelos anjos de que o tempo para o seu libertamento estava próximo…” — Patriarcas e Profetas, pág. 250. Apesar de Moisés ter sido instruído pelos anjos e ser comunicado que foi escolhido por Deus para pôr fim a terrível escravidão, planejou iniciar o cumprimento de sua missão matando um egípcio; este ato que era tão comum, como o é em nossos dias; tratou de reprimir o erro com a força; assim Moisés necessitou 40 longos anos para aprender as lições que o habilitariam para realizar a tarefa e cumprir sua missão. Nós também devemos aprender muitas lições ao invés de desaprender outras, antes que Deus nos possa usar com eficiência.

Um dia, enquanto Moisés apascentava as ovelhas do seu sogro em Horebe, Deus Se manifestou através de uma sarça. Foi nesse maravilhoso encontro, seguido de um prolongado diálogo, que Deus expôs o desafio e Moisés demonstrou uma série de desculpas, mas o Senhor o assegurou: “Eu serei contigo…” (Êxodo 3:12)

Deus em Sua misericórdia e paciência concedeu a Moisés uma demonstração palpável do poder que o acompanharia: “Perguntou-lhe o Senhor: Que é isso que tens na mão? Respondeu-lhe: Uma vara. Então lhe disse: Lança-a na terra. Ele a lançou na terra, e ela virou cobra. E Moisés fugia dela”. (Êxodo 4:2 e 3)

Através do relato bíblico, sabemos todas as maravilhas que Deus realizou para levar o Seu povo até a terra prometida.

Devido a desconfiança em suas próprias habilidades, Deus encontrou em Moisés um instrumento idôneo, com possibilidades de ser apto. Assim é também conosco hoje, quando como ministros reconhecemos nossas limitações, Deus nos concede sabedoria e forças. Temos em nossas mãos o poder que o Senhor Jesus prometeu antes de ascender aos Céus. “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas.” (João 14:26).

Que o ano de 1993, denominado como o Ano do Pastor, cada ministro adventista experimente a ardente convicção de que ao dedicar sua vida ao Senhor, seu trabalho não será em vão, sentindo na mensagem do evangelho que prega, o sabor de vida para vida que contém uma gloriosa esperança de recompensa eterna.

José Amasias Justiniano.