O autor apresenta, numa série de três artigos, sete sinais vitais enumerados pelo Dr. Peter Wagner, autoridade em crescimento de igreja. Neste número, aparecem apenas os dois primeiros desses sinais. 

primeiro sinal vital apresenta do por Wagner, é: “Um pastor idealizador de possibilidades, e cuja liderança dinâmica foi usada para catalizar todas as atividades da igreja numa ação de crescimento”. Podemos ver isso nas igrejas grandes e em desenvolvimento, como a Catedral de Cristal em Garden Grover, Califórnia, na qual se distingue a figura de Robert Schüller, um pensador de possibilidades, ou qualquer dos líderes das vinte igrejas maiores do mundo. Por exemplo, a Igreja Central do Evangelho Completo em Seul, Coréia, tem à frente outro grande líder: Paul Yonggi Cho. Os líderes dessa igreja acham que os pequenos grupos são canais apenas para o crescimento, mas a grande razão está na fé de sua equipe de pastores, nas orações atendidas e na obra do Espírito San-to. Não há dúvida de que em cada caso de crescimento especial, destaca-se a figura de um líder que, como diz Wagner, “deseja que a igreja cresça, e está disposto a pagar o preço. Um desses preços a pagar são os grandes pastorados.

Grandes pastorados. — O Dr. Schüller, um dos consultores sobre crescimento de igreja, destacado escritor e que, além do mais, observou e estudou mais de 4.000 igrejas, diz que é “raro encontrar uma igreja grande que tenha experimentado crescimento numérico significativo e tenha mantido esse crescimento, sem os benefícios de um pastorado numeroso”. Naturalmente, um grande pastorado exige um elevado preço a pagar: mais estudo, mais dedicação, uma programação mais elaborada que produza um crescimento mais sólido e durável, etc., etc.

Organização para crescer. — Os apóstolos começaram pela organização do diaconato, a fim de impedir que fossem desviados de sua ocupação principal que traria o desenvolvimento da igreja, e alcançaram êxito notável (Atos 6:1-7). Essa tem sido a luta constante através dos tempos. Foi esse o preço que estiveram dispostos a pagar os que quiseram, e os que querem, manter-se na liderança em favor do crescimento e não nos pormenores da administração eclesiástica. Esse é também o preço que está disposto a pagar o pastor da igreja que freqüento em Missão Hills, São Fernando Valley, Califórnia. Uma semana antes de esse trabalho ser escrito, ele solicitou à comissão que indicasse um “administrador” da igreja, a fim de que pudesse dispor de tempo suficiente para estar presente numa reunião em favor do crescimento. Esta é uma das muitas decisões em prol do crescimento, que o Pastor Velino Arturo Zalazar está tomando e que o caracterizam como um pastor com traços do primeiro sinal vital. Não é de admirar, portanto, que sua igreja tenha alcançado, nestes últimos cinco anos, um dos mais altos índices de crescimento em sua história: 295% TCD (Taxa de Crescimento em Década), ou 99% de crescimento direto. A igreja passou de 244 membros em 1985, para 485 membros em 1990.

Oosterwal, estudioso do crescimento Adventista, descobriu que em geral os pastores usam 80% do seu tempo em pormenores, e apenas 15 a 20% naquilo que faz a igreja crescer (estudo, meditação, visitação, preparo de sermões e dos membros leigos, etc.). Isto “tem relação direta com a falta de crescimento em muitas igrejas”. O mesmo autor observou que as igrejas adventistas locais, que crescem, têm “um pastor cujos sermões são relevantes no contexto em que vivem os crentes e cujo trabalho é orientado no sentido de arrolar os membros no evangelismo e crescimento da igreja”. Wagner ilustra graficamente isto da seguinte maneira:

Potencial de Crescimento

Pastor Como Líder

Igreja Como Líder

Quanto mais tempo o pastor passa na liderança em prol de crescimento e menos na administração dos pormenores, mais a igreja cresce; pois está sendo liderada com vistas ao maior ministério de todos os cren-tes. Quanto mais tempo o pastor dedicar à liderança dos ministérios de cada cren-te, menos tempo poderá passar em minis-trar sozinho, e mais ministérios serão realizados pela igreja. Ver diagrama. As pesquisas de Wagner nos dizem que quando isto acontece, as igrejas crescem mais. ‘

Potencial de Crescimento

Pastor Como Ministro

Igreja como Ministro

Naturalmente, não queremos dizer que os irmãos não tenham necessidade de exercer liderança ou que os pastores devam ser autocráticos em lugar de democráticos. Antes pelo contrário. Num estudo feito em 1984, com 219 diferentes igrejas adventistas dos Estados Unidos, descobriu-se que os pastores autocráticos tinham a tendência de crescer menos e ter menos assistência do que os pastores democráticos. Os líderes que fazem as igrejas crescerem, dedicam-se mais à liderança em prol do crescimento e, se dividirem corretamente essa liderança com a igreja, em geral as igrejas permanecem mais tempo no ministério do que na liderança.

Por outro lado, um dos seis fatores de crescimento de igreja, identificados por Monte Sahlin no estudo de 8.000 membros de igreja, tem que ver com este primeiro sinal vital de Wagner. Sahlin a ele se refere da seguinte maneira: “Intencionalidade. O pastor focalizado no crescimento de igreja. A comissão da igreja estabelece um plano para o crescimento. Os membros querem crescer, ver sua igreja como ganhadora de almas, e sentem que seu pastor dá grande prioridade ao evangelho.” Em outras palavras, o pastor deve ser o líder cheio de fé, planejador, que sonha com um futuro melhor para a igreja, que pensa no futuro e tem a habilidade de contagiar os membros com esses sonhos. Wagner diz que “os pastores de superigrejas que ele conhece têm, todos, este dom (da fé); alguns os chamam de visionários, sonhadores ou promotores”. Em seguida, Wagner cita como exemplo Robert Schüller com sua visão de uma Catedral de Cristal como 10.000 pedaços de vidro, formada com um diamante.

Indubitavelmente, quando se fazem grandes coisas numa igreja é porque alguém já as imaginou ou as sonhou primeiro. Sonhe o crescimento de sua igreja; sonhe grandes coisas para que seus atos possam ser elevados e sua igreja possa crescer mais. Mas os seus sonhos devem ser realistas e em harmonia com o Espírito Santo, para que possa concretizá-los no ritmo que o Céu espera ver sua igreja caminhar. Pastor de certa igreja na Argentina, eu sonhava com três congregações naquela cidade. Ao concluir meu pastorado naquele lugar, Deus me deu a alegria de ver cristalizado aquele sonho. As igrejas que mais crescem têm “um pastor que pensa em possibilidades cuja liderança dinâmica é usada para catalizar as atividades da igreja numa ação conjunta em favor do crescimento”. Procure ser um deles, mesmo que no começo não possa ver os resultados. Contudo, posso assegurar-lhe que finalmente verá um sólido e constante crescimento.

Segundo Sinal

O segundo dos sinais vitais que estamos analisando é “um laicato bem mobilizado, que descobriu, desenvolveu e está usando todos os dons espirituais para o crescimento”. Em outras palavras, e usando o segundo princípio de crescimento proposto por Wagner em seu livro “Leading Your Church to Growth’’, “as pessoas devem querer que a igreja cresça e devem estar dispostas a pagar o preço’’. O preço principal a pagar é ocupar o lugar que Deus tem para cada um na igreja, e que é determinado pelos dons e aptidões que Deus nos deu.

A igreja tem hoje recursos infinitos para terminar sua Obra. Ralph Winter lembra-nos que embora a tarefa cristã seja hoje quatro vezes maior do que em 1900, os recursos para realizá-la são quarenta vezes superiores. Esses recursos são especialmente os dons que o Espírito Santo confiou a cada crente em cada igreja, e com os quais espera Deus terminar a Sua Obra. Wagner, por exemplo, diz que “raiar do Ano 2000: 7 Milhões de Igrejas’’ é um plano para catalizar as estruturas das igrejas em um esforço para libertar os poderes espirituais latentes nas igrejas. Estes são os dons do Espírito Santo que, despertados, poderão trazer a explosão de crescimento já profetizada e que será maior do que a primeira, produzida pelo Espírito Santo na época do Pentecostes, em Jerusalém, no lº século.

Magnitude da tarefa. — Medford H. Jones, inovador em missão que, entre outras coisas, dirigiu Campanhas evangelísticas em 35 Estados dos Estados Unidos, diz “que obreiros preparados precedem crescimentos vigorosos”. A igreja deve liberar esse poder adormecido dos dons e prepará-los para uma missão mais eficaz. Voltamos aos diagramas 2 e 3 para dizer que quando o pastor dedica mais tempo a liderar do que a ministrar e a igreja menos a liderar e mais em ministrar, o crescimento é maior.

Em nível mundial da Igreja Adventista, Oosterwal mostrou que as igrejas locais que crescem, têm sete características e uma delas tem o que ver com os leigos usando seus dons, e diz: “Um ministério diversificado, completo e bem planejado (proclamação e serviço por preceito e exemplo)”. Em 1976 o mesmo autor já havia chegado a uma conclusão óbvia “a de que os leigos são o mais importante e simples fator do crescimento da Igreja Adventista”. Para o laicato, eficiente é aquele que testifica espontaneamente, dando a conhecer uma experiência pessoal no viver diário, no trabalho e em cada contato social; e não tanto uma tarefa organizada. Daí a importância, por exemplo, da literatura que é levada cada sábado pelos irmãos, e outros recursos que ajudam a confirmar esse testemunho espontâneo.

Também são fundamentais para a colheita deste testemunho as grandes celebrações da igreja, nas quais os membros podem levar os interessados. Por isso, é grandemente importante o primeiro sinal vital de um pastor orientado no sentido do crescimento com os dons da visão e da liderança. Dayton e Frazer dizem que uma chave é que o reconhecimento do dom espiritual da liderança permita coordenar as forças de Deus para o crescimento.

A título de exemplo, na DNA observou-se uma íntima relação entre as igrejas que crescem e a quantidade de membros ativos nestas. Por outro lado, nas duas Divisões maiores da Igreja Adventista, a Interamericana e a Sul-Americana, verificou-se que a ativa participação dos leigos é a principal razão de seu crescimento fenomenal.

Prevenção Contra a Apostasia

Elmer Towns, escritor que trata do crescimento de igreja e é especialista em escolas dominicais e grandes igrejas, afirma que quem entra na igreja mudará de grupo até encontrar um lugar no qual se sinta parte dela. Se não o encontrar, tornar-se-á um membro esporádico, irá para outra igreja ou a abandonará. Por essa razão, a rápida localização dos novos membros é vital. Estudos do crescimento de igreja têm demonstrado que se a congregação não der ao novo membro um envolvimento ou atividade a desempenhar, ou não lhe indicar um grupo ao qual unir-se no seu primeiro ano, os membros serão inativos e apostatarão, retardando assim grandemente o crescimento da igreja. Quanto mais rápida for a integração do membro, tanto menor será o grau de apostasia. Donald McGavran já demonstrou, faz anos, qual o propósito central das missões. Não só encontrar o homem e a mulher perdidos e reconciliá-los com Deus e consigo mesmos, mas trazê-los para a igreja e torná-los membros responsáveis desta.