A pregação de tópico está se tornando aceita e prática. Mas seria essa pregação bíblica? A resposta é um claro sim!

A pregação de tópico definida

O sermão de tópico é aquele em que o assunto é escolhido e toda a Bíblia é examinada com respeito a esse tópico. O conteúdo e a forma são devidos mais ao tópico do que a qualquer passagem das Escrituras. Os pregadores de tópico em geral começam seu sermão escolhendo um tópico e depois desenvolvendo o tópico escolhido de maneira aprofundada, auxiliados por um texto da Bíblia ou por uma concordância.

Força e fraqueza

A pregação de tópico conta com poderes expressivos. Certos destaques do ano cristão os levam, natural-mente, à pregação de tópico. O Dia das Mães, o Dia da Educação Cristã, o Dia da Promoção das Missões — mesmo a Comunhão.

A pregação de tópico leva também, com facilidade, à pregação doutrinária. A pregação evangelizadora em geral é de tópico. Por alguma razão, a pregação nas regiões do mundo em que a igreja está crescendo mais rapidamente, tem a tendência de seguir a pregação de tópico.

A fraqueza dos sermões de tópico é dupla: a tendência de pôr todo o peso sobre fontes não bíblicas, e a de usar mal as Escrituras, se é que a Bíblia é usada.

A eficácia da pregação de tópico

Algumas sugestões para a pregação de tópico eficaz:

  • 1. Começar com a Bíblia. Quando preparado de maneira adequada, o sermão de tópico pode ser mais bíblico do que o seu correspondente expositivo. Para entender o que a Escritura diz sobre determinado assunto, não basta volver a uma passagem ou livro; requer a leitura de to-da a Bíblia — o estudo de tópico. Daí a segurança em usarmos o conselho de Isaías: “Um pouco aqui, um pouco ali’’ (Isa. 28:10) e examinar toda a Escritura. Por exemplo, estabelecer o equilíbrio correto entre a fé e as obras baseado apenas no livro de Tiago, é muito difícil. Mas comparemos Tiago com Paulo, como deve fazê-lo um sermão de tópico, e teremos a verdade equilibrada.

Ao falar dos autores da Bíblia, Ellen White explicou: “Um escritor é mais fortemente impressionado com um aspecto do assunto; ele se apropria daqueles pontos que se harmonizam com sua experiência ou com o seu poder de percepção e apreciação; outro, apodera-se de um aspecto diferente; e, cada qual, sob a orientação do Espírito Santo, apresenta o que lhe impressionou de maneira mais forte a mente — um aspecto diferente da verdade em cada um, mas uma perfeita harmonia através do todo. E as verdades assim reveladas se agrupam em um todo perfeito, adaptadas para satisfazer as necessidades dos homens em todas as circunstâncias e experiências da vida” (Ellen G. White, The Great Controversy, pág. 6).

Cumpre-nos ser criativos, mas cuidadosos com nossa exegese bíblica. Não devemos estar ansiosos por ser originais que preguem meras plausibilidades como verdades concretas — descobertas, natural-mente, por nós. Quando descobrimos algo nas Escrituras, que ninguém usou ainda, não devemos abandonar completamente a noção de censura que ele pode conter porque essa pessoa sabia melhor.

  • 2. Manter os textos no contexto. A história é apócrifa. Certo pregador recebeu muitas observações sobre o novo penteado das senhoras de sua igreja. Estas estavam fazendo coques na cabeça. Ele desaprovou o estilo e procurou um texto bíblico sobre o assunto, para usar em seu sermão. O melhor que encontrou foi Ma-teus 24:17: “Quem estiver sobre o eirado não desça”. Na verdade, usou apenas par-te do verso, tomado como texto: “Sobre o telhado, não desça!”

Este é apenas um exemplo exagerado da tentação do pregador de pregação tópica, de usar texto fora do contexto. Continuo dizendo que a pregação de tópico não é necessariamente menos bíblica, mas é necessariamente mais difícil, pois cada texto deve ser estudado em seu contexto,

  • 3. A importância do tema sobre o tópico. O tópico é apenas aquilo sobre que se vai falar. O tema é aquilo sobre o que se vai falar. É um ponto de vista, uma lição espiritual a ser tirada do tópico. Queremos que as pessoas se lembrem não apenas daquilo sobre que falamos, mas da-quilo que dissemos.

Por exemplo: Tópico — Provações. Tema — “As promessa de Deus não serve de proteção contra a provação, mas da presença na provação.”

Se normalmente você prega sermão expositivo ou de alguma outra espécie, de-veria experimentar a pregação de tópico? Certamente! A pregação de tópico aumenta o fervor e o espírito evangelístico da igreja. Além disso, sua igreja apreciará a alteração de ritmo. Contanto que seja bíblico.

Às vezes é possível que o sermão envolva as três coisas: a parte expositiva, a tópica e a narrativa. Há, contudo, diferenças, se começarmos o preparo de nosso sermão examinando uma passagem, um tópico ou uma narrativa. Nosso propósito na investigação deve ser apresentar um Cristo bíblico e motivar nossos ouvintes a aceitá-Lo. Jamais faremos isso de maneira satisfatória. Contudo, uma pequena experiência feita com tipos diversos de sermão, ajudar-nos-á a fazer o melhor.