Quando os primeiros adventistas descobriram as verdades do Santuário, há 150 anos, e do Sábado, seu coração se encheu de tanto gozo que saíram compartilhando a nova luz por todo o mundo.

O Evangelho Eterno da tríplice mensagem angélica não somente compreendia a salvação em Jesus Cristo, mas, também, a eternidade dos princípios da Santa Lei de Deus, incluindo a santificação do sábado.

Naquele tempo, existia um contexto especial na América de nossos pioneiros. A grande maioria do povo americano era evangélica. Seus descobridores tinham sido peregrinos. Havia entre eles batistas, metodistas, e outras igrejas cristãs evangélicas. Todos eles conheciam muito bem que a salvação podia ser encontrada unicamente em Cristo.

O que aqueles grupos religiosos da América do século XIX não conheciam era que a sal­vação envolve também o respeito e a obediência aos eternos princípios da Lei de Deus, re­gistrada em Êxodo 20. Sendo assim, os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em sua apresentação do Evangelho Eterno, quase que inconscientemente, deram ênfase ao aspecto do evangelho que era desconhecido naquele ambiente. Eles começaram pregando com força a Lei, o Sábado e a Reforma Pró-Saúde, enquadrados no tema da Segunda Vinda de Cristo. Daí, o nosso nome: Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Mas nossos pioneiros chegaram à América do Sul e aqui a maioria dos habitantes não era evangélica, nem conhecia o fato de que o ser humano pode ser justificado somente por Jesus. A maneira de apresentar-lhes a mensagem deveria ter sido diferente. Primeiro, Cristo. O que Ele fez pelo homem, e o que Ele deseja fazer no homem. Então, posteriormente, poderia ser apresentado o resultado de uma vida salva, ou seja, a obediência aos mandamentos de Deus, incluindo a observância do sábado.

Todavia, no afã de dar a conhecer a nova luz que tinham descoberto no estudo da Bíblia, nossos pioneiros enfatizaram a vida de obediência, e não a causa da obediência. Uma orientação da mensagem correta para o ambiente da América do Norte de 1860 estava fora do contexto na América do Sul, no início do século XX.

Quer isso dizer que devemos ir, agora, ao outro extremo? Evidentemente, não. Temos que continuar pregando a obediência aos eternos princípios da Lei de Deus. Temos que continuar apresentando todas as doutrinas da Igreja, mas tudo isso no marco do Evangelho Eterno, da salvação em Cristo Jesus, e preocupados com a essência das coisas e não simplesmente com o que se vê exteriormente.

Nossa grande preocupação deveria ser permitir que o Espírito Santo reforme o coração da Igreja e não apenas os costumes.

Para que isso aconteça, necessitamos viver vidas em cujo centro esteja Cristo, como causa e efeito de todas as coisas. Necessitamos apresentar doutrinas cristocêntricas, pregar sermões cristocêntricos. Necessitamos, sim, possuir métodos, regulamentos e procedimentos que espelhem os métodos, regulamentos e procedimentos de Cristo.

Somente então passaremos a ser conhecidos como a Igreja evangélica por excelência que sempre fomos.

Alejandro Bullón.