Falando sobre o dever de alcançar pastores de outras denominações, com a mensagem adventista, Ellen White declara: “Nossos ministros devem procurar aproximar-se dos ministros de outras denominações. Orai por eles, por quem Cristo está intercedendo. Pesa sobre eles solene responsabilidade. Como mensageiros de Cristo, cumpre-nos manifestar profundo e zeloso interesse nesses pastores do rebanho.

“Nossos ministros devem fazer sua obra especial o trabalhar por ministros. Não devem entrar em polêmica com eles mas, com a Bíblia na mão, insistir com eles para que estudem a Palavra. Feito isto, muitos ministros que agora pregam o erro hão de pregar a verdade para este tempo.” Evangelismo, pág. 562.

Em tempos de Missão Global, não podemos desconsiderar a importância de tais afirma­ções. Felizmente, em várias partes do mundo estão sendo observadas experiências magnífi­cas de pastores sinceros que se rendem à cristalina verdade da Palavra de Deus. Inclusive na Divisão Sul-Americana. Em abril deste ano, cinco pastores protestantes foram batizados no Chile, juntamente com as respectivas esposas.

No Brasil, foi dado um passo significativo, no dia 10 de junho, com a realização de um semi­nário intitulado “Ministrando a Palavra de Deus a mentes secularizadas”. O encontro aconteceu no auditório da Sociedade Bíblica do Brasil, em Brasília, e reuniu cerca de 50 pastores de várias ramificações pentecostais e evangélicos tradicionais. Foi patrocinado pela Associação Ministerial da Divisão Sul-Americana e promovido em nome da revista Ministério, como forma de evi­tar preconceitos. Teve como palestrante o Dr. Amin Américo Rodor, brasileiro, ex-professor de Teologia no Iaene, e atualmente pastoreando uma igreja em New Jersey, nos Estados Unidos.

A reação dos participantes foi altamente positiva. Alguns declararam-se satisfeitos e até surpresos com o fato de terem sido convidados para uma programação da Igreja Adventista. Isso nos ensina que talvez precisamos nos aproximar um pouco mais desses outros “pastores do rebanho”, eliminando assim a impressão de que somos um grupo sectarista. Para citar um exemplo de como as portas se abriram, no domingo seguinte ao seminário, os Pastores José Viana, ministerial associado da DSA, e Amin Rodor foram pregar numa igreja que lá estive­ra representada por seu pastor.

Concluído o seminário, permanecem algumas realidades nas quais devemos refletir: a primeira delas é que Cristo e a Bíblia ainda são o remédio para o mundo secularizado. Se contextualizarmos a mensagem de salvação, levando-a ao homem onde ele está, sem tirar-lhe a dignidade, como fizeram Deus o Pai, e Jesus Cristo, Seu Filho, ela despertará o interesse e alcançará corações sinceros. Essa foi a nota tônica da fala do Dr. Amin.

A outra realidade é que está aberta uma frente evangelística – ministros de outras denomi­nações. E deve ser sabiamente aproveitada. Seguramente a Associação Ministerial da DSA promoverá outros encontros semelhantes. Mas, que tal se as Uniões, os Campos, e mesmo distritos, fizerem o mesmo em seus respectivos territórios? Um planejamento cuidadoso e inteligente, secundado por ação prudente e determinada, frutificará resultados inimagináveis.

“Deve-se dispensar o mais prudente e firme trabalho aos ministros que não pertencem a nossa fé”, é o conselho inspirado. “Importa que haja mais diligente buscar a Deus, mais cabal estudo; pois as faculdades mentais serão exercitadas ao máximo delineando planos que ponham a obra de Deus em mais elevada plataforma”, diz Ellen White, depois de afirmar que “muito tem sido perdido por nosso povo devido a seguirem planos tão estreitos, que as classes mais inteli­gentes, mais bem educadas, não são atingidas.” É tempo de agir.

Zinaldo A. Santos.