Após concluir Seu ministério terrestre, estando prestes a ascender ao Céu, Jesus Cristo não deixou dúvidas quanto ao projeto de expansão do movimento por Ele estabelecido: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado…” Mt. 28:19, 20. Essa é a grande comissão evangélica, a qual define com clareza singular o principal objetivo da existência da igreja: ser uma agência missionária, produtora de discípulos que devem ser batizados “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Incorporado na própria natureza missionária da igreja está o entendimento de que, “cada homem e mulher que tem o conhecimento da verdade deve ser um coobreiro com Cristo…. Ele requer que os leigos atuem como missionários” (Ellen G. White, Review and Herald, 13/11/1833). E, a exemplo de Jesus, é no batismo que o crente é ungido para tal ministério. Como diz Russel Burril, “o batismo precisa ser compreendido como mais do que um símbolo de perdão dos pecados. Isso, sem dúvida alguma, é inerente ao batismo, porém as Escrituras sugerem mais. Há forte evidência no Novo Testamento de que o batismo contém o símbolo da ordenação de todos os crentes ao sacerdócio” (Discípulos Modernos, p. 38).

Porém, nada disso parece ter significado para a mentalidade antitrinitariana, cujos partidários alegam que Mateus redigiu seu evangelho inicialmente em hebraico, e esse original não continha a fórmula batismal trinitaria-na. Somente depois que o referido evangelho foi vertido para o idioma grego, é que houve a interpolação do texto, nos termos em que hoje é conhecido. Entretanto, o testemunho bíblico, histórico e dos escritos de Ellen G. White aponta para a autenticidade de Mateus 28:19.

E importante lembrar que o próprio evangelho de Mateus atesta a presença das três pessoas da Divindade no batismo de Jesus (Mt 3:16, 17). Comentando esse episódio, diz Gerhard Pfandl, do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral: “O relato do batismo de Jesus é uma notável manifestação da doutrina da Trindade – ali estava Cristo em forma humana, visível a todos; o Espírito Santo descendo sobre Cristo em forma corpórea, com uma pomba; e a voz do Pai falou do céu: ‘Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo’. … Portanto, é difícil, se não impossível, explicar a cena do batismo de Cristo de qualquer outra forma a não ser admitir que há três pessoas na natureza ou essência divina.”

Com isso em mente, Pfandl faz o seguinte comentário sobre Mateus 28:19: “Primeiro, notamos que ‘em nome’ (eis to onoma) é singular, não plural (‘nos nomes’). Ser batizado em nome das três Pessoas da Trindade significa identificar-se a si próprio com tudo o que a Trindade representa; confiar-se ou entregar-se ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.” (Parousia, 2o semestre de 2005, p. 9). Éassim que somos enviados a cumprir a missão.

Zinaldo A. Santos