Empenhados em suas pesquisas, alguns exploradores franceses avançaram através de florestas africanas. Abrigavam-se cada noite num acampamento, onde construíram uma fogueira ao redor da qual procuravam se aquecer. Mas um dia, ao retomarem ao local do repouso, depararam-se com uma cena que os deixou perplexos. Ali, na clareira diante deles, havia pequenas fogueiras cônicas, cuidadosamente arranjadas, mas não acesas.

Curiosos, examinaram alguns daqueles pequenos montões de lenha. No fundo, havia um punhado de folhas secas, com raminhos entrecruzados sobre elas. Então pedaços de madeira mais grossos e fortes foram colocados sobre os ramos. Quem teria feito aquilo?

Olhando ao redor, viram dezenas de chimpanzés que os haviam observado enquanto construíram as fogueiras e, na sua ausência, copiaram-lhes a arte. As pequenas armações cônicas eram perfeitas. Estavam bem organizadas. Nenhum engano fora cometido; tudo segundo o modelo. Mas as fogueiras simplesmente não tinham fogo e, por isso, não funcionavam.

Como pastores, temos nos deparado com muitas fogueiras e até construído algumas delas. São projetos fantásticos, estratégias de ação bem elaboradas, estabelecimento de objetivos individuais ou para as congregações, que estão destinados ao fracasso a menos que sejam movidos pelo fogo do Espírito Santo.

Num momento particularmente decisivo de seu ministério, o profeta Jeremias compreendeu que, sem esse fogo, era muito fácil retroceder diante das dificuldades. Movido por Ele, no entanto, era impossível não avançar. Eis suas palavras: “Então disse eu: Não me lembrarei dEle e já não falarei no Seu nome. Mas Sua palavra me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; fiquei cansado de suportar, e não conseguia deter-me.” (Jer. 20:9, Versão Inglesa).

Nos dias apostólicos, o fogo do Espírito incendiou de tal forma os primeiros cristãos, que, nas palavras de LeRoy Edwin Froom, “sem dinheiro, os crentes derrotavam o poderio das riquezas ao seu redor; sem escolas, eles confundiam os letrados rabis; sem poder político ou social, mostraram-se mais fortes que o Sinédrio; não tendo um sacerdócio, desafiavam os sacerdotes e o templo; sem um soldado sequer, foram mais poderosos que as legiões romanas.”

Efetivamente, necessitamos desse fogo para que sejamos purificados da escória da ineficiência, da pusilanimidade, do orgulho e vaidade pessoais. Precisamos tê-Lo, do contrário, não somente seremos inúteis, mas pereceremos. Como disse Charles Spurgeon, “para nós, ministros, o Espírito Santo é absolutamente essencial. Sem Ele o nosso ofício não passa de um nome. Não nos arrogamos sacerdócio além e acima daquele que pertence a todos os filhos de Deus. Mas somos sucessores daqueles que, nos velhos tempos foram movidos por Deus a proclamar a Sua Palavra, a dar testemunho contra as transgressões e a dirigir a Sua Causa. … Cremos que somos arautos de Jesus Cristo, designados para continuar o Seu testemunho na Terra. Mas, sobre Ele e sobre o Seu testemunho sempre repousou o Espírito de Deus, e se Este não repousa sobre nós, é evidente que não somos enviados ao mundo como Cristo foi. Se não temos o Espírito que Jesus prometeu, não podemos cumprir a comissão que Jesus deu”.

Nenhum pastor precisa viver em persistente fracasso pessoal. O poder para vencer está à disposição. Mas a teoria não basta. A lenha cuidadosamente arrumada não resolve, se não houver fogo.

Deixar o fogo do Espírito arder dentro de nós até ser consumida a fraqueza e desaparecer o pecado, não é uma experiência apenas muito importante. É imperiosa e absolutamente necessária. Essencial e urgente.

— Zinaldo A. Santos.