Samua, Safate, Jigeal, Palti, Gadiel, Gadi, Amiel, Setur, Nabi e Güel. Experimente pedir à sua congregação para dizer quem são esses homens, e certamente ficará surpreso. Quase ninguém conseguirá identificá-los.

Eles eram príncipes das tribos israelitas que, juntamente com outros dois, foram enviados como espias à terra prometida, a fim de avaliar o país, “sua situação e vantagens naturais, e o povo que nele habitava, notando se eram fortes ou fracos, poucos ou muitos; bem como de-veriam observar a natureza do solo e sua produtividade, e trazer do fruto da terra”, segundo Ellen White. Cumprida a tarefa do survey, eles retornaram trazendo provas da excelência da terra. E o povo ficou entusiasmado.

Mas o relatório que apresentaram foi simplesmente desastroso: “Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel; este é o fruto dela. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades mui grandes e fortificadas; também vimos ali os filhos de Enaque. Os amalequitas habitam na terra do Neguebe; os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam na montanha; os cananeus habitam ao pé do mar e pela ribeira do Jordão. … Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. … A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes, e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos.” (Núm. 13:27 a 33).

Uma tragédia! Líderes, comissionados por Deus, auto-reduzidos a gafanhotos diante das dificuldades. A bem da verdade, havia problemas e obstáculos. Mas a dimensão exagerada que lhes foi atribuída era incompreensível. Afinal, aquela não era a primeira vez em que os israelitas se viam frente à frente com desafios. E sempre que isso aconteceu, o Senhor lá estava, manifestando Seu poder salvador, operando milagres, defendendo Sua causa, garantindo a vitória. Não falharia agora.

Em meio àquele drástico relatório, erguem-se duas vozes em tons mais confiantes e otimistas, os outros dois espias, propositadamente omitidos na lista anterior – Calebe e Josué: “Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela. … E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes, e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor Se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará: terra que mana leite e mel.” (Núm. 13:30; 14:6 a 8).

Experimente pedir à sua congregação para dizer quem foram Josué e Calebe, e certamente ficará surpreso de que alguém não saiba. O que faz a diferença? A visão positiva, confiante e otimista dessa dupla, em contraposição ao complexo de gafanhoto, derrotista, dos outros dez espias. Ninguém se lembra de líderes tíbios, covardes e derrotados. Permanecem na lembrança do povo os líderes destacados pela coragem, fé, ousadia e confiança. É assim que empreendem grandes coisas para Deus, e nEle conquistam vitórias memoráveis.

A lição é oportuna. Existem obstáculos no caminho que nos leva à vitória final, como povo de Deus. Entre outros, materialismo e Secularização, no presente; cruel intolerância, num futuro que parece breve. A atitude com que encaramos as dificuldades, hoje, revela como enfrentaremos o amanhã. O complexo de gafanhoto deve ser substituído pela visão gigante de Calebe e Josué.

— Zinaldo A. Santos.