Paira no ar a sensação de que algo fora do comum está prestes a acontecer. Perplexos, os reis deste mundo vivem mo-mentos angustiosos, na tentativa de conter a enxurrada de problemas que rompe violentamente as comportas da aparência de paz e segurança. Quase desmaiando de terror, revelam-se assustados pela expectativa do que ainda está por vir. E estamos só no princípio das dores.

Mas há uma esperança perfeita e firme, cuja proclamação se torna mais oportuna a cada dia: a volta de Jesus. No início dos anos 1840, foi esse o tema que eletrizou o coração de Guilherme Miller e daqueles que a ele se uniram na mesma esperança. Com o crescimento experimentado, o movimento a que ele deu origem institucionalizou-se, transformando-se na Igreja Adventista do Sétimo Dia, tendo assim a bendita esperança incorporada ao próprio no-me, ao coração da sua mensagem e à sua missão. Agora, aqui estamos nós, comissionados a preparar o mundo para o encontro com seu criador e redentor. Precisamos conservar viva tal esperança, cujo fundamento é a promessa do próprio Cristo: “Voltarei…” (João 14:1-3). Sem ela, seguramente o adventismo já se teria extinguido.

Com o passar dos anos, entretanto, fanatismo e dúvida, às vezes, têm manchado a beleza desta proclamação. Sempre surgem indivíduos que tomam fatos descontextualizados e, com base neles, fazem associações e predições absurdas, gerando alarmismo e mesmo temor. Outros, impressionados com uma suposta demora, acabam elaborando teorias que ferem a literalidade do acontecimento.

A verdade, porém, é que já não há tempo a ser desperdiçado com especulações inúteis. Os sinais da volta de Cristo estão aí, em sucessão assombrosamente rápida. Em qualquer direção que olhemos, seja para a História, seja para a profecia, há evidências de que a volta de Cristo está mais próxima do que imaginamos. Acredito ser uma dessas evidências a busca de unidade global. Romperam-se os limites e as nações estão se agrupando em blocos onde interesses econômicos, políticos, comerciais e religiosos estão envolvidos. No dizer de Leonardo Boff, “a mundialização se faz, prioritariamente, sob o signo do econômico. Mas a economia vem acolitada por outros fatores de mundialização, como ideologias, busca de espiritualidades e valores e até por guerras”. Por outro lado, devemos reconhecer que a globalização pode também facilitar o cumprimento da profecia relativa à pregação do evangelho a todo o mundo, tal como aconteceu nos dias da Igreja primitiva, quando a helenização a divulgação do cristianismo.

As encíclicas papais, por sua vez, demonstram que o cenário para a união religiosa está em adiantado nível de montagem. O diretor do espetáculo revela ter bem definidos seu objetivo e os caminhos pelos quais tentará alcançá-lo. Na Carta Apostólica Dies Domini, expedida em julho passado, ele trata da questão dominical, usando muitos argumentos sabáticos que qualquer adventista assinaria embaixo; só que aplicados ao domingo. E declara: “Num passado relativamente recente, a santificação do domingo era facilitada, nos países de tradição cristã, por uma ampla participação dominical como ponto indiscutível na legislação relativa às várias atividades laborativas. É natural que os cristãos se esforcem para que, também nas circunstâncias específicas do nosso tempo, a legislação civil tenha em conta o seu dever de santificar o domingo.” Tal como foi predito.

Sem alarmismo, devemos pregar sobre a volta de Jesus motivados pela incomparável expectativa de ver a nosso Salvador e com Ele viver para sempre. É nesse ponto que a bendita esperança é posta à sombra da cruz. A certeza do futuro, anunciado ao povo de Deus, é determinada pelo que Ele fez no passado, ou seja, a Encarnação, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. A volta de Jesus é parte do plano da salvação. A obra redentora efetuada na cruz terá sua consumação quando Ele surgir glorioso nas nuvens. E isso não vai demorar.

– Zinaldo A. Santos.