Tenho pesquisado centenas de adolescentes e jovens, tentando descobrir o que os líderes podem fazer para estabelecer um clima que possibilite a ação transformadora de Deus. Dessas conversas captei cinco conselhos que partilho neste artigo.
Dar o exemplo
O pastor deve ser um modelo daquilo que espera do jovem. Nada pode substituir nossa dedicação pessoal a Cristo. Os jovens não estão interessados em fatos sobre Jesus, mas no que Ele significa para você. Eles estão desejando líderes verazes, cujo cristianismo seja uma amizade prática e diária com Cristo.
Para inspirar espiritualmente, seja espiritual; seja a transparência de Deus.
Fazer amizade
Como podemos ser amigos dos jovens? Tente as seguintes sugestões:
- 1. Planeje alguns minutos cada dia para falar com um ou mais jovens, pessoalmente ou ao telefone.
- 2. Convide os jovens à sua casa, para comer pipoca e conversar.
- 3. Saia com eles para um lugar ao ar livre. Pode ser um acampamento ou um dia num parque. Então partilhe sua experiência de crescimento em Cristo.
- 4. Esteja disposto para atender qualquer necessidade dos jovens.
- 5. Desde que não comprometa o testemunho cristão, esteja onde os jovens estão, apreciando as coisas à maneira deles.
- 6. Mantenha os olhos e os ouvidos abertos para os sinais das carências dos jovens. Ore para que o Senhor as revele para você.
Atenção e disponibilidade
A adolescência é um período de crise, de reavaliação de tudo, da busca de significado. Para o jovem cristão é também um período de crise da fé, quando tudo o que sempre creram está em julgamento. Esteja atento ao que acontece com eles; seja aberto e disponível.
Charles Shelton relaciona oito forças com as quais os jovens se deparam durante essa crise de fé:
Pressão do grupo. A decisão de se rebelar contra a religião organizada é reforçada pelo grande número de colegas que já fizeram tal opção.
Alienação institucional. Os jovens estão mais interessados nas formas de relacionamento pessoal de culto do que nas grandes instituições, nos grandes cultos ou programas da igreja.
Distanciamento dos pais. Na adolescência, a maioria dos jovens estão afoitos para descobrir quem são e onde se encaixam na vida. É importante que você encoraje a sua necessidade de independência e, ao mesmo tempo, desencoraje o sentimento de que seus pais são antiquados.
Rebelião. Algumas vezes o processo de “encontrar o meu eu” assume uma direção chamada na psicologia de “identidade negativa”. A maioria dos líderes de jovens a chamam de rebelião. Você pode ser um fator chave ao aceitar os “rebeldes” para desenvolver neles os adultos em que se tornarão.
Busca de significado. Os jovens têm que responder agora às grandes questões da vida, de forma honesta e cuidadosa. Você é privilegiado por es-tar exatamente aí, para ajudá-los a articular tais respostas no contexto do amor de Deus e Sua vontade para a vida deles. Planeje atividades onde possam dialogar sobre a vontade de Deus, a missão, o cristão, etc.
Desilusão. Ao verem os fracassos dos adultos, os jovens se questionam até que ponto o sofrimento da vida compensa. Isso lhe dá chance para responder com amizade e amor, em uma discussão aberta, sobre o caráter de Deus.
Dificuldade pessoal. Muitos adolescentes são oriundos de lares onde os conflitos são difíceis e constantes, e suas inseguranças emocionais não os encorajam a fazer um compromisso de fé com Deus. Esses jovens necessitam mais curativos de amor do que grupos de oração e sermões.
Meio ambiente. A maioria dos jovens parece satisfeita com o fato de ser absorvida pelas pressões culturais do “viva hoje”. Essa verdade lhe dá o desafio de ajudar os jovens a olharem sua cultura de forma tão crítica como olham a igreja.
Atenção à individualidade
Lembre-se de que cada jovem é um indivíduo. Não espere que todos reajam da mesma forma às idéias, aos programas e mesmo em relação à sua pessoa. Sua responsabilidade é amar a cada um pelo que ele realmente é. Planeje atividades que atendam aos interesses e à personalidade de cada jovem no grupo.
Disposição para servir
A razão de sua liderança é servir os jovens. É uma tentação para os líderes estarem mais preocupados com sua reputação pessoal e sucesso do que com o crescimento espiritual dos jovens. Mas os grandes líderes de jovens trabalham para tomá-los pessoas íntegras, ampliando-lhes a visão e o propósito do que teriam por si mesmos.