Uma nova abordagem evangelística combina a apresentação de assuntos sobre vida familiar com doutrinas bíblicas, num foco cristocêntrico. É o evangelismo familiar. Há pelo menos seis razões pelas quais essa idéia é benéfica para a igreja.

Metodologia divina

O evangelismo familiar comunica a verdade, empregando a família literal co-mo símbolo da espiritual. Consideremos Abraão dispondo-se a sacrificar Isaque no Monte Moriá. Quando ele ergueu o cutelo para matar seu filho, foi ouvida uma voz, do Céu, impedindo a consumação do ato. E um cordeiro foi providenciado. En-tão, “mesmo os anjos compreenderam mais claramente a maravilhosa providência que Deus tomara para a salvação do homem.” – Patriarcas e Profetas, pág. 155.

Deus usou o relacionamento pai-filho para ensinar o evangelho. E também usa o relacionamento conjugal. Através dos profetas Isaías (54:5-8), Jeremias (6:3) e Ezequiel (16:23), Ele repetidamente compara-Se a um amoroso esposo conquistando o amor de Israel, Sua “esposa”. A história de Rute emprega o mesmo conceito, e o livro de Oséias é uma poderosa parábola da família.

Estratégia do Novo Testamento

Uma das melhores estratégias de ensino de Jesus foi o uso de parábolas: “… sem parábolas nada lhes dizia” (Mat. 13:34). Algumas de Suas histórias eram centralizadas na família.

Paulo também fez uso dessa metodologia. Em Efésios 5, por exemplo, ele dá conselhos às esposas: “As mulheres se-jam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher…” (vs. 22 e 23). De-pois ele faz a aplicação espiritual, declarando: “…como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo Este mesmo o Salvador do corpo” (v. 23). Dirigindo-se aos maridos, o apóstolo diz: “Maridos, amais vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (v. 25).

Os conselhos do apóstolo atingiam simultaneamente a família literal e a família espiritual.

Restauração dupla

Duas instituições foram criadas por Deus em benefício dos seres humanos no Eden: o sábado e a família. Como o pe-cado profanou o sábado e a família, Deus suscitou um remanescente para proclamar “o evangelho eterno” (Apoc. 14:6). Os adventistas do sétimo dia são o “reparador de brechas, e restaurador de veredas” (Isa. 58:12). O que, segundo o profeta, deveria ser restaurado? Não apenas o sábado, mas também a família edênica.

Caráter de Deus

O evangelismo familiar apresenta as grandes verdades da Palavra de Deus de uma forma atrativa. Ocasionalmente, ouvimos apresentações doutrinárias que são repulsivas. Mas o casamento das doutrinas bíblicas, mesmo as difíceis, com os princípios da vida em família, resulta numa mensagem não somente atrativa mas também irresistível.

Desde o início, o coração do grande conflito é a questão sobre o caráter de Deus. Algumas apresentações evangelísticas suscitam oposição. Por isso, qualquer abordagem deve sempre mostrar que “Deus é amor”.

Satisfação de necessidades

A Igreja cresce, mas ainda não conseguiu alcançar determinados grupos. Muitos deles consistem de pessoas materialistas que não são atraídas por uma apresentação puramente doutrinária do evangelho. Elas estão procurando algo mais, ou seja, evangelho e satisfação de alguma necessidade específica.

“Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me’.” – A Ciência do Bom Viver, pág. 143.

O evangelismo familiar satisfaz uma necessidade maior: a salvação do indivíduo. Ao explorarmos a dinâmica da comunicação familiar, podemos mostrar como alguém pode comunicar-se com Deus. Identificando as marcas do verdadeiro amor, descrevemos o Calvário, a suprema demonstração do amor de Deus. Enquanto examinamos os mistérios da concepção e do nascimento, falamos da conversão.

Reavivamento

Finalmente, o evangelismo familiar desafia o evangelista a fazer mudanças em sua própria família. Então, poderá trabalhar em favor dos casais ouvintes. À medida que os ouvintes ficam expostos a conceitos de vida experimentados pelo pregador, também serão influenciados a mudar antigos hábitos prejudiciais.

Enquanto evangelizamos o mundo reavivamos a igreja. Aliás, essa é justamente a nossa missão.