Em seu livro Understanding the Trinity (Compreendendo a Trindade), Max Hatton escreve: “Deus está muito além da nossa compreensão. Não devemos cair na armadilha de pensar que podemos definir absolutamente o indefinível ou compreender plenamente o incompreensível. Deus é um Ser que de toda maneira é infinito. Apenas o Infinito pode compreender o infinito. Quando tentamos entender algumas coisas a respeito de Deus, acabamos colidindo com o teto da nossa mente. Está claro que se pudéssemos compreender plenamente a natureza de Deus, logo Ele deixaria de ser Deus. Deus é o único Ser para quem os mistérios não existem. Quão gratos nós deveriamos ser pela verdade expressa por Martinho Lutero: ‘Deus é incompreensível, mas não desconhecível.’”
Isso significa que podemos conhecê-Lo através de um relacionamento pessoal, e também podemos saber algo sobre a Sua natureza, através da revelação. Aquilo que ao Senhor aprouve nos revelar deveria ser aceito e acariciado em nosso coração, como tema de nossa diligente pesquisa e meditação constante. Nessa moldura cabe perfeitamente o tema da triunidade de Deus, a respeito do qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia, em suas Crenças Fundamentais, declara: “Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e está além da compreensão humana, mas é conhecido por meio de Sua auto-revelação. Para sempre é digno de culto, adoração e serviço por parte de toda a criação.”
Esse é um assunto cuja análise tem ocupado o tempo de estudiosos da Bíblia através dos séculos. O núcleo da discussão é a maneira como Pai, o Filho e o Espírito Santo são todos entes distintos e estão relacionados entre Si. E nesse campo, o princípio exposto em Deuteronômio 29:29, segundo o qual “as coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem…”, também se constitui o limite entre a busca saudável da verdade e a especulação inócua. O Antigo e o Novo Testamentos apresentam evidências do Deus triúno. A elas devemos nos ater, sempre despertos para o fato de que em algum momento nos encontraremos diante de questões sobre as quais “o silêncio é ouro”.
Além de tudo, muito mais importante do que ter respostas teóricas a respeito do Pai, Filho e Espírito Santo, é experimentarmos em nossa vida a realidade presente de um Deus assombrosamente amoroso, cheio de graça e misericórdia, que nos criou, nos salvou e nos agracia com o privilégio de participar lado a lado com Ele da missão de restaurar no ser humano a Sua imagem.
Zinaldo A. Santos