O que igreja espera da esposa do pastor
A cada ano, novas colegas ingressam no ministério pastoral, cheias de expectativas, sonhos e temores. Têm expectativas relacionadas com o trabalho , os desafios que enfrentarão, as alegrias de poder contribuir na salvação de pessoas. Há sonhos, muitos sonhos de poder ajudar, ser útil. E há temores também, por não se sentirem à altura da responsabilidade, medo de não conseguir agradar, receio das comparações com as antecessoras.
Muitas esposas entram nesta nova experiência carecendo de um preparo mais refinado, a fim de poderem enfrentar, com êxito, os desafios de aconselhar, orientar, educar e tudo o mais que lhes for exigido fazer. Muitas perguntam: O que fazer? Como devo proceder? O que a igreja espera de mim?
Após quase 20 anos de trabalho, sei que ainda tenho muito a aprender; mas, ao longo desta trajetória, pude chegar a algumas conclusões que partilho com vocês nesta reflexão.
A igreja olha para a família pastoral como um modelo a ser seguido. Devemos estar atentas a essa responsabilidade e pautar nossa conduta de acordo com os princípios e normas da Palavra de Deus.
Não podemos nos envolver no trabalho pastoral sem alimentar o relacionamento com Cristo através do estudo da Bíblia e oração. Devoção pessoal e culto familiar são duas práticas indispensáveis no lar. Segundo o livro O Lar Adventista, pág. 36, “um lar cristão bem ordenado é poderoso argumento em favor da realidade da religião cristã – argumento que o incrédulo não pode contradizer”. Portanto, devemos cuidar de manter a casa em ordem, um ambiente aconchegante, organizado e disciplinado. Sejamos hospitaleiras e façamos do nosso lar um ninho de amor.
Amor – eis a maior necessidade humana. Muitos irmãos vivem solitários, como resultado de relacionamentos sem afeto, companheirismo e carinho. Necessitam de um ombro amigo. Um aperto de mão, um abraço, um telefonema, uma visita, a dádiva de um pão caseiro, um pouco do nosso tempo, entre outros gestos, pode fazer a diferença.
Quem não gosta de ser reconhecido pelo que faz? As pessoas necessitam ouvir palavras carinhosas tais como: Senti sua falta! Estava com saudade de você! Gosto do que você faz.
Os irmãos precisam saber que podem contar com seu apoio, quando necessitarem; que podem se aproximar de você para conversar.
Sensibilidade é outro requisito indispensável. Procure ser sensível às necessidades das pessoas. Ouça com atenção. Algumas pessoas querem apenas desabafar com alguém que lhes mostre empatia.
Saiba guardar segredo, não faça comentários que manchem a imagem de alguém, não se envolva com mexericos ou grupinhos, não faça acepção de pessoas, dê atenção igual a todos. Não assuma tarefas que cabem ao pastor, não tome a frente de departamentos ignorando a liderança já estabelecida. Seja discreta, simples, defensora da Igreja. Ser confiável é o que se espera da esposa do pastor.
Não precisamos assumir cargos, mas devemos estar dispostas a servir a igreja no que formos solicitadas. Isto é, podemos orientar, treinar, ajudar a formar líderes em áreas que estejam de acordo com nossas habilidades. Não fique se martirizando pelo dom que você não possui. Procure descobrir e desenvolver os dons que o Senhor lhe deu e use-os para a Sua glória e estabelecimento do reino.
A igreja espera que a esposa do pastor seja uma conselheira dos jovens, crianças, casais e todos os que necessitam de orientação. Para isso, devemos ler, ampliar nossos conhecimentos. Sempre que possível, é bom acompanhar o esposo na visitação, especialmente às mulheres e aos casais.
Todos necessitamos de amigos, alguém para compartilhar, que se alegre ou chore conosco. Devemos ser amigas de crianças, adolescentes, jovens e idosos. Tome a iniciativa de ir até eles; ofereça sua amizade e certamente terá a deles em troca. Mas, seja discreta; não fale de seus problemas pessoais nem da liderança denominacional.
Seja bem-vinda à família pastoral e desfrute a alegria de servir ao Senhor.
Cristina Florêncio, Coordenadora da Área Feminina da Associação Ministerial na Associação Pernambucana, Recife, PE