Precisamos agir com equilíbrio, a fim de cuidar bem da família e, ao mesmo tempo, ser fiéis no exercício do ministério para o qual fomos chamados.
Um dia, um experiente pastor fez a seguinte declaração: “Você pode perder seu ministério para sua família e sua família para seu ministério.” Essa frase nos mostra uma realidade incômoda: a rivalidade que pode existir entre ambos.
Geralmente, essa competição é resultado do tempo dedicado ao pastorado em detrimento à atenção necessária à família. De fato, a sequência de nossas prioridades deveria ser: Deus, família (esposa e, em seguida, filhos) e ministério. Essa ordem não é opcional, pois tem uma lógica inerente que precisa ser considerada com sabedoria.
Contudo, alguns correm o risco de ir a outro extremo: o de negligenciar o ministério para atender somente a família. Precisamos agir com equilíbrio, a fim de cuidar bem da família e, ao mesmo tempo, ser fiéis no exercício do ministério para o qual fomos chamados.
Por que devemos priorizar nossa família? Ao escrever sobre esse tema, Ellen White fez uma solene declaração: “Aquele que fracassa em ser um pastor fiel e criterioso no lar, certamente fracassará em ser um pastor fiel do rebanho de Deus na igreja” (Ministério Pastoral, p. 89).
Para ela, o assunto era muito importante, a ponto de repeti-lo em outras ocasiões. Em Obreiros Evangélicos, afirmou: “Coisa alguma pode desculpar o pastor de negligenciar o círculo interior, pelo mais amplo círculo externo. O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar. No dia do final ajuste de contas, Deus há de perguntar que fez ele para atrair para Cristo aqueles que tomou a responsabilidade de trazer ao mundo. O grande bem, feito a outros, não pode cancelar o débito que ele tem para com Deus, quanto a cuidar dos próprios filhos” (p. 204).
Nunca se esqueça de que, ao cuidar de sua família, você demonstra a realidade e a eficácia do evangelho no cotidiano; pois, “a maior prova do poder do cristianismo que se pode apresentar ao mundo é uma família bem-ordenada, bem disciplinada. Isso recomendará a verdade como nenhuma outra coisa o poderá fazer; pois é um testemunho vivo de seu poder prático sobre o coração” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 304).
Na edição da Ministério de julho/agosto de 2016, Natanael Moraes publicou um artigo no qual apresentou bons conselhos para que o pastor preserve o bem-estar de seu lar. Entre as sugestões, ele destacou a prática da comunhão diária com Deus, o estabelecimento de prioridades, o cuidado com a saúde física e o esgotamento mental e a administração adequada do tempo (p. 12).
Algumas dicas práticas adicionais podem nos ajudar a proteger nosso bem mais precioso:
Respeite o dia de folga. Não agende comissões, reuniões ou atividades que não estejam relacionadas com sua família.
Nas férias, não tenha compromissos missionários que demandem muito de seu tempo.
Ao longo da semana, invista tempo de qualidade em atividades familiares como caminhada, diálogo ou assistir a algum filme juntos.
Envolva sua família em seu ministério por meio de atividades missionárias que correspondam aos dons que Deus concedeu a cada membro de seu lar.
Caso você não seja pastor distrital, acompanhe sua família um sábado no mês à congregação em que ela frequenta, a fim de adorar e aprender mais sobre Deus como membros da igreja.
Lembre-se de que “não somos indispensáveis no ministério, mas somos indispensáveis em nossa família”.
Daniel Montalvan, secretário ministerial associado para a Igreja Adventista na América do Sul