A visitação pastoral é um elemento vital da obra do pastor. Como define Ellen White: “O trabalho de casa em casa, em busca das pessoas, à procura da ovelha perdida, é o trabalho mais importante que se pode realizar” (Evangelismo [CPB, 2023], p. 299). No entanto, a relevância da visitação pastoral não se deve apenas aos seus excelentes resultados. É verdade que “nada dará maior energia espiritual, mais acréscimo de fervor e profundidade de sentimentos do que visitar e servir os doentes e desencorajados, ajudando-os a ver a luz e a firmar em Jesus sua fé” (Ellen G. White, Serviço Cristão [CPB, 2022], p. 109). Contudo, o verdadeiro motivo do seu êxito está no fato de ser um plano de origem divina.

A ideia de visitar uma pessoa que necessita de apoio espiritual surgiu do próprio Deus. Desde o início da história bíblica, vemos o Senhor Se aproximando de Suas criaturas em momentos de dificuldade. Quando Adão e Eva pecaram, por exemplo, foi Deus quem saiu ao encontro deles: “E o Senhor Deus chamou o homem e lhe perguntou: ‘Onde você está?’” (Gn 3:9). Embora o primeiro casal estivesse em uma condição espiritual crítica e desejasse evitar a presença divina, foi o próprio Deus quem tomou a iniciativa de visitá-los.

O mesmo aconteceu com Caim. Ele havia cometido o terrível crime de assassinar seu irmão, e sua ação exigia seu afastamento da comunidade humana. No entanto, mais uma vez, Deus tomou a iniciativa e foi falar com ele: “Onde está Abel, o seu irmão? […] O que foi que você fez? A voz do sangue do seu irmão clama da terra a Mim” (Gn 4:9, 10). O propósito da visita era redentor, pois “Deus dera a Caim oportunidade para confessar seu pecado” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 51). No entanto, o coração de Caim se fechou e ele rejeitou a oportunidade de se arrepender. Isso mostra que nem mesmo as visitas divinas são sempre bem-sucedidas.

Jacó também foi visitado por Deus em um momento delicado. Após enganar seu pai e tomar a bênção do irmão, arrependeu-se e reconheceu: “Sou indigno de todas as misericórdias” (Gn 32:10). Para tentar reparar o dano, enviou a Esaú o melhor de seus rebanhos como presente (v. 13-21). Ainda assim, sentia culpa e medo. Foi então que Deus o visitou em uma noite, ajudando-o a restaurar o relacionamento com o irmão e protegendo sua família (Gn 32:24-30).

Em resumo, vemos pessoas enfrentando diversas situações e necessidades espirituais distintas. Mas, em todos os casos, Deus foi ao encontro de cada uma delas. Ele as visitou, ouviu, falou e ofereceu o que precisavam. Algumas visitas foram bem-sucedidas; outras nem tanto. Ainda assim, em cada caso, Deus cumpriu Sua missão de Se aproximar das pessoas a fim de resgatá-las.

A visitação pastoral é tão importante porque é uma ideia de Deus, que Ele mesmo pôs em prática. Por isso, “assim como Deus tomou a iniciativa conosco, os pastores são capacitados a tomar a iniciativa com seus membros: para ir até onde eles vivem, quando não podem ou não querem vir até nós. Não podemos ficar sentados passivamente enquanto um casamento ou uma família começa a se desintegrar, um membro da igreja se afasta, ou uma pessoa solitária sofre incessantemente pela perda do cônjuge, sem fazer nada para ajudá-los. […] Precisamos tomar a iniciativa” (Bradford Lyle, Building Relationships Through Pastoral Visitation [Judson Press, 1984], p. 16).

Eric Richter, editor da Ministério, edição da Aces