Aproximava-se um dos momentos mais difíceis para os discípulos. Jesus havia se reunido com eles em uma aldeia, a poucos quilômetros de Jerusalém. Um sentimento de tristeza, lembranças e a dor da despedida apertavam o coração deles. Na mente, imagens daquela íntima convivência com o Mestre, durante mais de três anos. Elas eram fortes, emotivas e impactantes. Em seu último encontro com os discípulos, o que Jesus lhes disse? O que Ele esperava daqueles pelos quais deu Sua vida? Quais foram Suas prioridades?
Jesus afirmou: “Toda a autoridade me foi dada no Céu e na Terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19, 20). Gostaria de destacar três aspectos dessa declaração:
Toda a autoridade. Por que precisamos de toda a autoridade? Porque a natureza de nossa missão não pode ser interpretada somente de maneira humana, carnal ou terrena. Como ministros e líderes de um rebanho, é importante considerar que há lugar para transpiração, esforço e mobilização da igreja para o serviço, mas jamais podemos nos esquecer de que “a comunhão com Deus comunica aos esforços do pastor um poder maior que a influência de sua pregação. Ele não deve se permitir privar-se desse poder” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 202).
“Alcançar, ensinar, cuidar, preparar e enviar gente para salvar gente foi o que Jesus fez, e é isso que Ele espera de cada um de nós.”
Ide. Hendriksen, comentando as palavras de Cristo, especialmente o “ide”, escreveu: “O momento de fazer preparativos definidos para a propagação do evangelho ao mundo havia chegado” (W. Hendriksen, Comentário do Novo Testamento, p. 1355). Esses preparativos foram caracterizados pela abrangência, intensidade e autoridade na pregação do evangelho que não deveria assumir aspectos pontuais e locais, mas abarcantes e universais. O “ide” cabe a nós hoje do mesmo modo como Cristo o confiou à igreja apostólica.
Fazei discípulos. Na dinâmica do ministério e das suas múltiplas atividades é importante fazer uma pergunta, aparentemente, óbvia: Estou fazendo discípulos? Estou fazendo aquilo que Jesus espera de mim? Sem dúvida, precisamos acompanhar as construções e reformas das igrejas, realizar e participar de eventos, conduzir comissões, fazer séries de evangelismo, entre outras atividades. Entretanto, não podemos nos esquecer de que em meio a tudo isso, o compromisso de fazer discípulos deve assumir a primazia.
Alcançar, ensinar, cuidar, preparar e enviar gente para salvar gente foi o que Jesus fez, e é isso que Ele espera de cada um de nós. Ellen G. White disse que Cristo é o modelo de vida para todos, mas também, um modelo de serviço para seus ministros. Ela escreveu: “Que nossos ministros levem sua carga de responsabilidade com temor e tremor, buscando sabedoria do Senhor e suplicando constantemente por Sua graça. Que façam de Jesus o seu modelo, estudando diligentemente Sua vida e colocando todos os dias em prática os princípios que O dirigiram em Seu serviço, enquanto esteve na Terra” (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 124, grifo nosso).
Estamos começando um novo ano, cheio de desafios e de oportunidades. Com certeza, desejamos fazer mais e melhor. Por isso, aprender sempre de Jesus nos fará servi-Lo com maior excelência. Ver gente transformada e cumprindo a missão de Cristo é a maior recompensa de um ministério discipulador.