Em um bilhete, a recompensa valiosa do trabalho com juvenis e jovens

Junto a uma mochila na grama, duas pessoas montam uma barraca. Um pouco mais distante, ouve-se o ruído de alguém tentando inflar o colchão de ar. O ambiente está alegre, todos sorriem apressados para deixar o acampamento pronto. O clima está ótimo. O sol brilha forte, mas ao cair da tarde, uma brisa faz baixar a temperatura. De longe e de perto, pessoas vão chegando. Amigos se reencontram. Passarão dias felizes, certamente!

A programação inclui tempo para aventura, com uma caminhada até uma cachoeira, visita à caverna e duas atividades-surpresa. Ovo na laranja, pão no espeto e arroz no bambu fazem parte do cardápio. Cada pessoa recebe duas cordas, e logo terá início a aula de “nós e amarras”.

Afinal, do que estamos tratando? De um acampamento para desbravadores? Pode ser. Um Campori? Talvez. Então, continue nos acompanhando. No Fogo do Conselho, um pastor conta a história de como um bilhete escrito por uma desbravadora de onze anos foi para ele um poderoso estímulo para se aproximar dos juvenis e inspirá-los à missão.

O bilhete

“Ao querido pastor…

“A partir de hoje, você é meu pastor. Antes eu não prestava atenção ao seu sermão. Você parecia ser uma pessoa importante, mas distante. Eu o respeitava, mas não o amava.

“Mas hoje, no acampamento do clube, quando o senhor me ajudou a atravessar o rio, no fim da caminhada, percebi sua mão me guiando e protegendo. Foi um gesto simples, mas descobri que você se interessa por nós, que se importa com o que nos importa, que gosta do que nós gostamos. Por isso, eu o escolhi para ser sempre o meu pastor. Depois do meu batismo, quero que seja o orador na minha festa de 15 anos, daqui a quatro anos. Passados alguns anos, quando chegar o dia, quero que faça meu casamento. Quando, no futuro, eu tiver um filho, desejo que você faça a dedicação.

“Muito obrigada por seu meu pastor.

“Sua ovelha…”

Com o bilhete na mão e em lágrimas, o pastor termina o Fogo do Conselho dizendo: “Este é mais que um papel, mais que um trunfo; é meu troféu. Quando estou desanimado, é fonte de entusiasmo e ânimo. Disse Jesus: ‘O que fizerem a um destes pequeninos, fazem a Mim.’”

É hora de dormir. No início do dia seguinte, o grupo participa da meditação. Em seguida, as atividades físicas: alongamento, caminhada, corrida. Todos estão divididos em Unidades e, perfilados, participam de alguns movimentos de ordem unida. Depois do desjejum, reúnem-se para uma série de palestras, nas quais são abordados vários assuntos relacionados ao trabalho com juvenis.

Pastori

Acaso, você já descobriu o que está acontecendo? É um pastori, atividade de dois ou três dias, no meio da semana, que reúne pastores de uma Associação ou Missão em um acampamento. Ali eles realizam uma série de atividades ao ar livre, a fim de ser motivados, treinados e capacitados para o apoio ao Clube de Desbravadores.

O ministério pastoral é desenvolvido em múltiplas áreas da igreja e fora dela. Ele inclui atividades dos vários departamentos, reuniões, comissões, campanhas de evangelismo, visitação, organização de pequenos grupos, entre outras. E o Clube de Desbravadores é uma ferramenta poderosa de conservação e evangelização. O pastori é a melhor atividade para ajudar pastores na liderança e no apoio aos clubes de desbravadores do distrito. Ele pode ser dividido em quatro partes: 1) conhecimento técnico; 2) conhecimento prático; 3) aventura e companheirismo; 4) inspiração com experiências compartilhadas.

Na parte técnica, os pastores reveem a história do ministério juvenil, o surgimento dos clubes de desbravadores, didática das classes regulares, necessidades dos juvenis, como pregar para desbravadores, filosofia de acampamento, objetivos do
ensino de nós e amarras, ordem unida, especialidades técnicas de sobrevivência e primeiros socorros. Também aprendem a levar juvenis à decisão, evangelismo juvenil, evangelismos indireto, projetos comunitários com o clube, como fundar um clube, posicionamento de bandeiras, dicas para realizar um atraente batismo de Primavera.

Durante as tardes, no tempo reservado ao conhecimento prático, os pastores são envolvidos em aprendizado de nós e amarras, prática de ordem unida, cumprimento do cartão, cumprimento dos requisitos do Cartão de Líder para Pastores, montagem e desmontagem de acampamento, como acender fogo sem o uso do fósforo, cozinhar pelo menos duas refeições com a Unidade.

Em algumas horas da tarde ou da noite, juntos, fazemos atividades de aventura, a fim de fortalecer o companheirismo e adquirir novas habilidades. As atividades podem ser rapel, tirolesa, exploração de cavernas, rafting, caminhada noturna, pista-fio, banho de cachoeira, travessia de um lago com mochila-boia, escalada de montanhas, exploração de uma ilha, canoagem, observação de estrelas, ou arborismo.

Como última atividade, à noite, todos se reúnem ao redor de uma fogueira. Uma ou duas músicas são cantadas pelo grupo. Em seguida, um pastor compartilha alguma experiência inspiradora, e o encontro termina com oração. Esse é o Fogo do Conselho, o momento para inspirar e compartilhar experiência dos pastores junto aos respectivos clubes.

Celeiro de batismos

Desejamos que os pastores se sintam inspirados para que continuem apoiando as atividades dos clubes. Com esse propósito, compartilhamos histórias de outros pastores sobre juvenis que, durante um acampamento ou campori, tomaram a decisão para o batismo, e desbravadores que decidiram se tornar pastores. Evidentemente, não é possível realizar todas as atividades em um pastori. Somente algumas delas são escolhidas para cada evento. O programa deve ter espaço para interação e descontração entre os pastores.

Salvação e serviço são os dois principais objetivos dos desbravadores. Por sua vez, o pastori tem como fundamento desafiar e acompanhar os clubes, para que continuem salvando e servindo. O Clube de Desbravadores é grande celeiro de batismos e fábrica de líderes da igreja. Esses são apenas dois fatores que ressaltam a importância de envolver pastores nos clubes, bem como a importância da realização de pastoris.

Depois de uma singela cerimônia de encerramento, com a entrega dos trunfos, o acampamento é encerrado com oração. O companheirismo entre os pastores, a quebra da rotina ministerial por três dias, as aventuras em meio à natureza, o compartilhamento de experiências do ministério e a ênfase na salvação de nossos juvenis tornam inesquecível esse acampamento. O pastori termina. Então, começa um ministério mais perto dos desbravadores, a fim de guiá-los na caminhada para o Céu.