Sempre que um membro de sua igreja o abordava com perguntas sobre temas complexos, certo pastor tinha a resposta pronta: “Irmão, eu só sei que somos salvos pela fé em Cristo”. Com isso, tentava evitar assuntos que exigiam maior profundidade na pesquisa e reflexão, bem como procurava conscientizar o interlocutor de que talvez não fosse produtivo gastar tempo com assuntos por ele considerados apenas acessórios. No que se refere ao fato de que devemos viver na segurança da salvação graciosamente a nós ofertada por Deus, em Cristo, o pastor estava certo. Afinal, a mensagem da justificação pela fé é o eixo em torno do qual giram todas as demais doutrinas. Somente ela, quando devidamente compreendida, liberta o ser humano da culpa, do remorso e o leva a adorar, sem medo, o Criador. Somente a mensagem de justificação pela fé é que, dando ao pecador arrependido e perdoado a certeza da aceitação divina, torna a obediência um prazer.
Conforme entendido pela igreja adventista do sétimo dia, a justificação pela fé tem abrangência cósmica, envolvendo a vitória de Jesus Cristo sobre a cruz e a sepultura, bem como Sua entrada “além do véu”, no santuário celestial. Ali, Ele realiza Seu ministério sumo-sacerdotal no grande Dia de Expiação. Esse é um tema que todo pastor adventista precisa conhecer plenamente, de modo que esteja pronto a explicar a qualquer pessoa, a tempo e fora de tempo, a razão da sua esperança (1Pe 3:15).
A justificação pela fé deve ser compreendida no contexto de “verdade presente”, nos termos da mensagem angélica do Apocalipse: “Então vi outro anjo, que voava pelo céu e tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na Terra, a toda nação, tribo, língua e povo. Ele disse em alta voz: ‘Temam a Deus e glorifiquem-nO, pois chegou a hora do Seu juízo. Adorem Aquele que fez os céus, a Terra, o mar e as fontes das águas’” (Ap 14: 6, 7). Se o ponto culminante da mensagem de justificação pela fé não for a proclamação das verdades contidas nesse chamado solene, a pregação estará incompleta.
Nenhum pastor deve se contentar em permanecer apenas na superfície, mas tem o dever de buscar profundamente os mais valiosos tesouros dessa verdade. Então, com mais frequência, deve levá-la de volta ao púlpito, proclamando-a no poder do Espírito Santo. Afinal, o que todos nós desejamos é ver uma igreja que seja produto do “evangelho eterno”, que reflita a imagem de Cristo Jesus. Uma igreja que esmague as pretensões da Besta e sua imagem, exaltando o único Deus, criador de todas as coisas; uma igreja cuja transformação comova os anjos e os mundos não caídos. Uma igreja plena de certeza e segurança no juízo divino, a respeito da qual o Senhor diga: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e permanecem fiéis a Jesus” (Ap 14:12).
Com o propósito de ajudar você nessa tarefa, esta edição de Ministério está em suas mãos.
Zinaldo A. Santos