“Recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (lTs 1:3)

Hoje é terça-feira. Estou começando minhas atividades no escritório da Divisão. Seria um dia como outro qualquer, mas, aconteceu algo que fez arder meu coração e que já está transformando meu dia. Acabei de ouvir uma linda mensagem em nosso culto matutino sobre a volta de Jesus. O pregador foi abençoado ao reacender nos corações a chama da sublime esperança.

Entrei na sala e comecei a refletir sobre a importância da esperança na vida cristã, ou melhor, em minha vida. Quero compartilhar com você algumas conclusões a que cheguei. Há pelo menos dois tipos de esperança: o primeiro é a falsa esperança. É a experiência de alimentar no coração uma expectativa em tomo de algo que nunca se concretizará.

Dias atrás, ouvi alguém contando que havia feito uma combinação de números para a Mega-Sena. E dizia que ficou tão empolgado com a possibilidade de se tornar milionário que passou realmente a achar que poderia ganhar. Aquela semana foi a mais tensa e expectante de sua vida. Suas esperanças estavam voltadas para o sorteio que aconteceria no fim-de-semana. À noite, não conseguia dormir. Fazia planos para a fortuna. No trabalho, imaginava as mudanças que aconteceriam a partir da semana seguinte.

Os dias foram passando e a expectativa aumentando. A esperança era tão grande que ele se sentia melhor, mais feliz. Horas antes do sorteio, foi procurar o bilhete da aposta. Mas… não podia acreditar no que acabava de perceber. Tudo tinha sido em vão. Horas de sono perdidas, planos para o futuro, casa nova, carro novo, tudo o que ele havia acalentado com tanta esperança durante a semana se revelara sem nenhum fundamento. A esposa, que devia ter comprado o bilhete no início da semana, simplesmente havia esquecido, e a aposta não tinha sido feita. Uma falsa esperança!

A falsa esperança é falsa porque, mesmo sendo sincera, está fundamentada em coisas que não são seguras ou não são verdadeiras. A Bíblia diz que “a esperança do ímpio perecerá” (Jó 8:13). É de partir o coração ver multidões à nossa volta vivendo uma falsa esperança. Sem Deus, muitas pessoas depositam suas esperanças nas futilidades que o mundo apresenta. Outras, apesar de terem o mais sincero sentimento religioso, amparam as esperanças em falsidades, em produtos oferecidos pelo mercado da fé dos nossos dias. São no mais estrito sentido da expressão “ovelhas que não têm pastor”.

Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa

A Palavra de Deus nos motiva a viver a verdadeira esperança, aquela que vem de Deus e sacia a alma. O salmista ergue a voz e canta: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dEle vem a minha esperança” (Sl 62:5). É a esperança que não se limita a esta vida, mas que extrapola o tempo e o espaço; é a esperança da vida eterna. Por isso, a volta de Jesus é o foco principal da esperança do cristão.

Poderia existir algo mais sublime e desejável que a esperança contida nestas palavras: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (lTs 4:16, 17)?

Esperança e fé andam juntas, embora sejam diferentes. O fundamento da fé está no passado e o fundamento da esperança está no futuro. Paulo afirma que “se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé” (1Co 15:17). Assim, a fé está fundamentada no evento da cruz que culminou com a ressurreição. Nossa fé não é algo vago, suspenso sobre o nada. Ela está edificada em uma obra realizada no passado. Por isso a Bíblia define fé como certeza e convicção (Hb 11:1).

A esperança da volta de Cristo é resultado da fé na redenção já garantida por Sua morte e ressurreição. Temos esperança na volta do Senhor porque Ele morreu e ressuscitou. Isso nos assegura o cumprimento pleno de Suas promessas. E assim, fé e esperança dão as mãos. “Fé é a certeza de coisas que se esperam”, diz a Bíblia (Hb 11:1).

Querido pastor, pense mais sobre a volta de Jesus; tome tempo para imaginar a cena gloriosa dos anjos levando os remidos para o encontro com o Senhor nos ares. Deixe seu coração ser aquecido com essa realidade futura, mas cada vez mais perto de nós. Sua vida e ministério serão mais plenos de amor a Deus e desejo de anunciar a razão da nossa esperança a um mundo perdido.