Por meio da inspiração, nosso Deus nos diz: “A Obra de Deus nesta Terra jamais poderá ser terminada antes que os homens e mulheres que compreendem o total de membros de nossa igreja se unam à obra, e unam seus esforços aos dos pastores e dirigentes das igrejas”. — Obreiros Evangélicos, p. 365.
Muitas vezes já lemos e ouvimos esta declaração. Você, irmão, a tem ouvido em sua igreja. Eu sei que a tenho pregado do púlpito também. E você e eu temos de terminar a obra de Deus nesta Terra, e, portanto, temos de unir nossos esforços.
Quem escreve estas linhas é um jovem pastor. Nos poucos anos que tenho na mais bela de todas as tarefas, a de pregar o evangelho, cheguei a apreciar seu trabalho missionário, sua abnegação ao contar aos outros as maravilhas que Deus fez por você, e por isso são dirigidas estas linhas a você, meu irmão, que compreende que nos temos de unir para concluir a obra de Deus aqui na Terra.
Mas estas palavras não são uma censura, nem sequer uma admoestação. Surgem do fundo do coração, impregnadas de sinceridade e com verdadeiro amor fraternal. Hoje chego a você para lhe dizer: Obrigado, irmão. Obrigado porque almeja concluir a obra de Deus, e está colaborando com sua igreja e seu pastor.
Nesse momento me parece estar no púlpito dando a mensagem que Deus me pediu que lhe dê. As palavras que estou pronunciando são o fruto da oração, do estudo da Bíblia, a inspiração que o Senhor, em Seu amor, põem em mim, antes ou no momento de pregar. Enquanto escrevo estas linhas, vejo a você, irmão. Está me escutando. Com um movimento de cabeça ou um gesto de seu rosto me diz que está aceitando a mensagem que Deus lhe está dando este sábado de manhã. Ao sairmos do culto você me diz: “Obrigado, Pastor, pela mensagem”. E por isso, por essas palavras pronunciadas com lábios trementes, hoje lhe digo: “Obrigado, irmão”. Sim, porque nelas eu vejo que Deus me tem usado; porque sinto que Deus falou por meio deste humilde servo. Obrigado, irmão, porque você aceitou a mensagem de Deus, e não teve em conta o homem que a dava; senão, talvez me houvesse dito: “Felicito-o, Pastor. Como foi belo o seu sermão!” Se assim tivesse sido, eu hoje não lhe poderia dizer: “Obrigado, irmão”.
Ao percorrer o templo com o olhar, meus olhos pousam sobre um ou outro. Ah! Você que é jovem, talvez um pouco mais novo do que eu; talvez da minha idade. Você que anseia que tudo corra bem, que não se cale se vir uma injustiça. Você tem a força e o dinamismo da juventude. Você que está usando os talentos que Deus lhe tem dado para terminar a “obra de Deus na Terra”. Você que na última campanha missionária abrigou essas boas idéias que tanto ajudaram à igreja e que trouxeram como fruto algumas das novas almas que temos na congregação., Hoje, a você, companheiro, este amigo que é o seu Pastor lhe diz: “Obrigado, irmão”.
Ao continuar a contemplar a minha congregação, vejo a você, irmão. Os anos lhe têm coberto de neve os cabelos. Você já viveu o dobro ou mais do que eu. A vida lhe tem ensinado muitas coisas. Sua experiência, obtida com o correr dos anos, habilita-o a opinar com certeza. Lembra-se daquele sábado em que, depois da reunião dos jovens, fomos ao fundo do templo para falar? O tempo tem passado, e hoje tenho de dizer a você, meu irmão, que bem pode ser meu pai: “Obrigado, irmão”. Obrigado por seus conselhos. Obrigado por aquelas palavras que mais ou menos foram: “Pastor, o irmão nos falou de realizar este plano. Sabe, Pastor, eu creio que podemos executá-lo, mas temos de ter em conta que…” E você me aconselhou. E eu meditei. Unimos os critérios e hoje nos alegramos pelo êxito do plano. Por seus conselhos, por sua experiência conseguida através dos anos que eu não tenho vivido, obrigado, irmão.
E me comove até às lágrimas pensar em você, irmão, que sabe que eu, seu Pastor, sou de carne e osso como todos. Você que ouviu meu sermão antes da santa ceia, e conseguiu vislumbrar que havia um problema amargurando minha vida. Você não perdeu tempo. Propôs-me ser meu companheiro no rito de humildade. Enquanto suas mãos me lavavam os pés, parecia que me estava dizendo: “Não se preocupe, Pastor, tudo já vai passar”. Não houve palavras, assim como não houve entre Jesus e Pedro quando o galo cantou pela terceira vez, mas seu aperto de mãos, seu abraço cheio de calor humano e amor divino, seu beijo em minha face úmida de lágrimas, fizeram-me sentir mais perto de Deus. Ali, o problema que me acossava reduziu-se a insignificantes dimensões. Por tudo isso seu Pastor lhe diz: “Obrigado, irmão”.
Hoje, ao escrever estas linhas, elevo minha voz com gratidão a Deus pelos membros de minha igreja, pois estão dispostos a trabalhar ombro a ombro para terminar “a obra de Deus nesta Terra”, e então, não antes, ir morar nos lugares celestiais que nosso Senhor foi preparar.
Em minha vida diária sinto a mão de Deus acompanhando-me. Não sou digno de tantas bênçãos, mas Deus está ouvindo o que no outro dia ouvi da mais idosa de minhas irmãs da igreja. O culto de oração estava terminando. Todos nós tínhamos orado, e então só se ouvia a voz da avozinha que dizia em oração: “Rogo-te, bom Deus, que acompanhes ao nosso Pastor, que sempre lhe dês sabedoria para nos ensinar. Cuida dele e de sua família. Livra-o de todo o mal…” Por suas orações, “Obrigado, irmã”.
Sigamos unidos, e unamo-nos ainda mais, e só assim, diz a inspiração, poderemos terminar “a obra de Deus nesta Terra”.
A você, meu querido irmão, que se esforça e trabalha pela igreja e a pregação; a você, irmão, que tão sabiamente me ajuda nos trabalhos da igreja; a você que leva uma vida tão consagrada a Deus que é para mim uma contínua inspiração; a você que ora por mim que sou seu Pastor, mas acima de tudo seu irmão em Cristo, uma vez mais lhe digo: “Obrigado, muito obrigado, irmão”.
Juan M. Cayrus