O que a igreja espera da esposa do pastor

Creio que nenhuma esposa de pastor aprecia ser apontada como exemplo. Afinal, isso exige muito de nós, e sabemos que estaremos sempre aquém do ideal. Porém, é verdade que, em nosso íntimo, temos o sincero desejo de viver cada dia na contemplação de Cristo e, assim, nos tornar mais semelhantes a Ele. Conforme diz conhecido cântico, “o cristão é exemplo, mesmo sem o querer”. Parece que isso é confirmado sempre que chegamos a um novo distrito pastoral. Somos observadas e muitas pessoas nos têm como exemplo. Independentemente de tal atitude ser correta ou não, é um fato constatado.

Diante disso, o que devemos fazer? Embora muitas pessoas aparentem jamais estar satisfeitas com aquilo que somos, podemos fazer simplesmente nosso melhor, sob a graça de Deus e deixando com Ele os resultados. Mas há três palavras-chave que podem ajudar a nortear a vida e a conduta da esposa de pastor. Neste artigo, vamos refletir um pouco sobre cada uma delas.

Comprometimento

Uma mulher comprometida é o que o Senhor, o esposo e a igreja esperem da esposa do pastor. Você não precisa ter o dom de realizar todas as coisas na igreja. Mas é muito importante que seja comprometida com o ministério pastoral. Essa atividade não é apenas do seu esposo; é do casal, e você deve fazer seu melhor a fim de apoiá-lo em todos os sentidos. Evidentemente, os limites pessoais devem ser respeitados, mas é muito triste ver uma esposa que não se sente chamada para esse trabalho. Cedo ou tarde, isso afetará duramente o ministério do esposo, pela impossibilidade de executá-lo sozinho.

Discrição

À semelhança do anterior, esse é um fator muito importante. Discrição tem muito que ver com a maneira de alguém se comportar e, em nosso caso especialmente, com o vestuário e cuidados com a aparência.

Quão importante é que a esposa do pastor entenda a necessidade de ser discreta em todas as situações! Por exemplo, ela deve ter o cuidado de não expor comentários confidenciais, evitar falar ou gargalhar tão alto que chame a atenção das pessoas. É preciso estar elegantemente vestida, representando bem a função e, ao mesmo tempo, ser modesta. Dispense roupas extravagantes, esteja em sintonia com o tipo de congregação da qual faz parte. Não fique aquém do nível da comunidade, muito menos pareça esnobe, tentando ficar acima desse nível. Há que se cuidar com o comprimento da roupa, o tamanho dos decotes, cavas, transparências e qualidade do tecido.

De acordo com Ellen G. White, não devemos ser os primeiros nem os últimos a aderir a alguma novidade no vestuário. Portanto, equilíbrio entre qualidade e economia é o segredo.

“Não devem os cristãos dar-se ao trabalho de se tornar objeto de estranheza por se vestirem diferentemente do mundo. Mas se, em harmonia com sua fé e dever em relação ao seu traje modesto e saudável, eles se virem fora de moda, não devem mudar sua maneira de vestir a fim de serem semelhantes ao mundo. Devem, porém, manifestar uma nobre independência e coragem moral para serem corretos, mesmo que todo o mundo deles difira. Se o mundo introduzir uma moda de vestuário modesta, conveniente e saudável, que esteja de acordo com a Bíblia, não mudará nossa relação com Deus ou com o mundo o adotarmos essa moda de vestuário. Devem os cristãos seguir a Cristo, conformando seu traje com a Palavra de Deus. Devem fugir dos extremos. Devem humildemente seguir um procedimento retilíneo, independente de aplauso ou de censura, e devem apegar-se ao que é direito, pelos simples méritos do direito” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 476, 477).

Mas é importante entender que a elegância vai além da vestimenta. Além de estar vestida de acordo com a situação, e de acordo com os princípios cristãos, a esposa do pastor deve ter modos gentis, cortesia cristã, para com todas as pessoas.

Um item que não podemos ignorar é a maquiagem dos olhos ou nos lábios. É aceitável que se corrijam imperfeições da pele e dar um aspecto de rosto bem cuidado. Mas que não haja exageros. Ter unhas bem cuidadas é também sinal de higiene; porém, no caso de usar esmalte, seja esse transparente.

Lembre-se: outras irmãs da igreja estão atentas a todos esses e outros detalhes vistos em nós. Muitas procurarão brechas para usar e fazer isto ou aquilo, sob a justificativa de que a esposa do pastor também usa e faz. O princípio ensinado por Paulo, no contexto do uso de alimentação sacrificada a ídolos, é válido aqui: “Tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos… Quando você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo” (2Co 8:9, 12).

Consagração

Finalmente, de nada adianta procurarmos nos envolver no trabalho e ter discrição, se tudo isso for simplesmente aparência exterior. É necessário que brote do coração; deve ser algo feito de modo natural, fruto de um amor que tem raízes profundas na comunhão diária com Cristo. É impossível dar algo que não se tem. Assim, nossa vida deve ser autêntica, verdadeira. Nosso falar, cheio do amor e bondade do Salvador. Tudo em nossa vida deve refletir o fato de que andamos com Ele, diariamente bebendo a Água da Vida, alimentando-nos do Pão do Céu, deixando que Ele nos transforme à Sua semelhança.

É assim que, ao acompanharmos nosso esposo em seu trabalho, revelaremos real interesse pelo bem-estar de cada um deles. Amaremos o rebanho que nos foi confiado, entregando-nos a essa causa com o mesmo amor demonstrado por Cristo Jesus. A tudo isso, o Supremo Pastor saberá recompensar na eternidade e, até que lá nos encontremos, o exercício do ministério pastoral será indescritivelmente prazeroso.