Este artigo foi adaptado de uma palestra apresentada na Convenção ASI de 1980 e publicado em ASI News, março de 1981. Usado com permissão.

Isso me preocupou durante anos. Eu era um negociante adventista razoavelmente bem sucedido quando um dia, ao estar sentado na igreja, ouvi o pregador falar sobre sacrifício e compreendi repentinamente que com dois carros, dois barcos, um trailer, uma bela residência e um refrigerador cheio de alimentos, eu não sabia absolutamente nada sobre sacrifício.

E assim, enquanto minha esposa servia o almoço aquele sábado, eu disse-lhe subitamente:

— Por que não vendemos tudo que temos, para investi-lo na Causa e terminar a obra? Pois, se o Céu é tão bom como dizemos, que estamos fazendo aqui?

Ela virou-se e perguntou:

— Que foi que motivou isso?

— Bom — disse eu — simplesmente assisti hoje à palestra sobre sacrifício e não conheço nada a esse respeito. E você?

Penso que se houvesse um esforço simultâneo para todos “venderem tudo, investirem-no na Causa, terminarem a obra e saírem daqui”, eu provavelmente teria participado desse grupo. Entretanto, não podia ver por que devia desvencilhar-me do que era meu quando todos os outros conservavam o que era seu.

Peguei a palavra “sacrifício” e tornei a guardá-la no pequeno entalhe do computador IBM que Deus nos deu, chamado cérebro, e toda vez que a ouvia, não me preocupava com ela, pois não a entendia.

Tenho plena certeza de que o diabo quer que todos quantos possuem uma bela casa, um bom automóvel e alguns ternos no armário embutido tenham sentimentos de culpa. Pois um dos mais complicados problemas enfrentados pelo cristão de termo médio é a relação entre a prosperidade e o sacrifício. O problema é que o homem exerce os direitos que lhe foram dados por Deus; ele usa seus talentos e o tempo, e se torna bem sucedido. Então ele é constantemente bombardeado com sermões e artigos sobre o assunto do sacrifício. Ha alguns resultados muito estranhos. Primeiro ele dá liberalmente (mas ainda se sente culpado por não compreender a palavra sacrifício). Em segundo lugar, talvez rejeite a palavra completamente, porque teme a pobreza. Em terceiro lugar, ficará profundamente ressentido porque dar para a igreja significa sacrificar todas as coisas que ele adquiriu com grande esforço e poupou durante toda a sua vida. E, em quarto lugar, constitui um gravíssimo resultado se ele passa a considerar o sacrifício como se restringindo à doação de coisas materiais.

Sacrifício é Dar?

O texto que todos conhecem tão bem encontra-se no Salmo 50 verso 5. Tem sido usado em cartões de compromisso, formulários de entrega e pactos. Apresenta a vivida idéia de Cristo vindo nas nuvens do céu, chamando os santos e dizendo: “Congregai os Meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios.” A inferência é que se fizermos uma grande contribuição ou doarmos uma propriedade, poderemos fazer parte dessa enorme multidão, e estaremos preparados para ouvir esse grandioso convite.

Se for correto que sacrifício significa a doação de coisas, então o sacrifício total significa um saldo equivalente a zero. Em outras palavras, daríamos tudo que temos. Isso não nos colocaria numa posição interessante? Não possuindo absolutamente nada, seríamos totalmente inúteis para nós mesmos, para nos-Embora tudo pertença a Deus, há uma coisa sobre a qual Ele não exerce domínio algum — nossas escolhas e nossa vontade.

sas famílias, para nossa igreja, para a Causa. Na realidade, seríamos um fardo para o mundo, pois viveriamos à custa dos outros.

Além disso, nosso período de prova chegaria ao fim, pois nos é declarado que Deus nos prova neste mundo com coisas materiais. Em outras palavras, estamos lidando com coisas perecíveis para que Ele possa decidir se somos capazes de lidar com coisas imperecíveis. Deus não tem outra alternativa. O egoísmo foi o causador de tudo isso, e Deus não pode levar pessoas egoístas para o Céu de portas de pérolas e ruas de ouro. Eles introduziríam furadeiras em toda a parte!

Se sacrifício significa a doação de coisas, então Abraão, Isaque, Jacó, José, Daniel e muitas outras pessoas não fizeram um concerto com sacrifício, porque todos eles morreram como indivíduos muito abastados. No entanto, todos eles foram considerados dignos da vida eterna.

Sacrificar é Permutar?

Voltamo-nos para outra definição. Certo homem diz que sacrifício significa permuta. Em outras palavras, trocamos coisas com o Senhor por aquilo que Ele quer dar-nos. Entregamos-Lhe coisas perecíveis, e Ele nos concede coisas imperecíveis. Numerosas religiões falsas se baseiam nessa idéia de que se pode comprar a entrada ao Céu. Que faremos, porém, com os textos em que Deus diz: “O mundo é Meu, e quanto nele se contém?” Sal. 50:12. “Minha é a prata, Meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos.” Ageu 2:8. Que usaremos como material de permuta?

Aprendi algo sobre as permutas quando era bem novo. Eu residia numa zona rural, e no sítio não tínhamos muita coisa para divertir-nos. Tínhamos, porém, algo de que sinto falta até hoje. Era o “dia da permuta”. Não sei quem o iniciou. Foi alguma coisa que simplesmente aconteceu. Todo menino tinha uma caixa que ele guardava debaixo da cama ou no armário embutido. Ali eram guardados todos os seus tesouros: um canivete com a lâmina quebrada e um relógio que não funcionava, bolinhas adicionais (não a melhor, mas algumas outras). Tudo que podia ser colecionado ia para essa caixa. E então, um dia, alguém começava a fazer trocas. Nossos pais simplesmente desistiam de intervir. As plantações eram esquecidas e as vacas tinham de cuidar de si mesmas nesse dia; pois íamos de um lado para outro em toda a comunidade. Era fantástico!

Nesse determinado dia alguém começou a permuta. Não demorou muito, e fiquei todo excitado. Peguei minha caixa e partimos. Meu primo tinha um vidro de aumento. Eu nunca possuira uma lente. Aquela uma era fantástica! Produzia duas ampliações diferentes, que podiam ser juntadas. Eu teria de possuí-la de todo o jeito!

Portanto, perguntei para ele: “Que você quer por ela, Carlos?” Examinamos os meus pertences, e ele não viu nada que lhe agradasse. Ofereci-lhe toda a caixa. Não, não era isso que Carlos queria. Que será que era? Quando ele mencionou o objeto desejado, eu nem sequer sabia com quem poderia encontrá-lo. (Esqueci qual era esse objeto.) Prossegui, portanto, em minhas trocas e realizei uma porção de transações importantes aquele dia. Permutei e permutei até perto do pôr do Sol. Finalmente encontrei o que Carlos queria. Ao ir para casa, eu era o menino mais enlevado em toda aquela região. Tive duas semanas de pura e autêntica alegria. Um mundo novo abriu-se diante de mim. Pois cheguei a pegar uma pobre mosca indefesa e a examiná-la minuciosamente!

Então veio aquele dia fatídico em que minha mãe me mandou buscar alguma coisa na casa de minha tia. Enquanto eu estava sentado na sala, esperando, pus-me a examinar o dorso da mão com o vidro de aumento. Nesse instante chegou meu tio e perguntou:

— Que é isso que você tem aí?

— Uma lente.

— Posso vê-la?

Quando lhe entreguei a lente,

meu tio examinou-a cuidadosamente e indagou:

— Como você a adquiriu?

— Obtive-a de Carlos.

— Ela não é de Carlos; é minha.

E vi meu querido vidro de aumento desaparecer no bolso de meu tio. Daquele dia em diante tomei a firme resolução de certificar-me primeiro, antes de fazer uma permuta com alguém, de que ele é dono daquilo que está permutando!

Sacrifício e Concerto

Não achais que Deus é tão rigoroso como eu? Consideremos novamente Salmo 50:5: “Congregai os Meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios.” Esta passagem está falando de um concerto ou aliança. Que é um concerto? É um acordo entre duas pessoas ou um grupo de pessoas, para fazer ou deixar de fazer certas coisas.

Deus disse para Abraão: “De ti farei uma grande nação. Serás como a areia na praia do mar. Dar-te-ei uma terra em possessão perpétua. Eu serei o teu Deus, e tu Me pertencerás.” Abraão era riquíssimo, mas Deus não requereu o seu dinheiro, e, sim, sua dedicação.

Um dia, então, o Senhor disse a Abraão: “Quero teu filho.” Se Ele tivesse dito: “Abraão, quero fazer-te uma proposta: dá-Me todo o teu dinheiro ou dá-Me teu filho”, o que Abraão teria escolhido? O filho! Este era sua posse mais valiosa. Mas Deus não lhe deu outra alternativa. Depois daquela angustiante viagem ao monte Moriá, quando os anjos lhe detiveram a mão que estava para cravar o punhal no corpo palpitante de seu único filho, Deus disse: “Agora conheço o coração de Abraão, porquanto não Me negou o filho, o seu único filho.” Se sacrifício significasse a doação de coisas, ele teria de haver matado o rapaz. Deus aceitou, porém, o fato de que estava disposto a fazê-lo. Creio que essa prova só provou a genuinidade da aceitação do concerto por parte de. Abraão. Deus já sabia que ele seria aprovado. Agora Abraão sabia que foi aprovado.

Embora tudo pertença a Deus, há uma coisa sobre a qual Ele não exerce domínio algum — nossas escolhas e nossa vontade. Penso que Deus não teve outra alternativa senão colocar no jardim a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, porque o diabo 6

Penso que se houvesse um esforço simultâneo para todos venderem tudo, investirem-no na Causa, terminarem a obra e saírem daqui, eu provavelmente teria participado desse grupo.

O acusara de ser ditador e de obrigar as pessoas a adorá-Lo e a amá-Lo. Quando Ele pôs a árvore ali perante todo o Universo, eles ficaram sabendo que o diabo é mentiroso, pois o reino de Deus se baseia no amor. E o amor requer liberdade de escolha. É tão simples assim. Pode-se dar sem amar, mas não se pode amar sem dar.

Davi compreendeu isso belamente. Ele maculara sua notável carreira com uma sórdida mancha de adultério e assassínio, e agora seu amigo, o profeta Natã, veio falar com ele.

Disse Natã:

— Temos um problema.

Davi perguntou:

— Qual é?

— Conhece o grande e opulento proprietário de ovelhas ali adiante — aquele indivíduo que possui milhares e milhares de ovelhas? Bom, do outro lado da rua, defronte da casa dele, há um velhinho que mora sozinho. Um dia lhe deram uma cordeirinha. Esse animal não tinha mãe, e o velhinho nutriu-o como se fosse seu filho. Ela parava dentro de sua casa.

Davi ficou interessado e disse:

— Sim, prossiga.

— Bom, o grande proprietário de ovelhas recebeu algumas visitas, e resolveu oferecer carne de cordeiro no almoço. Adivinhe qual foi a cordeirinha que ele pegou para isso!

Davi levantou-se imediatamente do trono e declarou que a vida do ricaço respondería pela vida da cordeirinha. E então ele viu o profeta apontar o dedo para ele e dizer:

— O senhor é esse homem!

De repente Davi compreendeu a enormidade de seu pecado. Compreendeu o que realmente havia feito. E, assim, ele implora no Salmo 51: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável.” Verso 10. Estava suplicando perdão a Deus porque viu quão terrível é o pecado.

Diz o verso 16: “Pois não Te comprazes em sacrifícios, do contrário eu Tos daria: e não Te agradas de holocaustos.” Se Natã houvesse declarado: “O Senhor ordenou que você Lhe ofereça 10.000 cordeiros”, Davi teria afirmado: “Com prazer. Que tal 20.000?”

Coração Contrito

Mas Deus não deseja sacrifícios. O sacrifício que Ele deseja é o espírito quebrantado. “Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus.” Verso 17.

Que significa espírito quebrantado e coração contrito?

Vovô era criador de gado e possuía uma fazenda perto de LaGrande. Certa vez eles estavam bem longe, diante dos contrafortes, quando viram em pé, sobre a colina, um enorme garanhão preto, o mais belo cavalo que já haviam visto. Cavalgaram até um lugar mais próximo, e ele permaneceu ali de cabeça erguida. Finalmente, bufando e dando coices, foi embora, acompanhado por uma manada de éguas. Os cowboys disseram que nunca tinham visto algo igual, e, assim, quando retornaram à fazenda, descreveram ao patrão esse majestoso cavalo preto.

Um dia o patrão cavalgou com eles até aquela região. Quando ele viu o animal, disse para os rapazes:

— Peguem-no! Esse cavalo será meu.

Depois de muito esforço, eles conseguiram capturar o garanhão preto. Prenderam-no com quatro cordas puxadas por quatro cowboys, e assim, rinchando, esperneando e dando pinotes, o cavalo acabou sendo conduzido à fazenda.

Agora alguém teria de cavalgá-lo. Eles lançaram sortes, pois todos os cowboys queriam montar naquele animal. O primeiro acomodou-se sobre ele. Soltaram o garanhão, e ele arremessou o cowboy para o alto, deixando-o suspenso no ar! O segundo, o terceiro, o quarto, o quinto — todo o pessoal experimentou, mas ninguém conseguiu permanecer em cima daquele cavalo.

O patrão começou a oferecer dinheiro, e quando ele elevou o prêmio a dois meses de salário, meu pai resolveu obter essa quantia. Ele tinha um plano em mente. Simplesmente montou e pôs as esporas por baixo da cilha (isto é, da faixa com que se aperta a sela). Assim ele não poderia cair. Colocou também nas mãos uma corda armada, de modo que pudesse dar um estalo entre as orelhas do cavalo se este se levantasse e se inclinasse para trás. No terceiro salto ele ficou com muita vontade de que suas botas se desprendessem! E quando meu pai chegou ao seu destino e o cavalo fugiu, ele estava vertendo sangue pelos ouvidos e o nariz. Teve de ficar na cama durante algumas semanas. Acho, porém, que não sofreu lesões permanentes, pois viveu até os 92 anos de idade.

O que esse cavalo tem em comum com cada um de nós? Um espírito rebelde e indomável, totalmente inútil para o homem; o desejo de fazer sua própria vontade e de correr após o vento. Nosso coração é exatamente assim — rebelde e indomável. O único sacrifício que podemos fazer para Deus é entregar-Lhe es-se coração rebelde e indomável. “Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus.” Ele não o rejeitará.

Jeremias disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto.” Jer. 17:9. No fim de sua vida, Paulo pôde declarar: “Combati o bom combate.” II Tim. 4:7. Sobre que ele estava falando? Combater os romanos? os judeus? seus falsos irmãos? A quem Paulo estava combatendo? A si mesmo!

Não é essa também a nossa maior batalha? Nossa maior batalha é contra o próprio eu. E essa batalha contra nosso coração rebelde e indomável não é fácil. Isso é tudo que temos de sacrificar.

Sacrifício é Usar

Se considerarmos o sacrifício sob um aspecto diferente, creio que a questão ficará clara. Em vez de pensar em dar ou permutar, por que não pensar em usar? Isso seria completamente compatível com Deus, como Proprietário, e com o homem, como gerente ou administrador. Como despenseiros, estaríamos constantemente recebendo, constantemente dispensando — sendo

Se for correto que sacrifício significa a doação de coisas, então o sacrifício total significa um saldo equivalente a zero. “Congregai os Meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios.”

abastecidos pelos inexauríveis recursos do Céu. Seríamos dirigidos em nossos negócios pelos princípios que Deus deu em Sua Palavra, pelo senso da necessidade, pelas impressões que o Espírito Santo pode causar em nós. E sob essas condições poderiamos fazer parte da firma do Universo. Este conhecimento e compreensão de nossa relação como mordomos de Deus nos livraria do orgulho de ser proprietários, pois ele conduz à confiança em si mesmo, e esta leva inevitavelmente à autodestruição.

Deus não quer que destruamos a nós mesmos’. Ele não quer que nos sintamos culpados no tocante às nossas posses, pois a mordomia tem que ver com elas. O problema não está em possuir, mas em dizer-se possuidor. Encaremos o sacrifício em seu sentido mais amplo.

Em Los Angeles a polícia prendeu um rapaz por assalto a mão armada. Quando seus pais foram chamados, eles sentiram as estranhas reações normais nesses casos: perplexidade, irritação e ira. Estavam perplexos, em primeiro lugar, por se encontrarem na delegacia de polícia. Depois se achavam perplexos por pensar no que diriam seus amigos. Também estavam perplexos porque tinham certeza de que seus nomes sairiam no jornal. Ficaram irritados porque isso desfizera seus planos para aquela noite. Estavam irados contra o filho porque ele os submetera a esse vitupério, e estavam irados contra si mesmos. Culpavam um ao outro pelo que acontecera. Quando foram postos diante do filho, ele olhou tristemente para o soalho ao receber dupla invectiva.

Finalmente sua mãe lhe perguntou:

— Por que você fez isso, Frederico? Nós lhe demos tudo. Toda vez que você dizia que precisava de alguma coisa, nós sempre a comprávamos para você. Demos-lhe tudo. Que mais poderiamos ter feito? Se necessitava de mais alguma coisa, por que não a pediu? Era só pedir. Você não precisava ter roubado.

Frederico ficou sentado por longo tempo e finalmente ergueu os olhos.

— Realmente querem saber o motivo? É verdade que me deram tudo — e até demais! Quando eu queria que papai jogasse bola comigo, ele dizia: “Não posso, Frederico. Estou muito ocupado. Olhe esta moeda de um dólar. Por que você não vai comprar alguma coisa com ela no bar ali em baixo? Está bem?” Quando eu queria que mamãe ficasse em casa, junto de mim, ela dizia: “Sinto muito, filhinho, mas tenho um encontro marcado para jogar cartas.” Ou: “Seu pai e eu precisamos jantar com alguns amigos. Você compreende, não é mesmo? Pegue este dinheiro. Ouvi dizer que há um novo show no Paramount que realmente é fenomenal.” Sim, eu compreendi. Pus-me a caminho. Mas o fato era que eu não queria dinheiro nem objetos. O que eu queria era a vocês! Eu precisava de vocês!

Como podeis ver, há algumas coisas que de modo algum podem ser substituídas pelo dinheiro.

Procuro imaginar como Deus Se sente quando às vezes Lhe entregamos displicentemente mais 5, 10 ou 20 dólares, dizendo: “Tu sabes, Senhor, que realmente estou ocupado, e tenho certeza de que estás inteirado de tudo isso. Tu labutaste neste mundo. Tu sabes como são as coisas. Tu compreendes, não é mesmo?”

O que realmente precisamos entender é a natureza de nosso concerto com Deus — nossa disposição para renunciar inteiramente a nós mesmos — ao tempo, aos talentos, a toda a nossa vida. É nisto que consiste o sacrifício.

Lembrai-vos de que se Jesus pudesse ter dado coisas por nossa salvação, poderia ter dado todo o Universo ou criado outros. Mas, isso custou-Lhe a vida. E é o que custará para nós. Pois é a única coisa que realmente possuímos.