Em outra secção ainda, do mesmo tratado, versando a ‘‘invocação dos santos”, Tyndale serve-se do mesmo raciocínio, acentuando que a doutrina de os santos falecidos estarem no Céu ainda não fora introduzida nos dias de Cristo:

E quando ele [More] afirma que os santos já estão no Céu, na glória com Cristo, dizendo: “Se Deus é seu Deus, eles estão no Céu, pois Ele não é Deus dos mortos”, ele aqui nega o argumento de Cristo, com o qual Ele prova a ressurreição: que Abraão e todos os santos haviam de ressuscitar, e não que suas almas estejam no Céu — doutrina esta que não existia ainda no mundo. E com essa doutrina ele remove perfeitamente a ressurreição, tornando de nenhum efeito o argumento de Cristo. — Id., p. 118.

Tyndale avança ainda mais o seu ponto, mostrando o conflito entre os ensinos do Papa e os de S. Paulo, dizendo, de modo um tanto sarcástico:

“Não, Paulo, tu és iletrado; vai ter com mestre More, e aprende novo ensino. Nós não somos os mais miseráveis, mesmo que não ressuscitemos; pois nossa alma vai para o Céu assim que morramos, e lá se encontra em grande alegria, como foi o caso quando Cristo ressurgiu”. E maravilho-me de que Paulo não tivesse confortado os tessalonicenses com a doutrina, se ele a conhecesse, de que a alma dos seus mortos estava jubilosa; como ele fez com a ressurreição, dizendo que seus mortos ressurgiríam. Se as almas estão no Céu, em glória tão grande como a que fruem os anjos, segundo vossa doutrina, mostrai-me então que será da ressurreição? — Ibd.

JOHN FRITH (1503-33), companheiro de Tyndale e co-mártir seu.

A Disputacyon of Purgatorie. . . divided into three Bokes, c. 1530.

An Answer to John Fisher, Bishop of Rochester.

Não obstante, concedamos-lhe que alguns estejam já no inferno e outros no Céu — coisa que ele jamais terá condições de provar pelas Escrituras, sim, e que simplesmente destrói a ressurreição, e derruba o argumento com o qual Cristo e Paulo provam que ressuscitaremos; (…) e, no tocante à questão do lugar em que repousam, sou ousado bastante para dizer que estão nas mãos de Deus. — An Answer to John Fisher.

GEORGE WISHART (1500-1546), douto grego, amigo de Látimer, tutor de John Knox, e mártir.

Wishart foi acusado de atacar a confissão auricular, a transubstanciação, a extrema-unção, água benta, invocação dos santos (que de qualquer maneira não ouviam as súplicas), e o purgatório. A acusação ‘‘XVI” era por propagar a doutrina do sono da alma.

Acusação “XVI”: Tu, falso herege, pregaste abertamente que a alma do homem dorme até ao último dia, do juízo, e não alcança a vida imortal senão nesse dia. — Blackburne, Historical View, p. 21.

“Batistas Gerais”

Em seus Institutes of Ecclesiastical History, o chanceler da Universidade de Goettingen, Johann L. von Mosheim, recorda que os ‘‘Batistas Gerais” se espalharam em grande número através de muitas das províncias da Inglaterra (Murdock tr., livro IV, cent. XVI, séc. III, pt. 2, cap. III, par. 23). Como um dos artigos de fé, mantinham que ‘‘a alma, entre a morte e a ressurreição, no último dia, não tem prazer nem dor, mas acha-se num estado de insensibilidade”. — Ihd.

Por outro lado, Calvino, profundamente perturbado com a propagação desse ensino em vários países, em 1534 escreveu um folheto militante, Psychopannychia (Sono da Alma). Foi publicado para refutar o ensino de que “a alma morre ou dorme”, e afirmava que esse conceito “já atraíra milhares” para sua aceitação.

O Dr. Joseph Priestley, depois de observar que muitos dos primeiros reformadores sustentavam o “sono da alma’’, declarou:

Não fosse a autoridade de Calvino, que escreveu expressamente contra isso [o sono da alma], a doutrina de um estado intermediário consciente teria, com toda a probabilidade, ruído por terra como a própria doutrina do purgatório. — Corruptions of Christianity, em Works (1818), vol. 5, p. 229.

Décimo Sétimo Século

“R O. [Richard (ou Robert) Overton], douto, soldado e panfletário. Man’s Mortality, 1614.

O frontispício diz:

Tratado em que se prova, teológica e filosoficamente, que, como o homem todo pecou, assim o homem todo morreu; contrariamente à distinção comum de Alma e Corpo: e que o presente ir da Alma para o Céu ou o inferno, é mera Ficção: e que, na Ressurreição começa nossa imortalidade; e então a verdadeira CondenaçãoSalvação, e não antes.

SAMUEL RICHARDSON (1633-1658), pastor da Primeira Igreja Batista Particular, de Londres.

A Discourse on the Torments of Hell; the Foundations and Pillars there of discoverd, search’s, shaken, and remov’d. With Infallible Proofs that there is not to be a Punishment after this Life, for any to endure that shall never end, 1658. (Discurso sobre os tormentos do inferno: seus fumdamentos e colunas descobertos, pesquisados, abalados e removidos. Com provas infalíveis de que não haverá punição sem fim depois desta vida, para ser suportada por quem quer que seja).

JOHN MILTON (1608-1674), “O maior dos poetas sacros”; secretário latino de Cromwell.

Treatise of Christian Doctrine, vol. 1, cap. 13

(Ensinava o sono totalmente inconsciente do homem na morte, até à vinda de Cristo e a ressurreição).

Visto, pois, que o homem todo, como se diz consiste uniformemente de corpo e alma (quaisquer que sejam os distintos campos atribuídos a essas divisões), mostrarei que, na morte, primeiro o homem todo, e depois cada parte componente sofre a privação da vida. (…) A sepultura é a comum custódia de todos, até o dia do juízo. — Cap. 13.

GEORGE WITHER (1588-1667). “O Poeta Cristão”, tradução inglesa de Nemesius, Bispo de Emesa, 1636.

(Defende a imortalidade condicional; na morte a alma dorme).

JOHN JACKSON (1686-1763), reitor de Rossington.

A Dissertation on Matter and Spirit, 1735.

The Belief of a Future State, 1745.

A Clear Distinction Between True and False Religion, 1750.

(Refuta e condena a doutrina do tormento eterno).

JOHN CANNE (1590-1667), impressor da obra de R. Overton; pastor da Igreja Batista Broadmead, Bristol.

Reference Bible, 1682.

(Mantinha essencialmente as mesmas idéias de R. Overton).

ARCEBISPO JOHN TILLOTSON (1630-1694), da Cantuária.

Works, 1683.

Não encontro a doutrina da imortalidade da alma apresentada expressamente em qualquer parte da Escritura, mas é aceita como assentada. — Works, ed. 1717, vol. 1, p. 749.

DR. ISAAC BARROW (1630-1677), professor de grego, Universidade de Cambridge.

Duration of Future Punishment, em Works.

(Afirmava que a vida eterna é condicional; cria na destruição final dos ímpios).

Século Dezoito

DR. WILLIAM COWARD (1657-1725), médico, Londres.

A Survey of the Search After Souls (Estudo Sobre a Questão Anímica).

Second Thoughts Concerning the Human Soul (Pensamentos Complementares Sobre a Alma Humana), demonstrando que a noção de alma humana, segundo a crença de ser uma substância imortal, unida ao corpo humano, é simples invenção pagã, e não de acordo com os princípios da Filosofia, Razão ou Religião, 1702.

Further Thoughts Concerning the Human Soul (Novas Idéias Acerca da Alma Humana), 1703.

HENRY LAYTON (1670-1706), anglicano, autor de doze livros sobre o condicionalismo.

Arguments and Replies (Argumentos e Respostas), num debate acerca da natureza da alma, 1703.

A Search After Souls (Em Busca de Almas), 1706.

(Sustenta que, durante a vida, vivemos e nos movemos em Cristo; e ao morrer nEle descansamos e dormimos, aguardando a ressurreição, na Sua segunda vinda )

JOSEPH NICOL SCOTT, médico (1703-1769), ministro, auxiliar do pai, Tomás Scott.

Sermons Preached in Defence of All Religion (Sermões Pregados em Defesa de Toda a Religião), 1743.

(Sustenta, no Vol. 2, sermões 17 e 18, que a vida se destina aos justos, e que os ímpios serão destruídos.)

DR. JOSEPH PRIESTLEY (1733-1804), unitariano, cientista e filósofo.

Disquisitions Relating to Mateer and Spirit (Estudos Sobre Matéria e Espírito), em Works (Obras), Vol. 3.

The History of Opinion Concerning the State of the Dead (História das Opiniões Acerca do Estado dos Mortos).

(O estado da alma na morte é de completa insensibilidade, tão morta como o próprio corpo, enquanto continua no estado de morto.)

BISPO EDMUNDO LAW (1703-1787), lente do Colégio de S. Pedro, arcedíago de Staffordshire, bispo de Carlisle.

Considerations on. . . the Theory of Religion (Considerações Sobre. . . a Teoria da Religião), 1749.

The State of the Dead (O Estado dos Mortos), 1765 (Apêndice ao anterior).

(Desafia a doutrina do estado intermediário consciente; mantém que a morte é um sono, uma negação de toda a vida, pensamento ou ação — estado de repouso, silêncio, esquecimento.)

PETER PECARD (cerca de 1718-1797), lente do Colégio Madalena, Cambridge, deão de Peterborough.

Observations on the Doctrine of an Intermediate, Between Death and the Ressurrection (Observações Sobre a Doutrina de um Estado Intermediário entre a Morte e a Ressurreição), 1756.

(A imortalidade não é inata, mas é um dom por meio de Cristo.)

ARCEDÍAGO FRANCIS BLACKBURNE (1705-1787), de Cleveland; reitor de Richmond.

A Short Historical View of the Controversy Concerning the Intermediate State (Breve Parecer Histórico Sobre a Controvérsia Relativa ao Estado Intermediário), 1765.

(Histórico muito completo do tema no século dezoito.)

BISPO WILLIAM WARBURTON (1698-1779), de Glócester, controversialista teológico.

Divine Legation of Moses (Moisés, Emissário Divino), 1738-1741.

(Chama aos crentes militantes no tormento eterno de “doutores sem misericórdia”.)

SAMUEL BOURN (1714-1796), dissidente, Rivington, Lancashire.

Christian Doctrine of Future Punishment (Doutrina Cristã do Castigo Futuro), 1759.

(Acentua a “destruição total, ou aniquilamento ou cessação da existência” para os ímpios incorrigíveis.)

DR. WILLIAM WHISTON (1667-1752), teólogo batista, professor de Matemática da Universidade de Cambridge.

The Eternity of Hell-Torments Considered (Consideração da Eternidade do Tormento do Inferno), 1740.

(Nega a doutrina do tormento eterno; sustenta que os ímpios serão destruídos totalmente.)

DR. JOHN TOTTIE (depois de 1772), cônego da Igreja de Cristo, Oxford; arcedíago de Worcester.

Sermons Preached Before University of Oxford (Sermões Pregados na Universidade de Oxford), 1775.

(Opõe-se à doutrina da imortalidade natural da alma.)

PROF. HENRY DODWELL (1641-1711), lente de Oxford, chamado “o erudito Dodwell”).

Letter Concerning the lmmortality of the Soul (Carta Acerca da Imortalidade da Alma), 1703.

The Natural Mortality of Human Souls (Mortalidade Natural das Almas Humanas), 1708.

An Epistolary Discourse, Proving from the Scriptures and the First Fathers, That the Soul is a Principie Naturally Mortal; but Immortalized Actually by the Pleasure of God (Discurso Epistolar, provando que a alma é um princípio naturalmente mortal, mas imortalizado realmente pela vontade de Deus), 1706.

Século Dezenove

BISPO TIMÓTEO KENDRICK, anglicano.

Sermons, 1805.

(A alma do homem morre com o corpo, e é restaurada à vida na ressurreição e segundo advento.)

DR. WILLIAM THOMSON (1819-1890), arcebispo de York.

The Thought of Death (O Pensamento da Morte), Conferência de Bampton, 1862.

A vida para os ímpios deve ser o princípio da destruição, visto como unicamente Deus e aquilo que Lhe agrada podem existir permanentemente.

DR. EDUARDO WHITE (1819-1887), congregacionalista, pastor da capela de S. Paulo; presidente da União Congregacionalista. Por mais de 40 anos principal defensor da imortalidade condicional.

Life in Christ (Vida em Cristo), 1846.

That Unknown Country (Aquele País Desconhecido), simpósio.

Immortality, a Clerical Symposium (Imortalidade, Simpósio de Clérigos).

Em 1883 ele declarou:

Eu mantenho firmemente, depois de quarenta anos de estudo do assunto, que é a noção da aplicação de um tormento absolutamente eterno no corpo e na alma, que unicamente concede terreno as idéias de Ingersoll na América, ou de Bradlaugh na Inglaterra. Creio, mais firmemente do que nunca, que é uma doutrina tão contrária a todos os ensinamentos da Bíblia como é contrária a todo instinto moral da humanidade. — Introdução a The Unspeakable Gift (O Dom Inefável) de J. H. Pettingell (1884), p. 22.

No ano seguinte acrescentou ele:

O Antigo Testamento é todo ele acorde com a crença da vida eterna dos servos de Deus, e da destruição eterna dos ímpios. E é acorde, quando tomado em seu sentido simples. (…)

Os Evangelhos e as Espístolas, com igual tenacidade, aderem quase uniformemente à linguagem com respeito à condenação dos perdidos que, tomada em seu sentido simples, ensina, como faz o Antigo Testamento, que eles hão de morrer, perecer, ser destruídos, não ver a vida, mas sofrer a destruição, eterna destruição, “destruição”, diz Cristo, “de corpo e alma na Geena”. — Homilectic Monthly (Inglaterra), março de 1885.

DR. JOÃO THOMAS (1805-1871), editor de Apostolic Advocate; fundador dos Cristadelfianos.

(Extinção final dos ímpios; a imortalidade é um dom, mediante Cristo.)

H. H. DOBNEY (1809-1883), pastor batista em Maidstone, Inglaterra.

Notes of Lectures on Future Punishment (Notas de Conferências Sobre a Punição Futura), 1844.

ARCEBISPO RICARDO WHATELY (1787-1863), de Dublin; lente e diretor de Oxford.

A View of the Scriptural Revelations Concerning a Future State (Parecer Sobre as Revelações Escriturísticas Acerca do Estado Futuro).

(Não há nenhuma referência aos ímpios como permanecendo com vida, mas sim como perdendo a vida. Ensinou sua destruição final.)

DEÃO HENRY ALFORD (1810-1871), de Cantuária, exegeta.

Novo Testamento Grego.

(Fixidez e duração eternas só pertencem aos que estão de acordo com Deus.)

JAMES PANTON FIAM, ministro congregacionalista, Bristol.

Life and Death; or, The Theology of the Bible in Relation to Human Mortality (Vida e Morte; ou, A Teologia da Bíblia em Relação à Mortalidade Humana), 1849.

CHARLES F. HUDSON (1821-1867), ministro congregacionalista e douto grego.

Debt and Grace as Related to the Doctrine of a Future Life (Dívida e Graça Relacionadas à Doutrina de uma Vida Futura), 1857.

Christ Our Life. The Scriptural Argument for Immortality Through Christ Alone (Cristo Nossa Vida. Argumento Escriturístico em Favor da Imortalidade Mediante Cristo Somente), 1860.

DR. ROBERT W. DALE (1829-1895), pastor congregacionalista da igreja de Carr’s Lane, Birmingham; editor do The Congregacionalist; presidente da União Congregacional de Inglaterra e Gales; e presidente do Primeiro Concilio Internacional de Igrejas Congregacionais em 1891. Anunciou haver aceito o condicionalismo, num trabalho apresentado perante a União Congregacional de 1874.

A vida eterna, segundo creio, é a herança dos que estão em Cristo. Os que não estão nEle morrerão a Segunda Morte, da qual não haverá ressurreição. (…)

Não estou convencido de que elas [as afirmações do Condicionalismo] tenham enfraquecido absolutamente a autoridade de meus ensinos de quaisquer das grandes doutrinas centrais da fé cristã. A doutrina da Trindade permanece intocada; e a doutrina da encarnação, e a doutrina da expiação em seu sentido evangélico, e a doutrina da justificação pela fé, e a doutrina do juízo segundo as obras, e a doutrina da regeneração receberam, creio, dessas conclusões, uma ilustração nova e mais intensa. — Registado em Edward White, His Life and Work, de Freer (1902), pp. 354 e 355.

DEÃO FREDERICK W. FARRAR (1831-1903), cônego da Abadia de Westminster; deão de Cantuária.

Eternal Hope (Esperança Eterna), 1877.

Faith and Mercy (Fé e Misericórdia).

Mercy and Judgment (Misericórdia e Juízo), 1881.

(Denuncia o dogma do sofrimento intérmino, consciente; não pôde encontrar em toda a Escritura, um só texto que, devidamente interpretado, ensine as idéias comuns acerca do tormento eterno).

HERMANN OLSHAUSEN (1796-1839), lente de Teologia em Kõnigsberg.

Biblical Commentary ou the New Testament (Comentário Bíblico do Novo Testamento), Vol. 4, 1860.

A doutrina da imortalidade da alma e o nome são igualmente desconhecidos na Biblia. — Biblical Commentary on the New Testament (1860), vol. 4, p. 381.

CÔNEGO HENRY CONSTABLE (falecido em 1894), prebendário de Cork, Irlanda.

Hades: or the Intermediate State of Man. Restitution of All Things (Restituição de Todas as Coisas).

The Duration and Nature of Future Punishment (Duração e Natureza da Punição Eterna).

(A imortalidade da alma, e o nome, são ambos desconhecidos em toda a Bíblia.)

WILLIAM E. GLADSTONE (1809-1898), primeiro ministro britânico e teólogo.

Studies Subsidiary to the Works of Bishop Butler (Estudos Subsidiários às Obras do Bispo Butler), edição de 1896.

Numa minuciosa crítica à Analogia do bispo Butler e sua defesa da imortalidade inata, Gladstone afirmava:

[Ê unicamente] depois do tempo de Orígenes que devemos considerar que a idéia da imortalidade natural, oposta à idéia cristã, começou a firmar pé na Igreja Cristã. — Studies Subsidiary to the Works of Bishop Butler (ed. de 1896), p. 184.

A doutrina da imortalidade natural, diferente da doutrina cristã, não fora sujeita aos testes mais severos da vasta publicidade e resoluta controvérsia, mas se insinuara na igreja, por assim dizer pela porta dos fundos; por um processo silencioso embora eficaz; e estava a caminho de obter um título por prescrição tácita. — Id., p. 195.

Outra. consideração de maior importância é a de que a imortalidade natural da alma é doutrina inteiramente desconhecida às Escrituras Sagradas, e não assenta em bases mais elevadas do que as de uma opinião filosófica mantida engenhosamente, mas grave e formidavelmente contestada. — Id., p. 197.

O caráter do Todo-poderoso é apresentado como sujeito a acusações que não podem ser repelidas enquanto permanecer a idéia de que, por ordem Sua, possa haver tal coisa como um castigo intérmino, mas que tenha sido suficientemente reivindicado à barra do juízo humano, logo que se tenha concluído que o castigo, qualquer que seja, não pode ser intérmino. — Id., p. 241.

JOSEPH PARKER (1830-1902), pastor congregacionalista de City Temple, Londres.

Peoples Bible (Bíblia do Povo), Vol. 1, sobre Gênesis.

Gloriosa para mim é a idéia (tão semelhante a tudo que conhecemos da bondade divina), de perguntar ao homem se ele aceitará a vida e o ser semelhante a Deus, ou se prefere a morte e as trevas eternas. Deus não diz ao homem: “Eu te farei imortal e indestrutível, quer queiras quer não; hás de viver para sempre”. Não; Ele o toma capaz de viver; constitui-o com vistas à imortalidade; insiste, roga, implora-lhe que realize este grande propósito, assegurando-lhe, com infinita compaixão que Ele não tem prazer na morte do pecador, mas deseja

que ele VIVA. Doutrina esta que, a meu ver, simplifica e glorifica a  história humana  tal qual é referida na

Bíblia. A vida e a morte não são postas perante nenhuma

besta; mas a vida e a morte são distintamente postas

perante o homem: ele pode viver, foi feito para viver, é solicitado a viver; todo o plano da Providência e da redenção é disposto de sorte a ajudá-lo a viver. Por que, então, quereis morrer? — The People’s Bible, Vol. 1, p. 126.