Inimigo Traiçoeiro
A tentação é inimigo insone e incansável. Os pais peregrinos escoceses e irlandeses que se estabeleceram nos desertos da Pensilvânia Ocidental (EE. UU.) e os conquistaram, ao empenharem-se em sua lida diária, derrubando as matas, cultivando o solo, cuidando dos rebanhos, faziam-no sempre lembrados de que havia um inimigo cruel, astuto, implacável e sedento de sangue; sempre vigilante, a espera da oportunidade de apanhar o conquistador desprevenido para desferir-lhe um tiro ou o golpe fatal de seus “tomahawks” e sobre ele precipitar-se armado dum punhal assassino.
Assim, embora muitas vezes estejamos inteiramente esquecidos do fato, vós e eu temos um inimigo que espreita a espera de apanhar-nos desprevenidos; e o inimigo não dormita, nem perde a paciência. Que convincente figura usou o Senhor ao falar com Caim, advertindo-o contra a tentação do ódio e ciúme que, afinal, o levou à prática de seu crime terrível: “O pecado jaz à porta” (Gên. 4:7). A figura é de um animal bravio, rastejante, escondido atrás de uma rocha ou árvore, espreitando e esperando o mo-mento de dar o bote fatal.
Salvação
Em Tunbridge, Inglaterra, há um monumento erigido à memória de um grupo de ciganos, trabalhadores dos campos de lúpulo, e que guiavam um carro, descuidados, cantando e rindo; ao atravessarem uma ponte sobre o rio Medway, foram de encontro ao parapeito e, carro, cavalos e ciganos foram atirados às águas do rio.
Um jovem cigano agarrou-se a um cavalo que nadava correnteza abaixo, montou-o e procurou atenta e ansiosamente a sua mãe. Por fim viu-a e pôde agarrá-la; ela, porém, debateu-se de maneira tal que ele não a pôde salvar. Quando as vítimas estavam sendo sepultadas no pátio da igreja, o rapaz que buscara em vão salvar a mãe, ajoelhou-se junto à cova que continha os caixões de todos os que haviam morrido, e disse: “Mamãe, mamãe! Eu busquei salvá-la. Fiz tudo quanto um homem poderia haver feito, mas a senhora não me permitiu!”
O mesmo disse Jesus certa ocasião: “Não quereis vir a Mim para terdes vida” (S. João 5:40). O próprio Cristo não nos pode salvar sem que queiramos ser salvos.
Responsabilidade
Daniel Webster, perguntado sobre qual fora o maior pensamento que havia tido aquele cérebro extraordinário, respondeu: “A minha responsabilidade para com Deus”. A vida é uma grande viagem, com panoramas excepcionais vislumbrados por entre as nuvens e a cerração, que nos obscurecem o seu deslumbramento. Devemos, porém, viajar com o senso da nossa responsabilidade para com Deus. Não com o senso atribuído pelo poeta em sua bem conhecida produção “Invictus”, mas no senso elevado e solene da Escritura.
Sou o senhor do meu destino:
Comandante de minhalma.
Tratai de comandar bem a vossa batalha. Não espereis que outra pessoa qualquer por vós lute, ore, ou sofra. Tornai o homem de hoje o amigo, e não o inimigo, do homem de amanhã.