(UM TESOUREIRO DE UNIÃO VÊ CUMPRIR-SE O SEU SONHO DE EVANGELIZAÇÃO PÚBLICA)

Por anos eu havia abafado o impulso de dedicar-me à evangelização pública, com a desculpa de que os administradores e obreiros de escritório não tinham nem tempo nem aptidão para o rigor dêsse trabalho. Desde os dias colegiais, como estudante do curso comercial, comovia-me o repto das campanhas evangelísticas.

Mas, como se dá com muitas de nossas ambições dignas, deixei que passassem os anos, e as horas das prementes responsabilidades de contador e tesoureiro eram tão tomadas, que meus acariciados sonhos de conferências públicas eram sufocadas. Em lugar de visitas havia inúmeras reuniões de comissões e mesas; havia orçamentos a fazer equilibrar, em vez de alvos batismais; e concílios de obreiros tomavam o lugar dos estudos bíblicos. Promovia-se a fidelidade na mordomia, em vez de apelos para a consagração; e balancetes financeiros eram apresentados em lugar de sermões evangelísticos.

Entretanto, no princípio dêste ano recebi da Missão de Samatra Meridional o pedido urgente de realizar uma série de conferências na próspera cidade de Tandjung Karang, localizada na mais meridional província de Samatra. Campanha como essa nunca fôra feita naquela região. Através dos anos a obra nessa parte de Samatra progredira lentamente, e nossos esforços encontravam a persistente oposição de fanáticos grupos religiosos. O tempo parecia amadurecido, e grande o desafio. Uma vez afastados os obstáculos da obra administrativa, resolvi aceitar o convite.

Aceito o Repto

Apoiando-me plenamente nas promessas de Deus quanto a guia e sustento, depus temporàriamente a obra que até aí parecia mais urgente, e lancei-me à tarefa de preparar-me para uma série de reuniões diárias pelo período de três semanas, precedidas de uma Semana de Oração e Avivamento na pequena igreja local. Para as séries de avivamento e de conferências públicas foi necessário preparar 32 sermões novos. Reconhecendo o valor dessa tarefa, os irmãos resolveram instituir um curso em que os obreiros destinados a ajudar nas conferências participassem da inspiração da primeira experiência evangelística de um tesoureiro. A tarefa do preparo, intercalada entre trabalhos de rotina, afigurava-se monumental.

Coadjuvado por R. I. Sarumpaet, secretário dos departamentos de Rádio e TV e Relações Públicas da União da Indonésia Ocidental, como tradutor, e minha espôsa como diretora da comissão encarregada da música, iniciamos a série de reuniões de avivamento na noite de domingo, 5 de julho. Os estudos, realizados cada manhã às 6 horas, assim como as reuniões da noite, subordinavam-se ao tema: “Ensina-nos a orar,” tendo como base a Oração do Senhor, e foram bem freqüentados. Com efeito, a assistência aumentou de dia para dia, à medida que os membros que se haviam tornado indiferentes na vida espiritual eram visitados pela equipe de obreiros da Missão de Samatra Meridional, que com êles oravam, e eram dirigidos pelo presidente da Missão, C. G. Manurung.

Oração e Êxito

A oração foi o segrêdo de nosso êxito. A Semana de Oração terminou com um dia de jejum e oração, no sábado, quando foi também celebrada a Ceia do Senhor, rematada por um culto de oração na igreja, através da noite tôda. Durante a cruzada evangelística, que se iniciou no Salão Wisma Ria, no coração da cidade, domingo à noite, 12 de julho, organizou-se pelos membros leigos um grupo especial de oração, a fim de orarem pela reunião da noite. Muitos atestaram das fôrças recebidas e vitórias alcançadas, graças à ênfase dada ao poder da oração e à importância da obra do Espírito Santo, através da cruzada.

Desde o princípio estêve ativo uma forte equipe de visitação. Além de providenciar grupos de estudos bíblicos para os novos interessados, à medida que prosseguiam as reuniões, foram também visitados muitos relapsos, e animados a voltarem para a comunhão da igreja. Mediante êsse contato pessoal, fizeram-se muitas importantes decisões de seguir a Cristo.

Programa Cheio

As atividades da equipe, para o dia, começavam às 5,30 da manhã, com ginástica e exercícios físicos. Imediatamente após o dejejum realizávamos uma aula campal, com a equipe de dez obreiros e as espôsas que estavam presentes. Organizavam-se estudos sôbre métodos de evangelização incluindo-se um estudo especial sôbre a importância da mordomia. As horas restantes do dia eram totalmente tomadas com visitas, estudos bíblicos e combinações para o programa da noite.

A campanha regular encerrou-se com o nosso primeiro batismo, no sábado, l.° de agôsto, quando 29 pessoas se uniram à igreja de Tand-jung Karang, mediante o batismo numa piscina pública. Ao escrevermos isto, está-se continuando forte programa de trabalhos com os interessados, por parte dos obreiros locais. Há uma classe de 16 pessoas, preparando-se para o próximo batismo, planejado para breve, e mais de uma centena de não-adventistas continuam um fiel e sistemático estudo da mensagem adventista. Seguiu-se durante a campanha a técnica da marcação da Bíblia, e mais de trezentas Bíblias indonesianas foram distribuídas gratuitamente aos que assistiam regularmente às reuniões.

Não me sentiria eu recompensado pelo tempo e esforço expendido nesta cruzada de evangelização pública? A recompensa pessoal de ver os rostos felizes e lacrimosos de almas que entregaram plenamente a vida ao Senhor, é recompensa suficiente. Agora aguardo anelante a próxima oportunidade de pôr de lado as responsabilidades administrativas e envolver-me de nôvo na evangelização pública.