O fim do ano já está aqui. Logo teremos que nos despedir de 1971 e começar a gastar um nôvo ano. Restam-nos entretanto as últimas semanas e as últimas oportunidades de 1971. Que têm 31 de dezembro e l.° de janeiro de diferente dos outros dias do ano? Nada. O sol sairá ou estará nublado; poderá chover ou não, como em qualquer outro dia do ano. Entretanto existe algo de diferente nesses dias. A mudança de calendários amarelecidos e empoeirados ou humilhados por outros, brancos e resplandecentes, sugere a idéia de renovação, de novas decisões, de novos alvos, do robustecimento de anelos e de propósitos. Esta é a razão pela qual temos quase tantos batismos no último trimestre do ano como os realizados nos nove meses precedentes.
Como pastores devemos aproveitar êsse espírito. Quanta gente está relacionada conosco e com a verdade que temos! Quantos esposos de nossas fiéis irmãs ou esposas dos membros de nossas igrejas estão “no limiar do reino esperando sòmente serem recolhidos” (Evangelismo, pág. 292). Quantos filhos de nossos lares estão na mesma situação! O Pastor E. L. Minchin, sendo diretor de jovens da Associação Geral, fêz uma declaração que pareceria exagerada mas que talvez revele uma realidade. Disse êle: “Se conseguíssemos conservar e reter na igreja todos os filhos de lares adventistas, teríamos um crescimento maior do que o que atualmente proporcionam todas as campanhas de evangelização juntas” (Revista Adventista, novembro 1960).
Acrescentemos a êles os milhares de pessoas interessadas pelos leigos, pelos colportores, pela Voz da Profecia, por nossas escolas, pelas instituições médicas e por um grande número de outros canais. Que multidão maravilhosa de possíveis membros do povo remanescente! Não é difícil que em determinado lugar ao se fazer um censo, mais de 50.000 pessoas disseram ser adventistas em um território onde a secretaria do campo local acusava sômente 17.000 membros. Todos êles simpatizavam com a verdade, haviam-na conhecido e algo os unia a ela. Não obstante, não se haviam identificado ainda suficientemente para serem batizados. Provàvelmente muitos dêles estejam “tremendo na balança” (Evangelismo, pág. 279).
“Olham atentamente para o Céu. De almas anelantes de luz, de graça, e do Espírito Santo, sobem orações, lágrimas e indagações” (Evangelismo, pág. 292).
Que vamos fazer? Continuar lamentando o fato bem comum de saber que outras organizações sem mensagem mas com zêlo colhem o que com inversão de fundos, tempo e homens semeamos pacientemente? Não. A solução é procurar a forma de chegar a êles com a mensagem e colocá-los ante as perspectivas de vida ou morte, salvação ou condenação, o mundo ou Deus. Em outras palavras, levá-los à decisão.
O plano de evangelização 1971 será encerrado com a Semana de Decisão, ocasião em que esperamos uma grande colheita. Os púlpitos adventistas vibrarão com mensagens poderosas e inspiradas, que levarão os pecadores arrependidos aos pés de Cristo. Muitos Nicodemos confessarão a Cristo e experimentarão o nôvo nascimento. Muitas Marias ficarão livres dos demônios e muitos Saulos deixarão de perseguir ou rechaçar a verdade, para se transformarem em heróis da fé. Nossos fiéis leigos — promessa e o futuro da igreja — ocuparão púlpitos ante grupos numerosos ou pequenas audiências pregando com zêlo uma mensagem de decisão.
Há um requisito indispensável para que essa tarefa seja o que deve ser: como pregadores devemos sentir a mensagem que pregamos. E, nós também temos que tomar decisões, mas não durante aquela semana. Devemos fazê-lo antes, enquanto preparamos o plano e os temas. Devemos nos decidir a orar e trabalhar mais, a viver a verdade em forma mais intensa e ampla, a reavivar nossa fé em Cristo e na verdade; a reformar nossa vida, a permitir que o Espírito Santo nos tome e nos use. Então, inflamados de poder com uma convicção que transborda em entusiasmo, falaremos de realidades vividas e experimentadas, e não de teorias livrescas ou doutrinas frias. Diz a irmã White: “Existe um poder vivo na verdade, e o Espírito Santo é o instrumento que abre o entendimento humano para a verdade. Os ministros e obreiros que a proclamam devem, porém, manifestar certeza e determinação. Devem avançar pela fé, e apresentar a Palavra como nela crendo de fato. Fazei que as pessoas por quem trabalhais entendam que se trata da verdade divina” (Evangelismo, pág. 169).Façamos da Semana de Decisão não só um elo da corrente de trabalho de 1971, mas uma ocasião de um encontro pessoal e real com Cristo e a verdade.