O secretário entrevista Daniel Belvedere. Tema: A campanha de “Evangelismo Unido.”

NOTA: A partir dêste número de O Ministério aparecerá em cada edição uma entrevista realizada por alguns dos secretários a obreiros que dirigiram ou realizaram algum plano de trabalho cujo conhecimento em detalhe poderia ser de interêsse aos leitores. Nesta primeira, entrevistamos o pastor Daniel Belvedere, secretário ministerial da Associação Bonaerense, União Austral, em relação com o plano de “Evangelismo Unido” realizado nesse Campo durante 1970, com a participação entusiasta do presidente, Pastor Juan Carlos Viera, e dos secretários de Atividades Leigas e Jovens, pastores Roberto Roncarolo e Walter Solis, respectivamente.

Pergunta: Pastor Belvedere, agradeceriamos que nos desse algumas informações sôbre o plano realizado, durante 1970 no Campo que o irmão trabalha. Poderia nos dar alguns dados quanto à sua população e a proporção de adventistas que vivem ali?

Resposta: A Associação Bonaerense abrange o território da Capital Federal, a grande Buenos Aires, o Estado de Buenos Aires (exceto Bahia Blanca ao sul) e o Estado de La Pampa.

Pergunta: É fácil evangelizar êsse Campo? Que dificuldades encontrou para levar avante a mensagem?

Resposta: A Associação Bonaerense é um verdadeiro desafio. Não é fácil trabalhar nela. As grandes distâncias entre os lares e o trabalho, a televisão, o cinema e muitas outras diversões, tornam difícil atrair gente às reuniões. Além disso, soma-se a idiossincrasia do portenho que é muito desconfiado. Como ilustração podemos dizer que para cada mil volantes que são distribuídos, sòmente assistem de cinco a dez pessoas não adventistas, segundo o tema que se trate.

Pergunta: Sabemos que desenvolveram um plano de evangelismo em todo o Campo da Associação durante 1970; poderia nos dizer como surgiu essa idéia?

Resposta: Êste plano surgiu em uma reunião de equipe dos obreiros da Associação. Discutíamos a necessidade de não dispersar as fôrças, mas pelo contrário, concentrá-las para atingir o objetivo que o Senhor deixou para a igreja: ganhar almas.

Pergunta: Em que consistiu o plano?

Resposta: Consistiu em um projeto de pregação nos momentos em que a população está psicologicamente melhor disposta a ouvir nossa mensagem e aplicá-lo através dos diferentes departamentos. Dêste modo, cada departamental aplica o plano na esfera que lhe toca agir sem chocar com métodos diferentes de seus colegas. Por outro lado, simplifica-se a tarefa do pastor local porque não necessita elaborar programas diferentes, mas que o próprio plano que êle põe em ação será executado com os jovens, com os leigos adultos etc., adaptando-os à mentalidade e características de cada núcleo. Dêste modo, em datas-chave, por exemplo Semana Santa, a igreja pode estar unida em tôrno de um mesmo objetivo. Os pastôres, os jovens e o restante da irmandade leiga da Associação Bonaerense decidiram fazer a experiência.

Dessa forma foram realizadas 147 reuniões de bairro, 17 programas da Voz da Mocidade, além das reuniões dos pastores. Em total se congregaram mais de 4.300 pessoas não adventistas para ver e ouvir acêrca da vida, paixão e morte de nosso Senhor Jesus Cristo.

Pergunta: Qual foi a reação dos obreiros ante êste plano? Participaram todos?

Resposta: Aconteceu o de sempre. Um grupo de obreiros recebeu o plano com muito entusiasmo; outros com alguma resistência, e outros. … Os primeiros voltaram “com regozijo trazendo seus molhos.”

Pergunta: Conseguiram a participação das forças leigas? Realizaram algum plano com a finalidade de incentivá-la?

Resposta: Participaram 262 pregadores leigos (entre jovens e adultos) e colaboraram com êles aproximadamente 600 irmãos ou mais. Com os que pregaram, realizamos algumas semanas antes, uma assembléia de um dia para instruí-los sôbre a forma de utilizar o material e realizar satisfatoriamente as reuniões. Nessa ocasião lhes foi entregue o manual preparado para êsse fim, volantes para a propaganda, chapinhas, projetores etc., para que estivessem devidamente preparados e equipados para a tarefa.

Pergunta: Controlavam o trabalho feito pelos obreiros e leigos através de relatórios regulares?

Resposta: Sim. Ademais realizamos uma reunião com os obreiros poucos dias depois da Semana Santa para avaliar os resultados.

Pergunta: Interessa-nos muitíssimo saber como lograram coordenar o labor dos diferentes departamentos que participaram do Evangelismo Unido 1970. Poderia nos dizer algo a respeito?

Resposta: O presidente da Associação foi o coordenador do plano, e a mesa encarregou o secretário da Associação Ministerial de redatar o manual e os esboços de sermões; o Departamento de Atividades Leigas promoveu as reuniões de bairro e proveu o material audiovisual; o Departamento de Jovens estimulou o programa da Voz da Juventude; o secretário da Associação Ministerial estaria encarregado de dar impulso ao plano entre os pastores. Os administradores e departamentais animaram a todos — embora não estivessem especificamente relacionados com seu departamento — a levar adiante o plano em forma integral.

Pergunta: Que materiais prepararam para facilitar o trabalho?

Resposta: Para o plano da Semana Santa preparamos um manual de instruções e sermões no qual se apresentava o material completo para as quatro primeiras noites (quinta, sexta, sábado e domingo) e depois o material para as sete semanas de doutrinamento que seguem as quatro primeiras noites. Também se proveu um manual com nove temas de decisão, que foram apresentados em nove noites consecutivas no fim das sete semanas de doutrinamento. Os leigos foram provistos de ajuda audiovisual e de um curso bíblico do lar para dar os estudos bíblicos aos interessados. Para o “Dia de Finados” foram preparados outros materiais: um manual com sermões, material necessário para desenvolver catorze reuniões, chapinhas etc.

Pergunta: Imagino que isso significou uma forte inversão financeira. Como conseguiram os fundos para realizá-lo?

Resposta: O secretário-tesoureiro fêz tanto “malabarismo” quanto pôde para entregar gratuitamente o manual da Semana Santa, o manual de temas de decisão, todos os volantes e outros materiais. No caso do material para o “Dia de Finados,” a Associação financiou duas terceiras partes, mais o custo total dos volantes que foram utilizados.

Pergunta: Quais foram até o momento os resultados do trabalho feito?

Resposta: Ao término do terceiro trimestre do primeiro ano de prova, já tínhamos o dobro de batizados em relação ao ano anterior, contando com o mesmo número de obreiros. Mas acreditamos que isto é apenas o comêço, já que as forças leigas receberam uma tremenda inspiração e maiores expectativas quanto à realização do plano no futuro. Os leigos trabalharam com gôsto já que tudo foi cuidadosamente traçado. Estamos certos de que em 1971 teremos maior participação leiga e maiores frutos ainda do que em 1970.