É verdade que não se pode confiar em ninguém?
“AQUILO que chamamos sociedade — diz S.
I. Hayakawa — é uma vasta rêde de acordos mútuos.” Confiamos alegremente a nossa vida a gente completamente estranha nas pessoas de maquinistas de trem, pilotos de avião, ascensoristas, capitães de navios, choferes de táxis, guardas de tráfego, e sem hesitar consignamos nossos bens a banqueiros e companhias de seguro.
Pedi a um gerente de hotel, com experiência na Flórida e na Nova Inglaterra, que calculasse quantos dos seus fregueses lhe passavam calote. “Um quarto por cento, mais ou menos,” respondeu êle. Se essa proporção atingisse dez por cento, abalaria a sociedade em seus alicerces; as vendas a crédito, as prestações, até mesmo o serviço bancário comum, tornar-se-iam impossíveis. Se fôsse de 25%, a sociedade explodiría. Quantos de nós, en-tretanto, alimentamos a ilusão de que “hoje em dia não se pode confiar em ninguém”! Se assim fôs-se posso garantir que não estaríamos aqui.
Stuart Chase, Roads to Agreement (Harper, ed.)
Sabedoria Sem Deus
Um homem pode saber tudo acêrca das rochas, e seu coração permanecer tão duro como elas.
Êle pode saber tudo acêrca dos ventos, e não obstante servir de joguête a paixões tão impetuosas como os ventos. Êle pode saber tudo a respeito dos astros, e ser êle mesmo um meteoro cujo fim, depois de uma carreira breve e brilhante, é apagar-se em noite eterna.
Êle pode saber tudo acêrca dos mares, e contudo assemelhar-se às águas turbulentas que não podem achar descanso.
Um homem pode saber como dominar os elementos, e não saber como dominar o seu próprio espírito.
Êle pode saber como desviar os raios fulminantes, mas não a ira de Deus de sua cabeça culpada.
Êle pode ter todo o conhecimento dum Newton, dum Laplace, dum Einstein; pode conhecer todos os mistérios e saber muitas coisas escondidas, mas se não tiver conhecimento pessoal do amor de Deus, oferecido aos homens pecadores por meio de Cristo, de que valor lhe será então tôda a sua sabedoria?
“Pois que aproveita ao homem, se ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma? ou que dará o homem em recompensa da sua alma?”
— Autor Desconhecido.