Não existe maior emoção para qualquer ministro ou congregação do que ver aquêles que antes andavam conosco e depois ficaram indiferentes, tomarem-se de repente novamente ativos e ajudarem a suportar a responsabilidade de concluir a obra de Deus.
Há três métodos de aproximação que têm sido muito úteis no trabalho em favor de ex-membros.
Primeiro: Convidá-los Para as Reuniões
Os membros que abandonaram a igreja podem estar esperando a visita do pastor ou do evangelista para incentivá-los a assistir a uma série de reuniões. Quando êles fazem isto e participam novamente do companheirismo e do fervor da igreja, talvez logo se tornem outra vez membros ativos.
Tenho verificado que os ex-membros que assistem a uma série de reuniões, em especial desde o início, quase sempre retornam à plena comunhão da igreja, como resultado de freqüentarem as reuniões, entrarem em contato com os membros e permitirem que o Espírito Santo habite outra vez em seus corações. Mas o que se deve dizer nessa primeira visita, para levá-los às reuniões?
Ao chegar à casa de algum membro afastado, eu sempre procuro averiguar se êle ainda mora, no enderêço que me foi fornecido, perguntando simplesmente: “É esta a residência de Pedro Filipe?” Em caso afirmativo, apresento-me e pergunto se êle recebeu uma comunicação a respeito da série de conferências ou reuniões. Após a sua resposta, declaro o seguinte: “Soube que o senhor era um membro ativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É verdade?” Se a resposta fôr afirmativa, continuo dizendo: “Durante quanto tempo o senhor foi um membro ativo?” Gosto de usar a palavra “ativo,” pois ela me revela muita coisa acêrca da família que estou visitando, e faz com que êles se sintam mais à vontade.
Se o homem afirmar que foram membros durante cinco anos ou mais, sei que em noventa e nove por cento dos casos êles ainda crêem na mensagem, e prossigo dizendo: “Estamos contentes por notar que os senhores crêem ser esta a mensagem de Deus, e desejamos que mantenham comunhão conosco. Não queremos forçá-lo a tomar agora mesmo a decisão de voltar, mas não deseja começar a assistir à série de reuniões? Nós o amamos realmente como a um irmão em Cristo. Solicitamos o seu auxílio para animar os seus amigos a freqüentarem a série de palestras religiosas. Não quer ajudar-nos com a sua presença e a de outros?” Eu espero para ver qual será a sua reação. Se êle começar a assistir às reuniões, visitarei o seu lar uma vez por semana para solucionar os problemas que o diabo colocar em seu caminho, para que possa fazer uma entrega completa na reunião de decisão. Uns dois dias antes dessa reunião, procuro visitá-lo novamente a fim de prepará-lo para atender ao apêlo a ser feito naquela ocasião.
A Segunda Visita
Se êle não assistir à série depois de meu primeiro convite, minha segunda visita a êsse lar ocorrerá mais ou menos da seguinte maneira:
Ao chegar à porta e ser recebido pelo Sr. Pedro, digo-lhe: “Sr. Pedro, procurei-o na reunião e não consegui vê-lo; talvez estivesse presente, sem que eu o notasse. Conseguiu assistir à reunião?” Se a resposta fôr negativa, e êle disser: “Não pudemos ir,” declaro mais ou menos o que segue: “Sei que as circunstâncias às vêzes impedem as pessoas de ir às reuniões a que gostariam de assistir; por isso vou orar para que tudo dê certo nesse sentido. Desejo falar-lhe sôbre alguma coisa ainda mais importante do que isto. Sei que o senhor crê ser esta a mensagem de Deus, e que o seu maior desejo é ser uma parte integrante dessa mensagem. Por outro lado, não estou aqui para constrangê-lo. Sei que neste momento o senhor não está preparado para dizer-me qual será a sua decisão, mas pretendo fazer algo, e espero que o irmão faça isso comigo. Pretendo começar a orar para que Deus o auxilie nesta semana a tomar uma firme decisão em Seu favor. Desejo que ore a êsse respeito nos próximos sete dias. Voltarei daqui a uma semana, e quero que me comunique exatamente o que deseja fazer com Cristo. Se quiser continuar a viver da mesma maneira que antes, e excluí-Lo de sua vida, queira comunicar-me isso, e eu não o incomodarei mais. Mas se realmente quiser dar o primeiro lugar a Cristo, farei todo o possível para auxiliá-lo a preparar-se para a Sua volta. Está disposto a fazer isto, não é mesmo?” Quase sempre a resposta é afirmativa, e a pessoa orará a êsse respeito. Muitas decisões são tomadas desta maneira.
A Terceira Visita
Sempre há alguns membros afastados que dizem: “Sim, sei que devo ir; procurarei freqüentar as reuniões,” mas o fato é que êles não comparecem. Ao serem visitados, replicam: “Não me pressione; não insista comigo!” O ministro visitante não ousa então apertar com êles, para não receber uma resposta negativa. O Senhor mostrou-me um método que tem dado bons resultados com tais pessoas.
A primeira visita dar-se-á da maneira descrita acima. Na segunda vez a pessoa torna a dizer que não deseja ser pressionada ou coagida, e assim o ministro tem de agir com cautela, esperando que o membro afastado compareça a uma das reuniões. Mas ainda não há qualquer reação de sua parte.
Ao ser visitado pela terceira vez, é bem provável que êle diga o seguinte ao abrir a porta: “Oh, não! Não é possível! O senhor outra vez aqui?” Pode ser que não empregue tôdas essas palavras, mas suas ações indicarão que é isso o que êle está pensando. Eis o que costumo dizer então:
Reputação e Caráter
Reputação é o que pensam que você é; caráter é o que você é em realidade.
Reputação é o que você tem quando chega a um nôvo lugar; caráter é o que você tem quando dali se retira.
Se quiser obter uma posição, você necessita de Reputação; se quiser conservá-la, precisa de Caráter.
Reputação o faz rico ou pobre; caráter o faz venturoso ou miserável.
Reputação passa como um cogumelo; caráter dura pela eternidade.
Reputação é o que os homens dizem a seu respeito sôbre o seu túmulo; caráter é o que os anjos dizem a seu respeito perante o trono de Deus.
Reputação é a base do julgamento temporário dos homens; caráter é a base do eterno julgamento de Deus.
De O Orientador.
“Sr. Pedro, cheguei até aqui para visitá-lo só mais esta vez. Sei que Jesus voltará em breve, e o senhor também sabe isto. Teremos de passar a eternidade juntos, portanto eu gostaria de saber o que o senhor faria em meu favor se as nossas condições fôssem invertidas. Digamos que o senhor viesse visitar-me, e soubesse que eu estava afastado da igreja que transmite a mensagem de Deus a um mundo agonizante. Imaginemos que eu quisesse voltar, mas não fizesse o menor esfôrço nesse sentido. O senhor me amaria o suficiente para voltar outra vez e convidar-me novamente?”
Ainda estou para ver uma porta que permaneça fechada com essa espécie de aproximação. Sereis convidados a entrar, e a pessoa dirá: “Quero fazer alguma coisa a êsse respeito.” Solicitar-vos-á então que não deixeis de trabalhar em seu favor, e quase sempre começará a falar sôbre os problemas que a têm afastado da igreja.
Estas são as três tentativas de aproximação que o Senhor me ensinou através da visitação pessoal, e espero que estas ilustrações sejam proveitosas para aquêles que visitam membros afastados.
Ao pensarmos nas 325.000 pessoas que nos últimos dez anos abandonaram esta mensagem no mundo todo, podemos compreender a enorme possibilidade de conquistar almas neste setor da grande vinha de Deus.