Vivemos em tempos desafiadores para o exercício do ministério pastoral e o cumprimento da missão evangelizadora. Como comunicar a fé e o significado cristão da vida a pessoas que não encontram qual quer sentido na igreja? Qual a estratégia pela qual podemos evangelizar com sucesso pessoas que descartam valores e práticas religiosos, considerando-os irrelevantes e superados? Como podemos comunicar fé a mentes saturadas pelas mensagens transmitidas pela mídia, mensagens que não apenas alienam da realidade, mas dificultam a própria capacidade individual de sentir e pensar profundamente? Como pregar ao homem altamente interessado em conforto material e gratificação imediata dos desejos? Como falar de verdade absoluta a mentalidades pluralistas e relativistas?
Felizmente, não fomos deixados ao léu das incertezas, perdidos nas vielas do pensamento, da cultura e da filosofia dos nossos dias. O Senhor Deus nos fez depositários de um poderoso recurso com o qual podemos ajudar a iluminar o caminho trilhado por homens e mulheres que tateiam em busca da verdade que salva. Esse recurso nada mais é que a revelação que Ele faz de Si mesmo nas Escrituras Sagradas, como solução e resposta para os dilemas humanos. A revelação divina através da Bíblia tem autoridade superior à de qualquer outra fonte de conhecimento de Deus. Essa autoridade repousa no fato de que ela é a inspirada Palavra de um Deus que fala e age, apresentado pelos escritores do Antigo Testamento, bem como na mensagem e pessoa de Jesus Cristo, a Palavra encarnada, conforme o Novo Testamento.
Como porta-vozes de Deus, os escritores bíblicos não somente falaram para seu próprio tempo, mas também predisseram acontecimentos futuros (1Pe 1:10-12), razão pela qual existem profundo significado e transcendentes implicações nas palavras das Escrituras, o que explica sua absoluta relevância para o século 21.
Por tudo isso, de acordo com Franklin Ferreira e Alan Myatt, “precisamos pregar e explicar somente a Escritura… Se não a estudarmos toda, nossa visão de Cristo será falha, nossa vida espiritual será falha e nos tornaremos presas fáceis de falsos mestres, de erros e heresias e de toda espécie de especulações e filosofias não cristãs… Devemos aplicar as Escrituras a todas as esferas da vida: casamento, sexo, família, trabalho, finanças, educação, ação social, culto e adoração… O único meio ordenado por Deus de chamar eficazmente pecadores para a salvação é a pregação da Palavra. Ela é a chave que abre e fecha o Reino dos Céus ao homem (Mt 16:19), que o quebranta para a glória da graça de Cristo e o endurece para a glória de Sua justiça” (Teologia Sistemática, p. 142). Viver e pregar fielmente a Palavra – eis nosso sagrado dever.
Zinaldo A. Santos