Nos três artigos anteriores consideramos a palavra hebraica tsadaq e as razões por que foi traduzida por “purificado” na Versão dos Setenta e em diversas traduções em outras línguas. Admitimos de bom grado que êsse vocábulo hebraico possui uma significação muito mais ampla, e neste artigo pretendemos sugerir por que o autor sagrado, escrevendo sob inspiração, usou a palavra tsadaq, e não tahér ou zakah que inquestio-nàvelmente significam “limpar” ou “purificar.” Todo aquêle que aceita a Bíblia como a Palavra de Deus e atribui autoridade divina a seus conselhos, reconhecerá prontamente que antes da rebelião de Satanás o universo era impoluto, sem qualquer mancha de iniqüidade-O que proveio da mão criadora do Altíssimo estava inevitàvelmente livre da contaminação do mal. Não poderia ter sido diferente: reconhecemos que o único Deus verdadeiro é um Deus de justiça e verdade.

Portanto, deduz-se naturalmente que embora o pecado tenha penetrado no belo domínio de Deus, êle não poderia absolutamente ser eterno ou deixar uma mancha indelével e permanente na obra do Senhor Jeová. É aí que entra em cena a tarefa redentora de Cristo Jesus. Em virtude disso, é-nos assegurado que não sòmente os pecadores podem ser redimidos, mas também a própria Terra, visto que ela incorreu igualmente na maldição do pecado. Notamos pois o seguinte nas Escrituras:

“Cristo nos resgatou” (Gál. 3:13), como “povo adquirido” (I S. Ped. 2:9). A Terra também é resgatada ou redimida. Ela também foi adquirida. Isto é salientado no trecho que segue:

“Não sòmente o homem mas também a Terra tinha pelo pecado vindo sob o poder do maligno, e deveria ser restaurada pelo plano da redenção. . . . Cristo, porém, pagando pelo Seu sacrifício a pena do pecado, não sòmente remiría o homem mas restabelecería o domínio que êle perdera.” — Patriarcas e Profetas, (2.a ed.), pág. 62.

Tudo isso é vislumbrado em Daniel 8:14, na palavra hebraica tsadaq. É o que veremos a seguir:

  • 1. O Fator Tempo Envolvido na Purificação do Santuário

A maioria dos comentaristas bíblicos aplicam Daniel 8:14 ao período de Antíoco e dos Macabeus (175-164 A.C.). Para fazê-lo, êles rejeitam o princípio de que na profecia um dia equivale a um ano, e de maneira bastante vaga dão a entender que os 2.300 dias dizem respeito a um número idêntico de sacrifícios vespertinos e matutinos, que equivalem a 1.150 dias. Mas êsse computo não é apropriado, pois ninguém conseguiu elaborar qualquer esquema em que isso se adapte exatamente.

Consideremos agora a profecia em si e vejamos se existe qualquer fundamento real para semelhante aplicação. Deparamos ali com uma sucessão profética que começa com o símbolo de um “carneiro.” Em seguida aparece um “bode,” e então surge a “ponta pequena.” É evidente que no capítulo 8 tudo isso são símbolos, pois o anjo Gabriel menciona o significado que encerram.

O “carneiro” representa a Média e Pérsia (verso 20). O “bode,” a Grécia (verso 21). A “ponta pequena” não é interpretada em Daniel 8, evidentemente por já ter sido explicada antes.

As visões de Daniel 2 e 7 são análogas. Representam os mesmos podêres. Isto indica que o terceiro simbolismo em Daniel 8 representa Roma. Ademais, foi Roma que se levantou contra o “Príncipe dos príncipes” (verso 25), e é sob êsse poder que se faz menção da purificação do santuário. Se colocarmos os eventos dessa profecia em ordem cronológica, é óbvio que a “purificação do santuário” só pode cumprir-se após a obra do Messias, descrita pormenorizadamente em Daniel 9:24-27. O “Príncipe dos príncipes” é o “Príncipe do exército” de Daniel 8:11. A obra da purificação do santuário é colocada depois disso.

No final da visão de Daniel 8, o anjo Gabriel assegura ao profeta que “a visão . . . das tardes e manhãs é verdadeira; mas conserva-a em segredo, porque se refere ao futuro distante” (versículo 26 — versão inglêsa de Goodspeed). Esta expressão significa “o tempo do fim” (versículo 17). Por conseguinte, é inútil procurar o cumprimento do versículo 14 durante o período dos Macabeus ou outro período qualquer antes do “tempo do fim.” Tanto quanto saibamos, o próprio Daniel não compreendeu esta parte da profecia. O que êle e seu povo entenderam naquele tempo foi o período dos 490 anos. Lemos:

“Ao prosseguir a oração de Daniel, o anjo Gabriel vem voando das côrtes celestiais. . . . Êste poderoso anjo é comissionado para . . . abrir perante êle os mistérios dos séculos futuros. . . . Daniel recebeu não sòmente a luz e a verdade de que êle e seu povo mais precisavam, mas uma visão dos grandes eventos do futuro, mesmo até ao advento do Redentor do mundo.” — A Santificação, págs. 53 e 54. (Grifo nosso.)

Se, portanto, estiver correta esta avaliação do tempo, não devemos esperar o cumprimento da expressão “e o santuário será purificado” antes de percorrermos os séculos até chegar ao que o Senhor denomina “tempo do fim.” Ao aceitar isto, temos de reconhecer que nesse tempo (1798 A. D.) não havia santuário na Terra; por conseguinte, faz-se òbviamente referência ao santuário no Céu.

  • 2. Existe um Santuário Real no Céu dos Céus

A Palavra de Deus aponta claramente para um “santuário” ou “templo” no Céu. Notai:

  • a. O Testemunho do Nôvo Testamento. Lemos em Hebreus 8:2 que Jesus é “Ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem.”

Declara Hebreus 9:23 e 24: “Era necessário .. . que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios a êles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu.”

Como confirmação disto, o profeta João descreve o que viu no tocante à região celestial. Êle contemplou:

O ternplo1 (Apoc. 11:19); o altar1 (cap. 8:3); a arca da aliança (cap. 11:19); o castiçal (cap. 4:5); o incensário (cap. 8:3); e os ângulos do altar (cap. 9:13).

  • b. O Testemunho do Antigo Testamento. O tabernáculo no deserto, e mais tarde o Templo, foram feitos “segundo o modêlo” (Êxo. 25:8 e 40; I Crôn. 28:11 e 12). Alguns têm imaginado ser isto apenas uma espécie de projeto ou planta. Com certeza era mais do que isso, pois algumas traduções chamam-no de “cópia” (Heb. 8:5 — The New English Bible); “modêlo” (Êxo. 25:40). Lemos também que Davi compreendeu que o verdadeiro santuário de Deus estava no Céu, embora Israel tivesse um glorioso templo cm Jerusalém.

“O Senhor do alto do Seu santuário, desde os Céus, baixou vistas à Terra.” Sal. 102:19.

Citamos o seguinte da pena de Ellen G. White:

“Deus expôs perante Moisés . . . um aspecto do santuário celestial.” — Patriarcas e Profetas, (2.a ed.), pág. 355.

“Tinha sido feito um santuário muito suntuoso, conforme o modêlo mostrado a Moisés no monte. … O santuário terrestre foi formado , à semelhança do celestial.” — Spiritual Gifts, Vol. 4a, pág. 113.

“O santuário no Céu . . . é o grande original de que o santuário construído por Moisés era uma cópia.” — The Story of Redemption, pág. 377.

  • c. O Santuário Celeste é um Santuário Real. Em Hebreus 8:1 e 2 está escrito que Jesus ministra em nosso favor no templo celestial. Por que duvidar da realidade dêsse santuário? Acaso nosso bendito Senhor, que é Sumo Sacerdote ali, não é o mesmo Jesus que viveu aqui na Terra? Mesmo em Seu corpo ressuscitado Êle era real; podia ser apalpado (S. Luc. 24:39). Por que o santuário também não seria real? Muitas traduções modernas salientam isso. A Interpreters Bible traz a palavra “real” em Hebreus 8:2; as versões de Wicliffe e Tíndale, e a Bíblia de Genebra, fazem alusão ao “tabernáculo genuíno” (Heb. 8:2).

O vocábulo hebraico que amiúde é usado com referência ao santuário terrestre, é miqdash, mas a palavra usada para o santuário celestial, no Antigo Testamento, é qodesh (Sal. 102:19). Também é usada para descrever o santuário terrestre, mas foi traduzida por “santo” mais de 200 vêzes, e por “santuário” umas 70 vêzes. Qodesh é o têrmo usado para “santuário” em Daniel 8:14.

  • 3. O que o Santuário Terrestre Prefigurava no Tocante ao Ministério de Jesus?

Todo o ritual do santuário terrestre prefigurava a obra de Cristo, o Senhor, como sacerdote e vítima. Jesus derramou Seu precioso sangue no Calvário; ministra a eficácia dêsse sangue no templo do Céu. No serviço típico nós O contemplamos como o antítipo dos sacrifícios da tarde e da manhã. Divisamos-nO também na oferta sacrifical trazida pelo pecador, que humildemente confessava seus pecados e buscava o perdão do Senhor. Êsse ciclo de cerimônias prosseguia dia após dia, mas o ritual todo atingia seu ponto culminante no Dia da Expiação. Êste serviço é delineado pormenorizadamente em Levítico 16, e é em conexão com a obra dêsse importantíssimo dia que ocorre a purificação do santuário. Convém lembrar que êsse serviço especial é imprescindível para a devida compreensão do alcance e significado do ato redentor de Deus. Indica muito mais do que o próprio ato sacrifical de Cristo na cruz do Calvário; aponta para o tempo em que serão apagados todos os pecados perdoados, em que irão para a perdição o autor do mal e todos os que preferiram participar de sua rebelião, e em que não existirá mais pecado e sofrimento.

Examinemos o ritual dêsse dia e observemos a seqüência dos acontecimentos. Lemos em Levítico 16 que depois de haver realizado o que era necessário para sua própria purificação e a de sua família, o sumo sacerdote devia —

  • a. Tomar dois bodes para a oferta pelo pecado (vers. 5).
  • b. Lançar sortes: uma para o Senhor e a outra para Azazel (ver. 8 — Versão Brasileira).
  • c. Trazer o bode “sôbre o qual cair a sorte para o Senhor,” e oferecê-lo “por oferta pelo pecado” (vers. 9).
  • d. Tomar o bode sôbre o qual caíra a sorte para Azazel, confessar sôbre êle os pecados do povo de Israel e enviá-lo para o deserto (vers. 21 e 22).

Êsses atos especiais transmitem importantes verdades em conexão com os eventos finais antes que o Fiat divino traga à existência o nôvo céu e a nova Terra.

Notemos:

  • a. As palavras “bode emissário” na King James Version (e também na Edição Revista e Atualizada no Brasil) não são uma tradução exata da palavra hebraica Azazel. Teria sido melhor conservar essa palavra em inglês (e também em português), como o fêz a Revised Standard Version (e a Versão Brasileira). 2

Diz a nota ao pé da página na tradução de Leeser: “A. V. — bode emissário; Ver. Ingl.; mas não há razão para isso.” Alguns dos antigos Pais da Igreja ensinavam a mesma coisa. 3 Muitos escritores cristãos, e outros, bem como a maioria dos dicionários e enciclopédias bíblicas, definem Azazel como sendo Satanás.

  • b.  Deve-se considerar Azazel como um ser pessoal, em oposição a Jeová. Escreve um comentarista judeu:

“’Um será para o Senhor, e o outro será para Azazel.’ Temos aí uma Visível antítese; e assim como o Senhor é um Ser pessoal, Azazel também o é.” — M. Kalisch, Commentary on Leviticus, pág. 328.4

  • c. À luz do versículo 10, deve-se inferir que Azazel não era uma oferta pelo pecado, segundo transparece em Levítico 16:5. É o “bode do Senhor” que é oferecido como “oferta pelo pecado.” O bode para Azazel não era uma oferta pelo pecado; sua parte ocorria após haver sido concluída tôda a purificação do povo e do santuário. Só então o sumo sacerdote lidava com êle. Citamos outro trecho de M. Kalisch:

“Isto não significa exatamente “para a oferta pelo pecado,” pois um dêles não era sacrificado. . . . [Azazel] não fazia expiação pelo povo.” — Idem, pág. 326.

  • d. O bode para a “oferta pelo pecado” representava a Cristo, que “morreu pelos nossos pecados” (I Cor. 15:3); o outro representava a Satanás, que perecerá por seus próprios pecados e também pela parte que desempenhou como instigador de todos os pecados cometidos pelos filhos de Deus (Apoc. 20:10 e 12).
  • e.  A expiação feita com Azazel (vers. 10) deve ser interpretada como sendo feita “sôbre” êle (vers. 21). Êle está fora do alcance dos benefícios de qualquer expiação efetuada no ritual de sacrifícios do santuário, e êste ato no tocante a Azazel não tem relação alguma com a verdadeira obra de redenção.

Ela é usada no sentido de “cobertura.” Ao fazer a arca, Noé devia “calafetá-la [kapbar] com betume por dentro e por fora” (Gên. 6:14). Foi esta a primeira vez que se empregou a palavra kapbar, que noutras partes é traduzida por “expiação.” Também é empregada no sentido de expulsão ou banimento do pecador. Ver Números 25:12 e 13, onde é declarado que Finéias “teve zêlo pelo seu Deus, e fêz expiação pelos filhos de Israel.” Êle matou os responsáveis pela apostasia, e removeu ou eliminou assim os malfeitores. Era exatamente o que se fazia no fim do ritual do Dia da Expiação, quando se efetuava “expiação” com ou sôbre Azazel. Nisto Azazel representa a Satanás, o autor da iniqüidade, e o seu banimento final, primeiro ao deserto (A Terra em sua condição caótica durante os 1.000 anos, Apoc. 20:2), e depois disso, ao lago de fogo, onde êle será consumido (vers. 10 e 14).

  • f. Com referência a Satanás, da maneira como é simbolizado em Levítico 16, cumpre ter em mente que:

Não se fazia expiação alguma para Azazel. Seu sangue não era derramado como oferta pelo pecado. Sua parte ocorria depois que terminara a obra de redenção em favor do povo e do santuário. Os profetas de Israel previram tudo isso. Notai como êles o expressaram:

“A sua malícia lhe recai sôbre a cabeça, e sôbre a própria mioleira desce a sua violência.” Sal. 7:16. “O que desvia os retos para o mau caminho, êle mesmo cairá na cova que fêz.” Prov. 28:10. Isto significa, portanto, que quando Satanás perecer no lago de fogo, êle pagará a penalidade não só de sua própria rebelião contra o Altíssimo, mas também de sua parte em todos os pecados cometidos, mas agora perdoados, dos filhos de Deus. Escreveu Ellen G. White:

“Como o sacerdote, ao remover do santuário os pecados, confessava-os sôbre a cabeça do bode emissário, semelhantemente Cristo porá todos êsses pecados sôbre Satanás, o originador e instigador do pecado. . . . Satanás, levando a culpa de todos os pecados que induziu o povo de Deus a cometer, . . . sofrerá finalmente a pena completa do pecado nos fogos que destruirão todos os ímpios.” — O Conflito dos Séculos, (nova edição revista), pág. 525.

E saiba-se que não somos os únicos a adotar êste ponto de vista. Citamos um trecho de certo autor:

“O pecado, ainda que perdoado, é detestável a Deus, e não pode permanecer em Sua presença; êle é removido para uma ‘terra desabitada’ . . . e remetido ao primeiro sedutor do homem. Os pecados de uma multidão de crentes são tirados dêles e restituídos a Satanás, seu principal autor e instigador.” — João Eadie, na Biblical Cyclopaedia, pág. 57,7. 5

Satanás não só será enviado ao deserto (Apoc. 20), mas perecerá, da mesma maneira que o bode para Azazel. Os escritores judeus reconhecem ser isto o que acontecia com aquêle animal. 6

“O bode que é lançado do precipício.” — Talmude Yoma 64.a, pág. 299; ver também a nota do 67.a, pág. 312.

Êle “morrerá num lugar acidentado e áspero do deserto rochoso.” — Targum de Onkelos, sôbre Lev. 16:21 e 22.

  • 4. Um Universo Sem Mácula
  • a.  Referências Bíblicas. Citamos apenas algumas passagens das Escrituras que abrangem êste conceito.

“A iniqüidade chegará ao fim” (Ezeq. 21:25). “Não haverá mais . . . dor” (Apoc. 21:4). “Nunca mais haverá maldição” (Apoc. 22:3). Haverá “restauração de tudo” (Atos 3:21). Haverá “novos céus e nova Terra” (Isa. 65: 17; II S. Ped. 3:13; Apoc. 21:1).

  • b. O Universo Será Purificado

“A obra de Cristo para a redenção dos homens e purificação do universo da contaminação do pecado, encerrar-se-á pela remoção dos pecados do santuário celestial.” — Patriarcas e Profetas, (2.a ed.), pág. 371.

Uma Obra Do Coração

“Os que buscam corrigir outras pessoas, deveriam apresentar os atrativos de Jesus. Deveriam falar de Seu amor e misericórdia, apresentar o Seu exemplo e sacrifício, revelar o Seu espírito, e não precisarão sequer tocar o tema do vestuário. Não há necessidade de fazer do assunto do vestuário o ponto principal de vossa religião. Algo mais valioso há de que falar. Falai de Cristo, e quando o coração estiver convertido, tudo que não está em harmonia com a Palavra de Deus cairá. Arrancar as folhas de uma árvore viva equivale a trabalhar em vão. As fôlhas reaparecerão. O machado precisa ser pôsto à raiz da árvore, e então as fôlhas cairão para não mais volver.” — Evangelismo, pág. 272.

“[Os filhos de Israel] tinham a mente voltada para os eventos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, a purificação final do universo do pecado e pecadores.” — Profetas e Reis, págs. 684 e 685.

“Todo o universo de Deus estava puro, e o grande conflito para sempre finalizado.” — Primeiros Escritos, pág. 295.

  • c. Ficará Vindicado o Caráter de Deus

“No juízo do universo, Deus ficará isento de culpa pela existência ou continuação do mal. . . . [Todos] se unirão em declarar: ‘Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos.’”—O Desejado de Tôdas as Nações, pág. 58. (Ver também O Conflito dos Séculos, pág. 544; Patriarcas e Profetas, pág. 350.)

  • d. Não Somos os Únicos a Ter Esta Expectativa. Alguns eruditos cristãos7 unem-se conosco em aguardar um tempo em que o universo ficará livre de iniqüidade e em que haverá uma restauração das condições edênicas. Escreveu um autor:

“Deverá a velha Terra ser amaldiçoada para sempre? Não. A obra de Cristo como Redentor não estaria completa. Depois de ter salvo o homem, Êle . . . efetuará também a restituição de tôdas as coisas.” — The Biblical Illustrator, sôbre II S. Pedro 3:13, pág. 179.

Segue então uma linda descrição da nova Terra.

O velho universo foi arruinado pela Queda. Permeou-o o pecado com seus efeitos. Isso inclui tôda a Natureza, os animais, as coisas inanimadas, os corpos celestes e também os céus. Tudo se tornará nôvo. Naquele dia o fogo torná-los-á novos, para que nêles habite justiça. Será removido todo vestígio de iniqüidade.8

Por conseguinte, em Daniel 8:14, embora tsadaq em sua relação com o santuário dê ênfase à purificação, esta palavra sem dúvida foi escolhida em virtude de sua significação mais ampla — a da “purificação do universo” — onde tudo será endireitado. Deus ficará justificado, e a Terra renovada será um lugar no qual “habita justiça.”

REFERÊNCIAS:

  • 1.  O templo é mencionado 4 vêzes, o altar 9.
  • 2. Ver também as traduções de Goodspeed, Moffatt, Lamsa, Moulton, Rotherham, a Amplified Version, a Jerusalem Bible etc.
  • 3.  Ver as obras: Irenaeus’ Against Heresies, Cap. XV, par. 6; Origen Against Celsus, Vol. VI, Cap. 43; De principiis, Cap. II. 1. Azazel é um anjo poderoso, o anjo destruidor, o pervertedor — Satanás.
  • 4. Ver o Commentary on the Pentateuch, Vol. 2, de Keil e Delitzsch.
  • 5. Ver Op. cit., págs. 335 e 336, de M. Kalish; Sacrificial Worship in the O. T., págs. 405 e 406, de J. H. Kurtz; e muitos outros.
  • 6.  Hasting’s Dictionary of the Bible: Comentário de Jameson, Fausett e Brown; Jewish Encyclopedia 2:367; Zohar, Vol. 5, pág. 53; Treasures of the Talmud, de P. I. Hershon’, pág. 93.
  • 7. The Biblical Illustrator, pág. 179, sôbre II S. Pedro 3:13. Fleming Revell, Londres.
  • 8.  R. H. C. Lenski, em Interpretation of St. Peter, Wartbur Press, Columbus, Ohio, 1956, pág. 350. Ver também Adão Clarke, sôbre Apocalipse 22:3; J. Skinner, na Cambridge Bible, sôbre Isaías 65:17; C. J. Ellicott, Old Testament Commentary, sôbre Isaías 65:17; Brook Foss Westcott, Book of Hebrews, págs. 271-282; E. H. Plumtree, na Cambridge Bible, sôbre II S. Pedro 3:13.