Há muitos hinos intimamente relacionados com passagens bíblicas, que podem ser utilizados na hora do sermão, como eficaz complemento da pregação. Apresentamos aqui apenas um, como exemplo do que é possível realizar neste sentido.

Sob o tema “O Bom Pastor,” relacionam-se: uma parábola, um salmo e um hino. As traduções do hino são diferentes no Hinário Adventista (antigo) e no atual (Cantai ao Senhor). Sugerimos que para o canto do coral ou conjunto se use o hinário antigo, visto que ali é apresentada uma versão mais fiel e completa, ao passo que para terminar o culto, a congregação cante com o hinário que usa habitualmente. Incluímos aqui sòmente a história do hino, o programa geral e algumas idéias sobre que refletir, devido a estarmos certos de que nossos ministros terão melhores pensamentos que os maestros.

PROGRAMA:

Hino 157, “Nosso Bom Pastor” (Cantai ao Senhor).

Leitura Bíblica: S. João 10:11.

Sermão: Leitura da Parábola. S. Luc. 15: 3-7.

História do Hino.

Canto: “A Ovelha Perdida,” N°. 7 do hinário antigo.

Reflexões Sôbre a Parábola.

Leitura do Salmo 23.

Hino 156, “A Ovelha Perdida.” (Hinário atual.)

História do Hino:

Entre 1830 e 1869, viveu na Escócia piedosa senhorita cristã, que por seu espírito bondoso e Serviçal era chamada de “Raiozinho de Sol.” Seu nome era Elizabete Cecília Clephane, e seu grande interêsse sempre foi ajudar aos outros.

Como tinha certa inclinação pela poesia, gostava de colaborar, de modo anônimo, numa revista infantil: “La Hora de los Ninos,” e em 1868, pouco antes de morrer, enviou um artigo sôbre “O Bom Pastor,” no qual incluiu uma poesia acêrca da parábola da ovelha perdida. Por certo nunca imaginou que a referida poesia a tornaria famosa.

O grande músico e cantor, Ira D. Sankey, encontrou êste poema anônimo num periódico, leu-o e, achando-o interessante, recortou-o para ser guardado na pasta. Depois, em 1874, Sankey ajudava com a parte musical ao grande pregador Dwight L. Moody, numa série de reuniões de avivamento em Edimburgo. Certa noite Moody pregou sôbre a parábola da ovelha perdida, e ao terminar sussurrou ao ouvido de Sankey: “Cante algo.” O músico não tinha nada apropriado, mas se lembrou daquela poesia anônima que estava em sua pasta, buscou-a e a pôs na estante do órgão. Fêz então uma oração, pedindo que Deus o inspirasse. Depois de tocar um acorde sonoro em lá bemol maior, começou a cantar a melodia à medida que ia surgindo em sua mente. Foi um esfôrço tremendo de faculdade inventiva e concentração, mas ao finalizar a primeira estrofe se animou e cantou as que faltavam. A congregação de mais de quinhentas pessoas escutou extasiada o nôvo canto, que a doce voz de Sankey tornava ainda mais belo, e muitos se comoveram até às lágrimas. Entre os ouvintes se achava uma irmã da autora, a qual reconheceu a poesia e comunicou posteriormente a Sankey o nome da irmã e a data da composição do poema.

O pastor sofre por sua ovelha perdida e anela encontrá-la. Às vêzes olvidamos a solicitude que nosso Pai celestial tem por Seus filhos, e o veemente desejo de que se salvem. 

A ovelha perdida sofre, mas não pode voltar ao redil por seus próprios esforços. Sòmente pode levantar-se e esperar que o pastor venha resgatá-la. Assim também é impossível que o pecador obtenha a salvação por si mesmo. A única coisa que pode fazer é pedir ajuda, e Cristo lhe trará a redenção. 

O pastor abandona seu confortável refúgio no redil e põe-se a procurar a ovelha perdida, sem reparar nas dificuldades que terá para encontrá-la. Cristo deixou igualmente Seu lugar privilegiado no Céu, para vir sofrer neste mundo, e finalmente morrer, tudo por amor à humanidade perdida. 

O pastor sente imensa alegria pelo resgate de sua ovelha. No Céu também há grande alegria pelo arrependimento de um pecador. 

Ajudemos Cristo a resgatar ovelhas perdidas, e haverá alegria no Céu e também em nosso coração.