As oscilações do custo de vida exigem que recorramos ao registro das despesas, a fim de manter o equilíbrio entre a receita e a despesa. Sem êste controle, difícil será haver o equilíbrio financeiro no lar. É indispensável que se mantenha o registro das despesas e se organize um orçamento. Para o planejamento dêsse orçamento será preciso estabelecer uma relação completa dos gastos certos e dos prováveis, em determinado tempo.

No lar, o casal deve conhecer a real situação em que se encontram diàriamente, a despesa que realizaram e o dinheiro que possuem. Portanto, para se obter o resultado positivo de um orçamento para a família, é de grande valor que haja plena cooperação.

Se a espôsa fôr uma boa administradora dos negócios do lar, talvez o marido lhe entregue a responsabilidade; aconselhamos, porém, que o pêso não fique sòmente numa pessoa. Devem trabalhar em mútuo entendimento, e aquêles que têm filhos poderão depender também dêles para melhor harmonia na administração financeira.

O passo principal ao fixar-se um orçamento é anotar as despesas. Um modo simples de fazê-lo é adquirir um caderno e anotar os gastos, que deverão ser especificados sob títulos, abrangendo tôdas as necessidades do lar: Aluguel, dízimo e ofertas, alimentação, luz, despesas médicas, encargos sociais, transporte, educação, roupas etc.

Muitas vêzes as despesas variam devido à situação econômica geral ou local, havendo regiões onde o custo de vida é baixo, ou alto, e também em função das condições internas da família, como o número de filhos, categoria social etc.

Há também outros fatôres que contribuem para dificultar a fixação de uma porcentagem para o orçamento de um obreiro, pois com o crescimento dos filhos, exigem-se despesas maiores. Se todos gozarem perfeita saúde, o orçamento será diferente daquele onde a saúde seja delicada e exija gastos extraordinários com médico e remédios.

Os obreiros que exercem atividade na obra que exija maior apresentação, terão que dispender quantia maior com o vestuário etc. Para que haja equilíbrio entre a receita e despesa, será necessário um registro criterioso, atendendo-se a numerosas coisas que são peculiares a cada família.

Se fizermos um levantamento, iremos encontrar obreiros em excelente situação financeira, e outros que recebem o mesmo salário, em idênticas circunstâncias, com igual número de filhos, que vivem endividados, e em situação financeira precária.

Abaixo, daremos algumas porcentagens fixas para as necessidades básicas de nossa família, embora cada obreiro tenha os meios necessários para fixar as suas próprias cifras. De modo geral e de acôrdo com o resultado médio de vários meios de pesquisas, é possível estabelecer as seguintes quotas proporcionais para as despesas de uma família composta de 5 pessoas, gozando de boa saúde.

As quotas de alimentação e vestuário poderão variar se a dona de casa fôr metódica, sabendo dirigir e executar muitas e variadas tarefas no lar, princípalmente prestando boa orientação doméstica. 

Alguns estudiosos do assunto mencionam que algumas famílias gastam de 25% a 40% dos seus rendimentos em alimentação. Conforme já mencionamos, êstes gastos variam, dependendo da localidade em que residimos, do número deverá ajustar a conta de alimentação às suas próprias circunstâncias. Se achamos que estamos gastando muito em alimentação, talvez conseguiremos reduzir as despesas, fazendo compras mais cuidadosas, comprando em quantidades maiores, na ocasião apropriada e pondo em execução uma sábia política de compras. Será impossível comprar por impulso e ainda prover um regime alimentar bem equilibrado para o lar.

É um êrro pessoas julgarem ridículo economizar pequenas quantias. Estas, reunidas, formam grandes importâncias. Diferenças de preço na compra dos alimentos, roupas etc. formam apreciáveis economias que constituirão razoável pecúlio para o futuro.

Para a maioria, o alimento se torna o maior item no seu orçamento. Embora o custo de vida seja elevado e continue a elevar-se, é possível ao obreiro reduzir em alguns casos o custo de sua manutenção, fazendo uso dos meios que temos à nossa disposição. Deve-se restringir os gastos considerados supérfluos e executar uma inteligente política de compras.

Aquêles que possuem um pedaço de terra ou quintal, devem fazer uso do terreno como meio de reduzir o custo de vida, planejando plantar algumas verduras. Notarão dentro de algum tempo que a recompensa pelo esfôrço feito redundará na diminuição do custo de vida da família.

Ao finalizar as nossas considerações, estamos certos de que todos irão compreender os objetivos que nos propusemos ao formular êsses dois artigos sôbre as finanças pessoais dos obreiros. Não foi apenas para formular palavras, mas sim, para dar uma parcela de auxílio àqueles que lutam com suas finanças.