Faz muitos anos, li um artigo cujo título era: “Se eu tivesse apenas um sermão para pregar”. Nele, inicialmente, o autor descreveu temas que não abordaria nessa suposta única oportunidade: profecias, doutrinas, soteriologia, entre outros. Não que esses temas não sejam importantes, aliás, ele mesmo enumerou benefícios de cada um deles, mas não preencheriam a medida de “verdade presente” para satisfazer o que ele julgava ser a maior necessidade da igreja. Então, depois de alertar contra a falácia de dependermos de métodos e recursos puramente humanos em nossa corrida para cumprir a missão, o articulista apresentou seu tema urgente: O Espírito Santo e o poder que Ele disponibiliza a todos nós, a fim de que sejamos capacitados para pregar o “evangelho eterno” a “cada nação, tribo, língua e povo”.
De fato, “o que precisamos é o batismo do Espírito Santo. Sem isto, não estamos mais habilitados a sair ao mundo, do que estavam os discípulos depois da crucifixão do Senhor. Jesus conhecia a carência deles e lhes disse que permanecessem em Jerusalém até que fossem dotados de poder do alto” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 411). Eles esperaram e se prepararam, em humildade e firme confiança, até que, em cumprimento da promessa do Mestre, foram cheios do poder do Espírito Santo. Somente assim puderam cumprir a missão, apesar da oposição e das perseguições. Para alguns, nem a vida foi considerada tão preciosa que não pudesse ser deposta no altar do sacrifício. A igreja, anteriormente débil e hesitante, se tornou invencível.
Nós somos a continuação daquela comunidade cristã, recebemos a mesma missão por cujo desfecho somos responsáveis. A promessa feita no início dela é a mesma para a sua conclusão: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês…” (At 1:8). Em nossos projetos e estratégias de missão, precisamos dar prioridade máxima ao Espírito Santo. Sem Ele, nada significam nossos métodos e recursos. Ele é absolutamente indispensável, pois “onde quer que a necessidade do Espírito Santo seja um assunto de que pouco se pense, ali se verá sequidão espiritual, escuridão espiritual e espirituais declínio e morte. Quando quer que assuntos de menor importância ocupem a atenção, o divino poder, necessário para o crescimento e prosperidade da igreja, e que haveria de trazer após si todas as demais bênçãos, está faltando, ainda que oferecido em infinita plenitude” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 50).
Quando li aquele artigo, tudo o que eu sabia existir contra o Espírito Santo era proveniente de grupos não adventistas. Mas hoje, a premência da necessidade que temos dEle é acrescida do desafio de responder a questionamentos domésticos a Seu respeito. Portanto, conhecê-Lo melhor é fundamental. Isso explica esta edição especial de Ministério.
Zinaldo A. Santos