Minha primeira tarefa ao chegar a Washington foi ajudar o Pastor A. G. Daniells a completar seu grandioso livro Christ Our Righteousness (Cristo Nossa Justiça), que êle estivera preparando há quase um ano. Êste precioso volume adventista exerceu tremenda influência naquele tempo — em especial sôbre os obreiros mais novos. E foi para êsses jovens que o Pastor Daniells se voltou, contando com êles — homens de energia e visão, sem as cicatrizes, recordações e desvantagens das batalhas dos anos anteriores. Suas esperanças basearam-se nêles. Estava persuadido de que corresponderiam à expectativa.
Por estranho que pareça, sôbre muitos outros isto não parecia exercer qualquer atração especial — de maneira idêntica à variada recepção que o avivamento da mensagem da justiça pela fé experimentou durante e depois de 1888. Com efeito, essa parece ter sido a dupla reação sempre que esta sublime verdade tem sido posta em evidência. Naturalmente, não devemos ficar perplexos com isso.
Christ Our Righteousness (Cristo Nossa Justiça) foi portanto o primeiro livro da Associação Ministerial em sua espécie. Constituiu notável pioneiro, e preparou o caminho para a ênfase sôbre a transformadora experiência e testemunho que Deus espera de Seu ministério no tempo final da História. Desejo acentuar que êsse precioso livro deve estar na biblioteca de cada obreiro e estudante de teologia. Convém que seja conhecido a fundo e se torne uma parte de nossa vida e ministério. É um esquema para a triunfante conclusão da derradeira mensagem de Deus ao homem, sob a influência do Espírito Santo.
Folhetos e Livro Comprobantes — O Passo Seguinte
O próximo desafio foi a oportunidade proporcionada pela Assembléia Geral de Milwaukee, no verão de 1926. A direção das horas de estudo bíblico dessas reuniões foi confiada a homens intimamente relacionados com a Associação Ministerial. Entre outros, incluíam a A. G. Daniells, W. W. Prescott, Oliver Montgomery, E. K. Slade, I. H. Evans e Carlyle B. Haynes. Suas apresentações foram poderosas. Sendo-lhes dada a forma de folhetos, constituíram a próxima contribuição literária da Associação Ministerial. Eram nove em número e também exerceram efeito duradouro.
Convém acrescentar que nesta Assembléia Geral, o Pastor Daniells renunciou às suas funções como um dos secretários da Associação Geral, que desempenhara juntamente com as suas responsabilidades na Associação Ministerial. Sua afeição e interêsse centralizavam-se nos objetivos, possibilidades e deveres da obra ministerial.
Em resultado de minha colaboração com o Pastor Daniells, eu iniciara anteriormente intensivo estudo pessoal do Espírito Santo. Devido a isso, foi-me solicitado dar um estudo sôbre o Espírito Santo na Assembléia de Milwaukee. Semelhante fato conduziu a que me fôsse designada a tarefa de apresentar uma série de exposições sôbre êsse importante assunto, nos congressos ministeriais da União Norte-Americana. Êstes estudos, dados por meio de apontamentos, foram, a pedido, reunidos num livro, intitulado The Coming of the Comforter (A Vinda do Consolador). Assim foi produzido o segundo livro da Associação Ministerial, promovendo explicitamente êsses elevados assuntos espirituais, e ajudando a tornar em realidade a aspiração do Pastor Daniells, referente a uma literatura corroborante, que perdurasse.
Boletins Mimeografados Preparam o Terreno Para a Revista The Ministry
O Pastor Daniells imaginara, porém, uma revista para os pregadores, que com freqüência regular incentivasse êsses importantes objetivos. Necessitava de um periódico pelo qual pudesse falar a todos os obreiros. A princípio, essa proposta contou com decidida oposição. “Temos uma revista oficial da igreja,” diziam alguns, com veemência. Não havia necessidade, alegavam êles, de uma revista especial. Ela custaria muito dinheiro, e não valería a pena. Uma pagina — ou mesmo duas páginas — na Review seriam suficientes, e atingiríam não sòmente nossos ministros, mas também os membros leigos. Tomariam providências nesse sentido. Foi uma verdadeira batalha. E os que controlavam as finanças venceram a primeira escaramuça.
Não devíamos, porém, ficar completamente derrotados. Elaborou-se um plano para ininterrupto contato com os vários grupos de obreiros, por meio de periódicos circulares mimeografados — não muito usados naqueles dias. Nós os atingiriamos por grupos. Uma série foi preparada para pastôres, outra para evangelistas e ainda outras para cantores-evangelistas e obreiros bíblicos — como eram chamados então — bem como para professores de Bíblia em nossos colégios e ginásios, capelões em nossos sanatórios, e outros grupos. Tornou-se um tanto complicado, conforme havíamos previsto, mas foram providenciadas as condições de funcionamento.
Os Opositores Percebem a Realidade da Questão e Acabam Aquiescendo
Êsses boletins apareceram com bastante regularidade e foram bem acolhidos. Mas propalou-se a notícia de que havia outras circulares. Os obreiros duma categoria logo pediram para ser incluídos nas outras listas. Os pastôres e os cantores-evangelistas solicitavam o material dos evangelistas, os capelões queriam os pontos apresentados nos boletins destinados aos obreiros bíblicos, e assim por diante. Era exatamente o que desejávamos, a fim de alcançar o maior número com suas respectivas mensagens. Elas eram cada vez mais apreciadas e pedidas com insistência. Para dizer a verdade, as listas aumentaram progressivamente, até se tornarem muito difíceis de manejar, e dispendiosas.
Finalmente, certos dirigentes relutantes perceberam a realidade da questão. “Deixemos que os irmãos da Associação Ministerial tenham a sua revista. Ela atingiría todos os obreiros, e provàvelmente não sairia mais caro.” Destarte, em janeiro de 1928, foi impresso o primeiro exemplar da revista The Ministry, redigida pela Associação Ministerial e publicada pela Review and Herald. Fôra ganha outra batalha tática. Proveu-se outro meio de publicidade. Realizara-se outro sonho do Pastor Daniells.