Depois de Sua ressurreição, e após haver passado quarenta dias na companhia de Seus discípulos, Jesus lhes deu uma ordem, sintetizada nas palavras de Marcos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a tôda a criatura.” (S. Marcos 16:15). Mateus, registando esta grande comissão, escreveu: “Ide, ensinai tôdas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” S. Mat. 28:19.
Pregar o Evangelho é, indubitàvelmente, um dos maiores privilégios que o Senhor concedeu aos homens. É uma tarefa que não foi confiada aos anjos, sêres celestiais, mas aos homens falíveis e pecadores. No livro Atos dos Apóstolos, escreveu a Srª. White: “Deus não escolhe como Seus representantes entre os homens anjos que jamais caíram, mas sêres humanos, homens de paixões idênticas às daqueles a quem buscam salvar. Cristo Se revestiu da forma humana para que pudesse alcançar a humanidade. Um Salvador divino-humano era necessário para trazer a salvação ao mundo. E a homens e mulheres foi entregue a sagrada tarefa de tornar conhecidas as riquezas incompreensíveis de Cristo.” Pág. 134.
Paulo, o apóstolo das nações, sôbre a pregação do Evangelho, escreveu: “Porque todo aquêle que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em que não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Rom. 10:13-15.
Estas palavras paulinas nos sugerem, entre outras, as seguintes conclusões:
- 1. Há necessidade de pregadores na Igreja, para a divulgação oral da Palavra de Deus ao mundo.
- 2. Há necessidade de um ministério organizado e consagrado, cuja função primordial seja a pregação, a exortação e o ensino.
- 3. Êsses pregadores devem ser separados, (Atos 13:12), pelo Espírito Santo, e enviados como embaixadores de Deus para estabelecer negociações de paz entre o Céu e a Terra.
- 4. Êsses pregadores devem ter um único propósito, a saber: “Pregar a Cristo, e Êste crucificado . . . poder de Deus e sabedoria de Deus.” I Cor. 2:2 e 1:24.
Os pregadores do Evangelho, para realizar uma obra fecunda, necessitam, entre outras, as seguintes qualidades:
- 1. Ser aptos para ensinar. “Convém — escreveu o apóstolo Paulo — que o bispo seja . . . apto para ensinar.” I Tim. 3:2. Não é suficiente a cultura teológica. Impõe-se o domínio da arte da comunicação. Os pregadores devem saber criar o que Emmerson Fosdick chama “um diálogo cooperativo,” a fim de apresentar aos pecadores, com clareza, o caminho da salvação.
- 2. Ser sinceros e fiéis, em sua conduta e procedimentos, e dedicados à obra para a qual fomos comissionados. I Cor. 4:2; S. Mat. 5:16.
- 3. Ter uma vida santa e irrepreensível. II Cor. 6:6; Isa. 52:11. Quão extraordinária foi a influência de Eliseu! O seu viver inculpável suscitou de uma mulher sunamita o memorável testemunho: “… êste que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.” II Reis 4:9.
- 4. Ser dominados por uma perturbadora paixão pelas almas. Atos 20:31; II Cor. 2:4; Rom. 9:1-3. Foi esta consumidora paixão pelos perdidos que levou Henrique Martin a orar de joelhos, em uma das praias da Índia; “Aqui, Senhor, quero ser inteiramente gasto por Ti.”
- 5. Ser modestos. O orgulho e a vaidade são deméritos que conspiram contra os triunfos da cruz. Aos Seus discípulos, disse Jesus: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração.” S. Mat. 11:29.
- 6. Estar dispostos a suportar as dificuldades do ministério, sofrendo com paciência as fraquezas humanas dos que se opõem ao seu labor. 11 Cor. 6:4. A via pastoral, é, muitas vêzes, pavimentada de incompreensões.
- 7. Ser submissos inteiramente à vontade de Deus. Seus sermões essencialmente bíblicos, devem ter como fundamento as palavras usadas com tanta freqüência, pelos profetas do Velho Testamento: “Assim diz o Senhor.”