Todo pregador e quase cada membro na igreja do Nôvo Testamento eram evangelistas. Por conseguinte, foi bem sucedida em apresentar o cristianismo perante o mundo, em pouco tempo. Dêste princípio: “Todo pregador e membro da igreja um evangelista,” depende o êxito da igreja de hoje em atingir o mundo.
Freqüentemente se tem o ministro sobrecarregado com o grande número de problemas que surgem dentro da igreja, ficando assim parcial ou completamente impedido de estabelecer eficaz contato com o povo de fora. É para o bem das igrejas que o ministério se tem tornado entrincheirado e um tanto deficiente no evangelismo direto? Deve o ministro transformar-se num conselheiro de tempo integral e organizador de atividades da igreja?
É essencial que o ministro eduque primeiro os anciãos, diáconos e membros da igreja no serviço, para que êle possa dedicar sua energia ao verdadeiro objetivo da obra ministerial.
“Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o ministro deve não tanto buscar a princípio, converter os incrédulos, como exercitar os membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa. . . . Quando estiverem preparados para apoiar o ministro mediante orações e serviços, maior êxito há de lhe acompanhar os esforços.” — Obreiros Evangélicos (3ª ed.), pág. 196.
Quando esta tarefa de educação estiver completa, o ministro poderá dedicar tôda a sua energia para promover o evangelho entre os não adventistas. Não é êste o verdadeiro ideal adventista?
“Nossos ministros não devem gastar seu tempo trabalhando pelos que já aceitaram a verdade. Com o amor de Cristo a arder-lhes no coração, devem pôr-se a ganhar almas para o Salvador. Junto a tôdas as águas devem êles lançar as sementes da verdade.” — Test. Sel, Vol. 3, pág. 82.
Em tôda igreja há uma não utilizada fonte de poder, que, plenamente aproveitada, deixaria o pastor livre para o evangelismo e fortalecería imensamente a igreja.
“O segrêdo de nosso êxito na obra de Deus encontrar-se-á na atividade harmoniosa de nosso povo. Deve haver ação concentrada. Todo membro do corpo de Cristo deve desempenhar sua parte na causa de Deus, de acôrdo com a capacidade que o Senhor lhe deu. Precisamos arremeter juntos contra os obstáculos e as dificuldades, ombro a ombro, coração a coração.” — ELLEN G. WHITE, em Review and Herald, 2 de dezembro de 1890.
Não é desígnio de Deus que o ministério esteja sòzinho em levar avante a proclamação da tríplice mensagem angélica. Antes, deve o ministro organizar sua igreja de tal maneira que as aptidões de cada membro sejam aproveitadas mais eficazmente na obra do Senhor. Existem homens e mulheres na igreja que podem contribuir para aliviar o fardo do ministro, a fim de que lhe seja possível empenhar-se no evangelismo. Durante demasiado tempo a responsabilidade tem repousado sôbre os ombros de poucas pessoas. Chegou a ocasião de o ministério fazer amplo uso do tremendo potencial duma igreja inteiramente organizada.
Todo ministro está a cargo duma fôrça ativa. O dirigente é o organizador, instrutor e conselheiro, não o único trabalhador. É êle o coordenador dum consagrado exército de obreiros leigos. Cooperativamente muito mais pode ser realizado do que pelo trabalho de um só ministro.
Em tôda igreja há membros capazes que podem ser colocados na direção de pequenos grupos de membros. De preferência, êsses membros leigos devem ser diáconos, e com êles devia estar associada uma diaconisa. Tais grupos não constituem uma inovação, mas um plano divinamente indicado para distribuir a responsabilidade e utilizar a fonte de poder na igreja que pode abalar o mundo.
“A formação de pequenos grupos como base de esfôrço cristão, foi-me apresentada por Aquêle que não pode errar. Se há na igreja grande número de membros, convém que se organizem em pequenos grupos a fim de trabalhar, não sòmente pelos membros da própria igreja, mas também pelos incrédulos. . . . Trabalhem com amor cristão pelos que se acham fora do redil, esquecendo-se a si mesmos no empenho de ajudar outros. Ao trabalharem e orarem em nome de Cristo, seu número aumentará.” — Test. Sel., Vol. 3, págs. 84 e 85. (Grifo nosso.)
O objetivo dêsses grupos patrocinados por membros leigos é duplo: Primeiro, trabalhar em favor dos membros da igreja e, segundo, trabalhar pelos descrentes.
O diácono que dirige o grupo se torna um pastor espiritual para êsses indivíduos particulares. Por meio de visitas e interêsse, mas sem demasiada curiosidade, discerne êle os seus problemas. Se alguém está ausente da igreja, êle, por via de regra, deve saber por quê. Dêsse modo a obra do ministro é aliviada dentro da igreja, e os membros mantêm-se constantemente em contato com a igreja através dêste método. Caso surjam problemas sérios, são êles mencionados ao ancião, pelo diácono. Isto não significa que o ministro só deve visitar os membros que se encontram em grandes dificuldades, mas sim que os membros têm de ser guiados de maneira mais eficiente.
Êstes grupos são também valiosíssimos em patrocinar campanhas na igreja. Cada diácono deve promover todos os projetos dentro de seu grupo. Campanhas financeiras, Recolta etc., devem regular-se estritamente pela disposição dos grupos. Mediante êste método, em grande parte, poderia ser eliminada do púlpito, no sábado de manhã, a promoção de campanhas que perturbam o culto e redundam em perda de tempo. Na medida em que fôr possível, convém eliminar do culto divino todos os aspectos de fomento a campanhas. Isto pode ser realizado, estando os diáconos completamente organizados e instruídos, pondo-se então a considerar estas coisas diligentemente com os membros dos grupos, em seus lares, durante a semana. Um sistema de prestar informações semanais, far-se-ia necessário.
Além de constituírem ativa fonte de poder na igreja, êsses grupos podem ser eficientes em dar estudos bíblicos, fazer visitas e efetuar esforços evangelísticos. Devidamente adestrados, podem dirigir proveitosas campanhas ganhadoras de almas, que não sòmente aumentarão o número de membros da igreja, mas também o vigor espiritual dos indivíduos envolvidos.
Para ser deveras eficiente e fortemente progressista, cumpre que a Igreja Adventista do Sétimo Dia incentive e adestre cada membro no trabalho ativo. Êste alvo só poderá ser alcançado se o ministro instruir e fortalecer os membros por meio de periódicas classes de preparo dentro da igreja. Deve haver cuidadosa persuasão, não compulsão, na elaboração dêsses planos.
Se êste esquema fôr seguido atentamente, resultados positivos podem ser obtidos.
“A obra de Deus nesta Terra nunca poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho e unam os seus esforços aos dos ministros e oficiais da igreja.” — Obreiros Evangélicos (3* ed.), pág. 352.
Se cada ministro e cada membro se tornasse diligente missionário e evangelista, o evangelho logo seria proclamado a tôdas as nações, povos e línguas.