Tivesse o pastor que depender inteiramente de seus próprios esforços para ganhar almas, a tarefa por vêzes pareceria quase irrealizável. No entanto, esta não é a situação na Igreja Adventista do Sétimo Dia. A igreja está organizada de maneira a proporcionar muitos ajudantes ao pastor. Todo departamento dela existe com a finalidade de ganhar almas. Cada um dêles contribui para o bem do programa da igreja e o desenvolvimento do reino de Deus sôbre a Terra.
A escola sabatina, de modo especial, é proveitosa para ganhar almas. O pastor deve reconhecer isto e aproveitar os vários aspectos da escola sabatina para aumentar o número de membros da igreja. Amiúde se tem dito que a escola sabatina é a igreja em estudo. Ela, porém, é mais do que isto. Pode ser, e muitas vêzes é, uma classe batismal e uma preparação para mais íntima comunhão com Jesus Cristo. Todos sabemos que na maioria dos campos missionários o número de membros da escola sabatina excede o da igreja. Tive o privilégio de trabalhar algum tempo no estrangeiro. Em determinado pôsto missionário os membros batizados eram quinze, mas os membros da escola sabatina eram duzentos. Que gloriosa oportunidade existia ali de ganhar almas para Jesus!
É evidente que o pastor deve assistir à escola sabatina. Desventurado é o ministro que tem de perder a escola sabatina por causa de dois cultos de pregação na manhã de sábado. Como a maioria das nossas igrejas não são muito grandes, o pastor pode cumprimentar os membros que vão chegando. Isto lhes dá a oportunidade de apresentar ao pastor as visitas que trazem consigo. Saber quem e tá presente ajudará a orientá-lo no sermão, e saudar os visitantes à medida que vão chegando proporcionará ao pastor o ensejo de convidá-los a assistir à sua classe na escola sabatina. O fato de o ministro estar ali para dar-lhes as boas-vindas, manifesta aos membros que êle se interessa pela escola sabatina.
A obra do pastor em prol da escola sabatina deve começar nas reuniões da comissão. Ali êle pode orientar as atividades da escola sem dar ordens. Deve solicitar que os oficiais tomem providências para que a escola funcione regularmente e que não haja incidentes desagradáveis que causariam desfavorável impressão nos visitantes. Pode informar aos oficiais que os apoiará em seu programa. Nas reuniões da comissão da escola sabatina pode êle orientar a escolha de professores que se apliquem ao máximo no ensino das classes. Muitas vêzes os membros ausentes são interrogados a respeito de sua falta de interêsse na escola sabatina, e a resposta é que o professor não desperta interêsse e o membro não recebe benefício do estudo da lição.
Havendo sido escolhidos os professores, pode o pastor aconselhá-los quanto à apresentação das lições. Devem ser admoestados a usar tato, nunca discutindo com os membros ou as visitas. Convém animar os professores a apresentar fatos e pensamentos adicionais relacionados com a lição, pois a maioria dos membros estudaram a lição pelo menos uma vez. Pode-se fazer lembrar aos professores que êles têm a “primeira oportunidade’’ de produzir boa ou má impressão nos membros das classes e nos visitantes, antes de o ministro apresentar seu sermão.
O pastor quererá ter uma classe na escola sabatina. Devem os visitantes ser incentivados a assistir a esta classe, e convém animar os membros da escola sabatina a apresentar os visitantes ao pastor, se êle ainda não travou conhecimento com êles. Havendo a probabilidade de estarem presentes muitas visitas que não pertencem à nossa fé, as novas lições da escola sabatina para a classe do pastor, são proveitosas. Não seguem estas as lições regulares, mas contêm as principais doutrinas da fé cristã. Alguns dos membros de menos conhecimento doutrinário podem ser colocados nesta classe, para que sua fé seja fortalecida e formem um núcleo para a classe. Os visitantes não adventistas que a freqüentam regularmente podem ser encaminhados passo a passo na mensagem.
Um dos setores mais produtivos da escola sabatina são as filiais. Estas podem ser realizadas em diversos lugares. Se alguns membros moram longe da igreja e não podem freqüentá-la com regularidade, devem ser estimulados a realizar a escola sabatina em seus lares, ou nalgum outro lugar apropriado. Se ela fôr efetuada à tarde, o pastor e outros membros da igreja podem estar presentes. Às vêzes, após uma série de estudos bíblicos, ainda há alguns indivíduos na comunidade que estão interessados, mas que não foram batizados. Isto oferece excelente oportunidade para uma escola sabatina filial. Tive esta experiência alguns anos atrás. Batizei diversas pessoas em resultado de trabalho pessoal na comunidade; e como os novos membros residiam cêrca de noventa quilômetros da igreja, foi organizada uma escola sabatina num dos lares. Escolhi membros leigos da igreja para dirigir a escola quando eu não pudesse apresentar-me no local. Após algum tempo retirei-me daquele distrito, e três semanas depois de minha partida, nove almas foram batizadas nesta escola sabatina filial.
Outra instrumentalidade para ganhar almas na escola sabatina é a Escola Cristã de Férias. Para a maioria das pessoas os filhos constituem aquilo que mais estimam. Tomando interêsse pelos filhos, será mais fácil alcançar os pais. Muitos batismos resultaram de secundar o trabalho iniciado na Escola Cristã de Férias. Por êsse meio também foram conseguidos membros para a escola sabatina e alunos para a escola primária. Ditoso é o pastor que pode realizar uma campanha evangelística imediatamente após uma Escola Cristã de Férias, e no mesmo local em que ela foi efetuada. As crianças podem servir como anunciantes para as reuniões.
Êste ano, em que a Associação Geral recomenda que todos os departamentos sejam especialmente evangelísticos, deve a escola sabatina ser conduzida de maneira a empregar todos os meios para a salvação de almas. O pastor pode usar êste departamento com muito proveito, não dando ordens aos oficiais da escola sabatina, mas orientando-os. Deve fazer-lhes saber que está deveras interessado na obra dêles e que lhes dará todo o apoio possível.