O pastor é o líder e conselheiro espiritual da igreja, indicado para esta posição pela Mesa Administrativa da Associação e responsável diante da mesma por todo o seu trabalho. Ocupa uma posição mais elevada do que todos os oficiais da igreja local, e em virtude de sua designação para pastor, é êle o presidente da comissão da igreja. (Ver as págs. 99 e 163 do Manual da Igreja.) É dever do pastor “instruir os oficiais da igreja em seus deveres, e com êles planejar todos os ramos do trabalho e atividade da igreja”. – Manual da Igreja, págs. 162 e 163. Isto torna imperativo que o pastor se reúna periodicamente com as várias juntas e comissões da igreja. Deve delegar responsabilidades e ao mesmo tempo manter controle geral sôbre as mesmas. Isto pode ser feito através de minuciosas e claras instruções acêrca dessas responsabilidades, e solicitando relatórios regulares nas juntas e comissões.

Nunca tenhais receio de fazer perguntas a fim de obterdes as informações de que precisais. Não vos fieis em qualquer coisa. Sêde explícitos nas instruções. Sêde entusiastas, otimistas e corajosos; sêde leais à denominação, às suas campanhas e projetos; exercei uma liderança compassiva, bondosa, mas positiva.

Se o pastor não formula planos ou um programa para as atividades missionárias, não é provável que a iniciativa provenha da igreja, embora isso às vêzes suceda. Quando é assim, o moroso pastor deve ter a dignidade de pôr-se de lado e não impedir o progresso, pois sua liderança se tornou nula.

A melhor ajuda que os ministros podem prestar aos membros de nossas igrejas não consiste em pregar-lhes sermões, mas em planejar trabalho para que o façam. Dai a cada um algo para fazer em prol de outros. Ajudai todos a verem que, como recebedores da graça de Cristo, estão obrigados a trabalhar para Êle. E seja a todos ensinada a maneira de trabalhar. — Test. Sei., Vol. 3, pág. 323. (Grifo nosso.)

Muitos pastôres falham em conseguir, ou em não tentar, que todos os membros da igreja se empenhem ativamente nos vários ramos da obra. Se os pastôres dessem mais atenção a pôr e manter seu rebanho ativamente ocupado na obra, haveriam de realizar mais benefícios, ter mais tempo para estudar e fazer visitas missionárias, e também evitar muitas causas de atrito. — Obreiros Evangélicos, (3a. ed.), pág. 198.

Ensinem os ministros aos membros da igreja que, a fim de crescer em espiritualidade, devem levar o fardo que o Senhor sôbre êles pôs — o encargo de conduzir almas à verdade. Aquêles que não estão fazendo face a suas responsabilidades devem ser visitados, orando-se e trabalhando-se com êles. — Idem, pág. 200. (Grifo nosso.)

Ministros, pregai as verdades que levem ao trabalho pessoal pelos que estão sem Cristo. Animai o esfôrço pessoal em todos os modos possíveis. — Serviço Cristão, pág. 69.

A fim de que êstes princípios sejam aplicados com eficácia, é necessário que haja completa organização da parte do pastor. Planos minuciosos devem ser expostos e confiados aos membros da igreja. Deve-se dar cabal instrução sôbre os deveres e responsabilidades individuais. Explicações impressas sôbre como fazê-lo poderão ser proveitosas, mas nada pode substituir as instruções pessoais, transmitidas com entusiasmo.

A melhor maneira de conseguir a aceitação de um plano é deixar que a devida junta ou comissão ajude a elaborá-lo — a comissão da escola sabatina, quando o mesmo diz respeito às escolas sabatinas filiais; a comissão missionária, a comissão executiva dos jovens, ou qualquer grupo autorizado a considerar a atividade envolvida.

O êxito é o feliz resultado de seguir um bem-elaborado plano de ação. Talvez seja por isso que a serva do Senhor escreveu: “Deus não tem emprêgo para homens preguiçosos em Sua causa; Êle quer obreiros atenciosos, bondosos, afetivos e diligentes.” — Obreiros Evangélicos, (3a ed.), pág. 277. Quando os planos estão sendo executados, é dever do pastor estar à frente de tôdas as atividades, para aconselhar, advertir, animar e guiar, mas nunca para desistir ou parecer desinteressado. Cuidadosa organização do trabalho e do tempo facilita esta parte da tarefa.

Organização Pastoral

Os escritos do Espírito de Profecia indicam que as primeiras horas da manhã são as melhores para o estudo. “O alvorecer freqüentemente O encontrava [a Jesus] em qualquer lugar retirado, meditando, examinando as Escrituras, ou em oração. Dessas horas quietas voltava para casa, a fim de retomar Seus deveres e dar exemplos de paciente labor”. — O Desejado de Tôdas as Nações, (3a. ed.), pág. 63. Dedicar tempo e ter um lugar para o estudo é indispensável ao ministro de êxito. É também essencial que êsse lugar seja tranqüilo. Se o mesmo é uma sala de estudos no lar, deve ficar compreendido que nenhuma interrupção desnecessária perturbe as horas de estudo. Do período de estudo o pastor também deve sair para estabelecer “exemplos de paciente labor”. Há visitas que têm de ser feitas!

Um fichário ou uma pasta de fôlhas sôltas, contendo informações amplas e em ordem alfabética sôbre cada membro já pertencente à igreja e sôbre todos os membros em perspectiva, é essencial ao pastor que deseja poupar tempo e organizar com êxito o seu trabalho. Em acréscimo a isso, as relações de visitas por fazer podem ser preparadas por situação geográfica, com o objetivo de economizar tempo e gasolina. A data, bem como outras informações convenientes, deveriam ser anotadas na fôlha respectiva, depois de cada visita.

Lembrai-vos de que quando visitais alguém, vós o fazeis como dirigente espiritual da igreja. Não mistureis as visitas pastorais com as visitas sociais. Reservai estas últimas para ocasiões peculiares. Muitos pastôres perderam a eficiência por estimular relações tão íntimas que dificultam a distinção entre o intercâmbio pastoral e social. As visitas pastorais não precisam ser longas. Um dos ministros mais eficientes que conheço faz visitas que amiúde duram apenas cinco minutos, e raramente se prolongam além de quinze minutos. Para realizar isto, deve o pastor tomar a iniciativa da conversação. Algumas declarações concisas ou perguntas apropriadas podem conduzir diretamente ao propósito da visita. Adequados versículos das Escrituras ou conselhos dos escritos do Espírito de Profecia podem ser lidos ou citados. Deve-se apresentar uma oração fervorosa, lembrando-se especialmente dos problemas do indivíduo ou do lar. Cumpre não olvidar também os membros não convertidos da família. Num território urbano pode-se fazer quatro ou mais dessas visitas numa hora — doze a dezesseis por dia, restando ainda bastante tempo para estudos bíblicos, reuniões de comissões e outros deveres. Deveria ser gasto mais tempo com o evangelismo pessoal do que com as visitas pastorais. Nossa obra é o evangelismo.

Atraí os que se encontram ao redor de vós mediante o trabalho pessoal. Relacionai-vos com êles. As pregações não farão o trabalho que necessita ser feito. Anjos de Deus vos acompanham às moradas daqueles a quem visitais. Esta obra não pode ser feita por procuração. . . . Sermões não a realizam. Visitando o povo, falando, orando e simpatizando com êle, conquistareis corações. É êste o mais elevado trabalho missionário que podeis fazer. Para isso, necessitais de uma fé resoluta e perseverante, de uma paciência inesgotável, e de um profundo amor pelas almas. — Serviço Cristão, pág. 118.

Os membros de vossa igreja correspondem mais fàcilmente aos apelos e trabalham melhor quando sabem que estais em atividade.

Para poupar mais tempo ainda, preparai uma relação das reuniões administrativas e das comissões da igreja. Se êsses encontros forem mantidos regularmente, se os pontos a serem considerados forem cuidadosamente preparados, e a discussão fôr encaminhada para o assunto do momento, essas reuniões não precisam ser demasiado freqüentes ou longas. Aqui novamente é essencial haver organização.

Os ministros devem ser amantes da boa ordem e educar-se a si próprios, a fim de poderem com êxito educar a igreja de Deus e ensiná-la a trabalhar de comum acôrdo, como um batalhão de soldados perfeitamente disciplinado. … Os anjos operam concordemente; a mais perfeita ordem caracteriza tudo quanto fazem. Quanto melhor imitarmos a harmonia e ordem das hostes celestiais, tanto maior êxito terão as suas operações a nosso favor. Se não reconhecermos a necessidade de cooperação harmônica e nos provarmos desordenados, sem disciplina e sem método em nosso trabalho, os anjos, que estão perfeitamente organizados e procedem com perfeita ordem, não poderão trabalhar eficazmente em beneficio nosso. Afastam-se então com tristeza, porque não estão autorizados a sancionar a desordem, a distração e a falta de organização e método. — Testemunhos para a Igreja, págs. 72 e 73.

A essa altura bem poderíamos fazer a pergunta: Participam os anjos dos cultos de igreja que estão sob a nossa responsabilidade, ou afastam-se com tristeza?

A escola sabatina e o culto de sábado devem ser o ponto alto da experiência espiritual da igreja. A realidade disso depende da consagração, organização e metódico procedimento daqueles que têm a responsabilidade de dirigir essas reuniões. Tôdas as influências que tendem a desviar a atenção devem ser eliminadas. Asseio, limpeza e ordem nos objetos e móveis pertencentes ao santuário são de suprema importância. É essencial haver cuidadoso preparo de todos os participantes no culto, inclusive instrução sôbre como devem desempenhar as partes que lhes foram confiadas.

O pastor é responsável pela ordem do serviço religioso e pelo boletim da igreja. Êle pode incumbir outros de mimeografá-lo, mas é responsável pelo conteúdo e organização do mesmo. O boletim deve ser esmerado, conciso e bem arranjado.

Os visitantes que comparecem a qualquer culto da igreja devem ficar impressionados com a calma dignidade, a reverência e a atmosfera espiritual que predominam. Essa impressão será transmitida em grande parte pela conduta dos que participam da reunião. Mesmo que seja pequeno o número de membros ou reduzida a assistência, cada culto deve ser dirigido com reverência, ordem e um sentimento de temor espiritual, pois, a não ser que os afugentemos por estranha falta de consideração, o Espírito Santo e os anjos de Deus estão presentes em cada serviço religioso.

Como ministros da derradeira mensagem de Deus, não ousemos abaixar as normas da igreja remanescente por um descuidado exemplo no trabalho ou na adoração. Cada um de nós precisa prestar contas de sua liderança e dos resultados da mesma.

“O verdadeiro sucesso em cada setor de trabalho não é o resultado do acaso, acidente ou destino. É a operação da providência de Deus, a recompensa da fé e discreção, da virtude e perseverança. Finas qualidades mentais e alto tono moral não são o resultado de acidente. Deus dá oportunidades; o sucesso depende do uso que delas se fizer.” — Profetas e Reis, pág. 486.

GUY C. WILLIAMSON, presidente da Associação de Wyoming, EUA.