Numa das primeiras assembléias ministeriais da era cristã, Jesus confiou a Seus apóstolos e aos missionários de tôdas as épocas, o motivo de seu ministério: “Portanto ide, ensinai a tôdas as nações S. Mat. 28:19 e 20.

Jesus nos legou por Seu exemplo os melhores métodos para cumprir essa incumbência sagrada. Êle usava a pregação como instrumento poderoso para atrair as multidões. Não descuidou, porém, a parte essencial do trabalho evangélico. Disse a Sra. E. G. White: “A obra de Cristo consistiu grandemente em entrevistas individuais. Êle tinha fiel consideração pelo auditório composto de uma única alma.” — Evangelismo, pág. 443.

São Paulo, o mais adiantado discípulo do Mestre nos encargos evangélicos, aprendeu o grande segrêdo do êxito. Era um pregador extraordinário, mas não deixou de anunciar o evangelho pelas casas. (Atos 20:20.)

A Importância do Evangelismo Pessoal

O método básico de ganhar almas é o evangelismo pessoal. Os outros métodos são meios para atrair o público e logo descobrir seus lares. Sem evangelísmo pessoal, os outros meios são quase ineficazes. Mas o evangelísmo pessoal por si só pode render abundantes frutos. Por isso a Sra. White em seus escritos nos previne contra o perigo de desprezar êsse método, e lhe confere suprema importância. “Êsse trabalho de casa em casa, em busca de almas, à procura da ovelha perdida, é o trabalho mais importante que se possa efetuar.” — Evangelísmo, pág. 431.

“De importância igual às conferências públicas é o trabalho de casa em casa nos lares do povo.” — Idem, pág. 429. “Algumas palavras ditas em particular farão muitas vêzes mais benefício do que tôda a pregação ouvida.” — Ibidem.

Como dar mais Estudos?

O segrêdo de dar mais estudos baseia-se na sábia organização de nosso tempo e atividades.

O pastor pode economizar preciosas horas se organiza sua igreja e confia responsabilidades aos oficiais e membros mais capazes da mesma. Não deve ocupar-se com pormenores que outros podem realizar. Deus não nos confiou essas minúcias, mas a transcendente missão de ir aos lares e ganhá-los para Cristo.

A obra essencial do instrutor é dar estudos bíblicos. Seus compromissos nesse sentido são sagrados; ninguém pode dispensá-lo dessa tarefa. Para poupar tempo e poder dar mais estudos, convém que o instrutor ordene seus estudos por zonas. Deve também aproveitar as horas mais adequadas para encontrar os interessados — o meio-dia, de noite, e os sábados e domingos.

O pastor prudente explorará êsse veio extraordinário que são nossos obreiros voluntários. Se prepararmos quinze dêles para darem dois estudos por semana, obteremos um trabalho equivalente ao de um obreiro bíblico.

O obreiro perspicaz procurará explorar tôdas as fontes possíveis, a fim de conseguir nomes de pessoas que queiram receber estudos. “Bem-aventurados vós os que semeais sôbre tôdas as águas.” Isa. 32:20. “Visitai tantos lugares quantos vos fôr possível.” — Evangelísmo, pág. 481.

Algumas Fontes Valiosas. Nomes que foram obtidos nas conferências. Interessados de reuniões nos bairros e filiais. Apóstatas. Alunos da Escola Radiopostal. Fregueses de colportores. Doadores da recolta, etc. Uma fonte extraordinária nos pode ser proporcionada pelos membros da igreja ao nos darem endereços de familiares, vizinhos e interessados. Também podem oferecer suas casas para convidá-los a reuniões ou estudos bíblicos.

Um esperto obreiro desta Associação anota os nomes e endereços de tôdas as pessoas com as quais entra em contato. Logo começa a enviar revistas a essas pessoas e a visitá-las, convidando-as às nossas reuniões e procurando por todos os meios ao seu alcance despertar o interêsse das mesmas, bem como aumentá-lo. Quando considera que uma pessoa está “madura”, procura concretizar o estudo bíblico. Agindo desta maneira, constantemente enriquece sua lista com novos nomes.

A Conferências Provêem Estudos

As conferências evangelísticas bem planejadas e apresentadas atrairão muitas pessoas de diferentes graus de interêsse, porém isto é sòmente o comêço do trabalho. “Ao serem feitos os sermões do púlpito, a obra apenas está começada. Deve, então o ministro, por esfôrço pessoal, se possível, travar relação com cada um de seus ouvintes.” — Idem, pág. 157.

Maneira de Combinar Estudos: Um mês antes do início das conferências efetua-se uma vigorosa campanha de abrandamento do território. Costumamos fazer uma indagação, na qual o público escolhe o tema que mais lhe agrada. Com êste sistema conseguimos centenas de nomes, as pessoas se interessam e sentem-se ligadas à campanha.

Em seguida apresentam-se os temas introdutórios, dos quais se oferecem resumos cuja entrega dá lugar a visitas ao público, em seus lares. Na terceira semana apresentamos o tema sôbre a Bíblia e a pomos à venda por um preço especialmente baixo. Anunciamos da plataforma que ela e uma fôlha explicativa serão entregues pessoalmente; apresentamos os instrutores bíblicos e suscitamos algumas perguntas que encaminhamos aos instrutores. Nos dias que seguem levamos a Bíblia aos lares e damos um pequeno estudo com a fôlha especial, procurando tomá-lo tão interessante que o indivíduo deseje ouvir mais. Com êste método temos combinado dezenas de estudos em poucos dias. Além disso, enviamos um formulário oferecendo a Bíblia aos que deixaram de assistir às reuniões e aos que responderam à indagação. Sempre combinamos algum estudo dentre êste grupo.

Plano de Séries Consecutivas. Em vez de promover uma série longa e languescente, nós a dividimos em três ou quatro partes. Cada uma delas começa com dois ou três temas introdutórios e intensa propaganda. Desta maneira sempre há pessoas com quem combinar estudos bíblicos. Êste sistema também ajuda a celebrar batismos periódicos.

Reuniões Secundárias. Paralelamente à série principal, realizam-se reuniões em salões, clubes e casas de irmãos e interessados. Depois de apresentar dois ou três temas gerais, deve-se combinar estudos.

Plano de Estudos em Forma de Lições. Usamos um conjunto de 25 lições ou estudos que denominamos “Curso Bíblico do Lar”. As lições são cristocêntricas. Cada estudo está dividido em três ou quatro partes e contém entre oito e doze textos, e uma fôlha de comentários. O característico principal destas lições é que constam de perguntas e um espaço vazio depois de cada uma delas, para que o aluno as responda.

Damos o estudo e deixamos a fôlha para que durante a semana o interessado a repasse e responda às perguntas. Na próxima visita corrigimos a lição anterior, respondemos às perguntas que tenham surgido e seguimos adiante. Desta maneira o interessado estuda duas vêzes a lição a fundo e se entusiasma ao ver que responde acertadamente às perguntas. Preparamos os melhores candidatos de nossa experiência evangélica com êste sistema de estudos.

Aspectos do Evangelismo Pessoal

  • 1. Combinação do Estudo. Há duas maneiras de fazê-la: a) Direta. Quando encontramos uma pessoa com definido interêsse, combinamos o estudo duma forma imediata e direta. b) Indireta. Muitos não conhecem a Bíblia nem se interessam nas coisas espirituais. Cumpre despertar seu interêsse. Nestes casos se combinará o estudo dum modo indireto. Conversamos sôbre temas que nos levam à Bíblia; em outras palavras, damos o estudo sem chamá-lo por êste nome, até que a pessoa demonstre interêsse, e então concretizamos o estudo.
  • 2. Consolidação do Estudo. Quando o indivíduo se houver interessado vivamente e estiver habituado com nossas visitas, chegou o momento de estabelecer dia e hora e transformar a visita num estudo formal.
  • 3. Instrução. Durante vários meses se instrui cabalmente o candidato. Estudam-se tôdas as doutrinas, tendo-se o cuidado de que o interessado as compreenda plenamente e as ponha em prática em sua vida.
  • 4. Decisão. É progressiva. Em cada estudo se vão obtendo decisões parciais, porém chegará o momento em que o interessado deverá tomar uma decisão definitiva em favor da verdade.
  • 5. União com a Igreja. Após concluir a instrução e obter a decisão, convém fazer uma recapitulação geral da doutrina. Depois se fará o exame final e se batizará o candidato.
  • 6. Conservação. Esta é, lamentàvelmente, a parte mais descuidada, e, por certo, a causa das apostasias. Por isso convém pôr em prática o sistema dos estudos pós-batismais. É bom planejar que o nôvo membro receba uma atenção dedicada e integral da parte dos oficiais da igreja e do pastor.

Técnicas Valiosas

Dar Estudos de boa Qualidade. “Muito depende da maneira em que lançamos mão do trabalho, conseguirmos ou não almas em resultado de nossos esforços.” — Evangelismo, pág. 141. Cumpre evitar os piores inimigos dos estudos que são a monotonia e o ôco profissionalismo. Para o interessado, todo estudo que damos é nôvo e vital para sua experiência religiosa. Cada um dêles deveria ser uma verdadeira obra de arte. “Dai estudos bíblicos simples, vivos, os quais exercerão uma correta influência na mente dos ouvintes.” — Idem, pág. 481.

Acima de tudo, devemos cuidar de que o estudo seja claro e compreensível. “Tornai claras as vossas explanações; pois sei que muitos há que não compreendem muitas das coisas que se lhes dizem. . . . Falai como a crianças, lembrando-vos de que há muitos bem avançados em anos, que não passam de crianças no entendimento.” — Idem, pág. 175.

Incluir a Família. Se conseguirmos que tôda a família do interessado assista aos estudos, com o mesmo esfôrço e tempo triplicaremos os resultados. O projetor e as vistas luminosas em côres muito contribuem para obter o interêsse da família.

Manter uma boa Coleção de Estudos. Podemos ocupar completamente nosso tempo, mas se uma grande proporção dos estudos são medíocres ou os interessados não têm qualquer interêsse, os resultados serão parcos. Por isso convém ter uma coleção de estudos de ótima qualidade e que rendam abundantes frutos.

Plano de Contínua Angariação. Vários fatôres vão diminuindo a quantidade de estudos. Por isso cumpre angariar continuamente nomes de pessoas que queiram receber estudos bíblicos, de maneira que sempre tenhamos nosso tempo repleto de bons estudos que produzam uma abundante colheita para o Senhor.

Conclusão

Na solene e sublime tarefa que Deus nos confiou, o êxito será proporcional à atenção e dedicação que prestarmos à obra pessoal. Por outro lado, esta tarefa nos proporciona as maiores satisfações de nosso ministério.

Trabalhemos com fervor pelas almas, assemelhando-nos o mais possível ao maravilhoso Mestre da obra pessoal, que foi nosso Senhor Jesus Cristo.