Na costa da Noruega há um farol, no qual vivia o faroleiro e seus dois filhos pequenos. Certo dia êle fôra à praia distante fazer a provisão de alimentos. Desencadeou-se uma tempestade, que o reteve lá. Chegou a hora de acender a luz do farol, e Maria, a maiorzinha disse a seu irmãozinho:
— Temos que acender o refletor, Guilhermino.
— De que jeito? — respondeu o pequerrucho. Não somos altos o suficiente para alcançá-lo.
Mesmo assim, as duas crianças subiram a longa e estreita escada da tôrre onde se achava a lâmpada gigantesca. Maria arrastou uma cadeira e, subindo nela, tentou alcançar a lâmpada; ela porém estava muito alta. Descendo as escadas às apalpadelas, su-biu de novo com uma lamparina à mão.
— Posso erguer isto, e acender o foco — disse ao irmãozinho.
Subiu de novo na cadeira, mas ainda assim o refletor lhe ficava além do alcance.
— Desça — disse o pequeno. Sei o que podemos fazer.
Ela saltou para o chão, e êle estendeu seu corpinho em tôda a extensão do assento da cadeira.
— Fique em pé sôbre mim, disse o menino.
Ela subiu sôbre êle naquela posição. Alcançou a lâmpada alta, e logo sua luz se projetava distante por sôbre as águas do mar. Segurando-a primeiro com uma mão, e depois com a outra, para descansar seus bracinhos, perguntava ao irmãozinho:
— Isto o machuca, Guilhermino?
— Naturalmente me machuca — respondeu — mas mantenha a luz acesa. — 3.000 Illustrations for Christian Service.