“As definições de religião variam, e variam muito as sôbre sua natureza e amplitude. Mas, através dos séculos, há virtudes e falhas, anseios e descasos, conquistas e retrocessos, mais ou menos comuns às diversas religiões — nelas incluindo o cristianismo, apesar de gozarem seus adeptos da riqueza de uma revelação divina incomparável.
Entre os enganos comuns de que os homens têm sido vítimas, em tôda a história religiosa, salienta-se a orientação que consiste em dar proeminência aos elementos exteriores, visíveis e formais, aos elementos secundários e variáveis, em detrimento do que é interno e espiritual, básico e permanente. A igreja cristã, um sem número de vêzes, tem sofrido, em maior ou menor escala, o predomínio das formas e do oficialismo sôbre a livre manifestação espiritual; e quando se verifica essa infeliz condição, temos uma igreja quase imobilizada e asfixiada.” — Epaminondas do Amaral, Cristianismo Intrépido, pág. 29.